HISTÓRIA - 8º ANO

HISTÓRIA - 8º ANO

Sejam bem-vindos, queridos alunos! Mais um ano letivo ira começar e temos muito para aprender. Mas também muitas aventuras para viver e sorrisos para compartilhar.

Que cada dia seja uma nova descoberta e aproxime a todos de um futuro de sucesso. E que o respeito, a amizade e a alegria estejam presentes em cada novo dia. Bom ano letivo para todos!

"Tenho fé de que chegará um tempo quando as pessoas entenderão umas as outras" - Jiraiya
💥AVALIAÇÃO DE HISTÓRIA - 4º BIMESTRE💥

Matéria:
  • Módulo 15 - Pág. 142 a 161
  • Módulo 16 - Pág. 162 a 186
  • Módulo 17 - Pág. 187 a 214
Data: A Definir 

💥REVISÃO PARA AVALIAÇÃO - RAA💥
💥TESTINHOS 4º BIMESTRE💥
  • 1º TESTINHO: Módulo 12 - Pág. 190 a 195 (Apostila 03) - 19/10
  • 2º TESTINHO: Módulo 14 - Pág. 117 a 120 (Apostila 04) - 26/10
  • 3º TESTINHO: Módulo 15 - Pág. 142 a 150 (Apostila 04) - 09/11
  • 4º TESTINHO: Módulo 16 - Pág. 162 a 167 (Apostila 04) - 23/11
  • 5º TESTINHO: Módulo 16 - Pág. 176 a 181 (Apostila 04) - 01/12
💥TAREFAS:

Tarefa 02
  • Atividade 01 (Feito Em sala) - Pág. 150
  • Atividade 02 (Feito Em sala) - Pág. 158 e 159
  • Em Casa - Pág. 160 e 161
Visto: 17/11
Correção:

Tarefa 01
  • Atividade 01 (Feito Em sala) - Pág. 125
  • Atividade 02 (Feito Em sala) - Pág. 134 e 135
  • Em Casa - Pág. 141 a 145. 
Visto: 10/11
Correção: 



💥PROVA ANGLO 10 e 11/11:
  • Módulos:
    • Módulos 11, 12 e 13 (Livro 03)
    • Módulos 14, 15 e 16 (Livro 04) 
28/11 a 02/12 - Crise na Monarquia Brasileira
Módulo 17 - Pág. 187 a 218
"Monarquia em crise"
A Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, foi o resultado de um longo processo de crise da monarquia no Brasil. O regime monárquico começou a entrar em decadência logo após o fim da Guerra do Paraguai, em 1870, o que resultou da incapacidade da monarquia de atender aos interesses e as demandas da sociedade brasileira.
Uma série de novos atores e novas ideias políticas surgiu e ganhou força por meio do movimento republicano, estruturado oficialmente a partir de 1870, quando foi lançado o Manifesto Republicano. Ao redor das ideias republicanas, formou-se um grupo consistente que organizou um golpe contra a monarquia em 1889.
Disputas políticas e a consolidação do Exército como uma instituição profissional são dois fatores de peso nessa crise da monarquia. A exigência pela modernização do país fez com que muitos civis e militares enxergassem na república a solução para o país, uma vez que a monarquia começou a ser considerada como incapaz para as demandas existentes.
Militares
A insatisfação dos militares está diretamente relacionada com a profissionalização da corporação. Depois disso, eles começaram a exigir melhorias em sua carreira como reconhecimento aos serviços prestados no Paraguai. As principais exigências eram melhorias salariais e no sistema de promoção.
Outra forte insatisfação tem relação com o envolvimento do Exército brasileiro com a política. Os militares entendiam-se como tutores do Estado brasileiro e, por isso, queriam ter o direito de manifestar suas opiniões políticas publicamente. Um caso simbólico aconteceu em 1884, quando o oficial Sena Madureira foi punido por mostrar apoio aos abolicionistas do Ceará.
A monarquia também procurou censurar os militares, proibindo que eles manifestassem suas opiniões em jornais e nas corporações militares. Havia também exigências entre os militares para que o Brasil se convertesse em um país laico. Internamente, as insatisfações militares se reuniram ao redor da ideologia positivista.
A partir do positivismo, os militares passaram a reivindicar a ideia de que a modernização que o Brasil necessitava se daria por meio de um governo republicano ditatorial. Assim, eles acreditavam que era necessário escolher um governante que fosse conduzir o país no caminho da modernização e, se necessário, esse governante poderia se afastar das vontades populares.
Política e sociedade
A política no Segundo Reinado sempre foi complicada, sobretudo pela briga ferrenha entre conservadores e liberais Essa situação se agravou com a crise de sub-representação de algumas províncias. Na segunda metade do século XIX, o eixo econômico do país tinha consolidado sua mudança do Nordeste para o Sudeste.
A província de São Paulo já havia se colocado como o grande centro econômico do Brasil, mas as elites políticas dessa província se incomodavam pelo fato de que sua representação na política era pequena. Outras províncias economicamente decadentes, como o Rio de Janeiro e a Bahia, gozavam de grande representatividade política.
Essa situação indispôs as elites dessa província com a monarquia, e isso nos ajuda a entender, por exemplo, porque a província de São Paulo teve o maior partido republicano do Segundo Reinado, o Partido Republicano Paulista (PRP).
Havia também sub-representação da sociedade no sistema político. As cidades cresciam e novos grupos sociais se estabeleciam. Esses grupos emergentes demandavam maior participação na política brasileira, e o caminho tomado foi o inverso. Os liberais defendiam ampliação do voto para enfraquecer os conservadores e os grandes fazendeiros, mas os conservadores conseguiram aprovar a Lei Saraiva, em 1881.
Essa lei determinou novos critérios para estipular quem teria direito ao voto e, após sua aprovação, o número de eleitores no Brasil caiu de 1.114.066 pessoas para 157.296 pessoas|1|. Isso correspondia a apenas 1,5% da população brasileira, ou seja, as demandas por participação não foram atendidas e a exclusão existente foi ampliada.
Essas novas elites passaram a ocupar os espaços políticos de outras formas e manifestavam suas opiniões por meio de jornais, associações e manifestações públicas em defesa de causas como o Estado laico|2|. Essa insatisfação com os problemas da monarquia, obviamente, reforçou a causa republicana no país.
Em 1870, foi lançado o Manifesto Republicano, documento que criticava a centralização do poder na monarquia e exigia um modelo federalista no Brasil (modelo que dá autonomia às províncias). Essa manifesto também atribuía à monarquia a responsabilidade dos problemas do país e indicava a república como a solução. O manifesto foi um norteador do movimento republicano no fim do Império.
Outra causa que reforçou muito o movimento republicano foi a defesa da abolição. O abolicionismo mobilizou a sociedade brasileira na década de 1880, e grande parte dos abolicionistas defendia a república.
De forma geral, a socióloga Ângela Alonso resume que a monarquia brasileira se estruturou no seguinte tripé:
  • participação política restrita;
  • escravismo (e exclusão do elemento africano); e
  • catolicismo como defensor das hierarquias sociais|2|.
As décadas de 1870 e 1880 vieram justamente a questionar esse tripé, pois havia demandas por maior participação social, o abolicionismo exigia a inserção do negro na sociedade e o laicismo procurou estabelecer uma sociedade laica.
Proclamação da República
Havia então insatisfações com a monarquia em diferentes camadas da nossa sociedade. Elites emergentes, militares, políticos, classes populares, escravos eram todos grupos com críticas à monarquia. Todas essas insatisfações, em algum momento na década de 1880, tornaram-se uma conspiração.
Ao longo dessa década, as manifestações públicas começaram a se tornar comuns, e críticas ao imperador cresciam. Um atentado contra o carro do imperador em julho de 1889 motivou o Império a proibir manifestações públicas em defesa da república, mas o Brasil estava em um caminho sem volta, pois o grupo de insatisfeitos era muito grande.
Em novembro de 1889, a conspiração estava em curso e contava com nomes como Aristides Lobo, Benjamin Constant, Quintino Bocaiuva, Rui Barbosa, Sólon Ribeiro, entre outros. O que faltava para os conspiradores era a adesão do marechal Deodoro da Fonseca, um militar influente e primeiro presidente do Clube Militar.
Em 10 de novembro, os defensores do golpe contra a monarquia se reuniram com Deodoro para convencê-lo a tomar participação no movimento. Nos dias seguintes, os boatos de que uma conspiração estava em curso começaram a ganhar força e, no dia 14, informações falsas sobre a monarquia começaram a ser anunciadas em público com o objetivo de arregimentar apoiadores.
O golpe contra a monarquia seguiu no dia 15, quando o marechal Deodoro da Fonseca e tropas foram até o quartel-general localizado no Campo do Santana. Foi exigida a demissão do Visconde de Ouro Preto da presidência do gabinete ministerial. O visconde se demitiu e foi preso por ordem de Deodoro da Fonseca.
Entretanto, o marechal estava à espera de que o imperador fosse organizar um novo gabinete e, por isso, deu vivas a D. Pedro II e então retornou para seu domicílio. A derrubada do gabinete não colocou fim aos acontecimentos do dia 15, e as negociações políticas seguiram. Republicanos decidiram realizar uma sessão extraordinária na Câmara Municipal do Rio de Janeiro para que fosse realizada uma solenidade de Proclamação da República.
A Proclamação da República aconteceu na Câmara, sendo anunciada pelo vereador José do Patrocínio. Houve celebração nas ruas do Rio de Janeiro, com os envolvidos na proclamação puxando vivas à república e cantando A Marselhesa (canção revolucionária produzida durante a Revolução Francesa) nas ruas da capital.
Durante essa sucessão de acontecimentos, foi organizada uma tentativa de resistência sob a liderança de André Rebouças e Conde d’Eu, marido da Princesa Isabel, mas essa resistência fracassou. O imperador D. Pedro II permaneceu crente de que a situação seria facilmente resolvida, mas não foi assim que aconteceu.
Um governo provisório foi formado, o marechal Deodoro da Fonseca foi nomeado como presidente do Brasil (o primeiro de nossa história) e outros envolvidos com o golpe assumiram pastas importantes no governo. A família real foi expulsa no dia 16 de novembro e, no dia seguinte, embarcaram com seus bens para a cidade de Lisboa, em Portugal.
Acesse também: Quantos golpes de Estado houve no Brasil desde a Independência?
Quais foram as consequências?
A Proclamação da República mudou radicalmente a história brasileira. Trocaram-se os símbolos nacionais e novos heróis, como Tiradentes, foram estabelecidos. Além da mudança da forma de governo, o Brasil passou a ser uma nação com poder descentralizado, pois foi implantado o federalismo. Mudanças aconteceram no sistema eleitoral, pois o critério censitário foi abandonado, e foi estabelecido o sufrágio universal masculino para homens com mais de 21 anos.
O Brasil se tornou um Estado laico, e o presidencialismo tornou-se o sistema de governo. A organização da república tomou forma quando foi promulgada uma nova Constituição no ano de 1889. A década de 1890 ficou marcada por ser um período de disputa entre republicanos e monarquistas e deodoristas e florianistas."
Veja mais sobre "Proclamação da República" em: https://brasilescola.uol.com.br/historiab/proclamacaodarepublica.htm

21/11 a 25/11 - Economia Cafeeira
Módulo 16 - Pág. 162 a 186

O café reorganizou o cenário econômico brasileiro do século XIX e XX.
O café reorganizou o cenário econômico brasileiro do século XIX e XX.

A história da economia durante o Segundo Reinado perpassa inevitavelmente pelo processo de expansão de um novo gênero agrícola: o café. Desde os meados do século XVIII esse produto era considerado uma especiaria entre os consumidores europeus. Ao longo desse período, o seu consumo ganhou proporções cada vez mais consideráveis. De acordo com alguns estudiosos, essa planta chegou ao Brasil pela Guiana Francesa nas mãos do tenente-coronel Francisco de Melo Palheta.

Na segunda metade do século XVIII, por volta de 1760, foram registrados os primeiros relatos noticiando a formação de plantações na cidade do Rio de Janeiro. Na região da Baixada Fluminense as melhores condições de plantio foram encontradas ao longo de uma série de pântanos e brejos ali encontrados. No final desse mesmo século, as regiões cariocas da Tijuca, do Corcovado e do morro da Gávea estavam completamente tomadas pelas plantações de café.

O pioneirismo das plantações cariocas alcançou toda a região do Vale do Paraíba, sendo o principal espaço de produção até a década de 1870. Reproduzindo a mesma dinâmica produtiva do período colonial, essas plantações foram sustentadas por meio de latifúndios monocultores dominados pela mão-de-obra escrava. As propriedades contavam com uma pequena roça de gêneros alimentícios destinados ao consumo interno, sendo as demais terras inteiramente voltadas para a produção do café.

A produção fluminense, dependente de uma exploração sistemática das terras, logo começaria a sentir seus primeiros sinais de crise. Ao mesmo tempo, a proibição do tráfico de escravos, em 1850, inviabilizou os moldes produtivos que inauguraram a produção cafeeira do Brasil. No entanto, nesse meio tempo, a região do Oeste Paulista ofereceu condições para que a produção do café continuasse a crescer significativamente.

Os cafeicultores paulistas deram uma outra dinâmica à produção do café incorporando diferentes parcelas da economia capitalista. A mentalidade fortemente empresarial desses fazendeiros introduziu novas tecnologias e formas de plantio favoráveis a uma nova expansão cafeeira. Muitos deles investiam no mercado de ações, dedicavam-se a atividades comerciais urbanas e na indústria. Para suprir a falta de escravos atraíram mão-de-obra de imigrantes europeus e recorriam a empréstimos bancários para financiar as futuras plantações.

O curto espaço de tempo em que a produção cafeeira se estabeleceu foi suficiente para encerrar as constantes crises econômicas observadas desde o Primeiro Reinado. Depois de se fixar nos mercados da Europa, o café brasileiro também conquistou o paladar dos norte-americanos, fazendo com que os Estados Unidos se tornassem nosso principal mercado consumidor. Ao longo dessa trajetória de ascensão, o café, nos finais do século XIX, representou mais da metade dos ganhos com exportação.

A adoção da mão-de-obra assalariada, na principal atividade econômica do período, trouxe uma nova dinâmica à nossa economia interna. Ao mesmo tempo, o grande acúmulo de capitais obtido com a venda do café possibilitou o investimento em infra-estrutura (estradas, ferrovias...) e o nascimento de novos setores de investimento econômico no comércio e nas indústrias. Nesse sentido, o café contribuiu para o processo de urbanização do Brasil.

A predominância desse produto na economia nacional ainda apresenta resultados significativos no cenário econômico contemporâneo. Somente nas primeiras décadas do século XX que o café perdeu espaço para outros ramos da economia nacional. Mesmo assinalando um período de crescimento da nossa economia, o café concentrou um grande contingente de capitais, preservando os traços excessivamente agrários e excludentes da economia nacional.

Por Rainer Sousa
Mestre em História

14/11 a 18/11 - Revolução Praieira
Módulo 16 - Pág. 162 a 186

Revolução Praieira estendeu-se de 1848 a 1850, na província de Pernambuco, sendo a última revolta provincial ocorrida no Brasil durante o Período Imperial. Esse acontecimento foi motivado pelas disputas políticas travadas entre praieiros e conservadores durante a década de 1840.

Contexto

Na década de 1840, o Brasil estava no começo do reinado de D. Pedro II, coroado imperador em 1840 após o Golpe da Maioridade. Era um momento de acomodação política, mas também existiam tensões manifestas no país. A província de Pernambuco, uma das mais importantes do país, também enfrentava suas questões e acabou sediando a última rebelião provincial do Império no Brasil.

Primeiramente havia tensões na província de Pernambuco por conta da dificuldade de obtenção de mão de obra escrava. A partir de 1845, o Bill Aberdeen entrou em vigor, e a entrada de africanos escravizados no Brasil se tornou mais complicada. Isso gerava uma disputa entre as elites locais para garantir o acesso a essa mão de obra.

Recife foi palco da última rebelião provincial do Brasil Império.
Recife foi palco da última rebelião provincial do Brasil Império.

A economia pernambucana estava em crise porque a atividade açucareira estava decadente e isso afetava principalmente a vida das camadas mais pobres da província, porque o custo de vida aumentava cada vez mais. Outro problema que afetava Pernambuco era o desabastecimento de víveres, um problema antigo na província e que, desde a época de Maurício de Nassau, afetava a população.

Outro problema que era muito questionado pela população de Recife era a falta de empregos. Essa questão se agravou quando diversas obras públicas foram interrompidas ou finalizadas na gestão dos praieiros. O alto desemprego fez com que a xenofobia da população local fosse canalizada contra os portugueses, pois grande parte do comércio varejista estava nas mãos deles.

Por último e muito importante estava a briga política travada em Pernambuco. Essas disputas políticas pernambucanas tinham seu fator regional, mas, em geral, era uma reprodução da disputa entre Partido Liberal e Partido Conservador que acontecia no Rio de Janeiro. A briga política foi o fator definidor para que a Revolução Praieira acontecesse.

Partido Praieiro no poder

Período Regencial e todo o Segundo Reinado ficaram marcados pela grande disputa política entre liberais e conservadores, dois partidos que se revezavam no poder. Os liberais dominaram entre 1834-1837, e os conservadores ocuparam o poder de 1837 a 1840. Depois, os liberais retornaram ao poder entre 1840-1841 e, então, os conservadores assumiram no período entre 1841 a 1844.

Vale dizer que esse revezamento não acontecia por uma disputa “civilizada”. A competição, por vezes, assumia contornos de violência, sobretudo nos períodos eleitorais. A província de Pernambuco presenciou um ciclo desses quando os praieiros subiram ao poder.

Além da questão entre conservadores e liberais que também se reproduzia em Pernambuco, as disputas intraoligárquicas fizeram surgir uma terceira opção, conhecida como “Partido Praieiro”. Os praieiros eram uma dissidência do Partido Liberal que era contra a influência dos conservadores e da família Cavalcanti na província pernambucana.

Esse partido levou esse nome porque seus membros tinham suas ideias publicadas no jornal Diário Novo, que ficava na Rua da Praia, em Recife. Em 1845, os praieiros assumiram o poder de Pernambuco quando conseguiram a nomeação de Antônio Pinto Chichorro para ser o presidente da província. Essa nomeação está diretamente relacionada com o ciclo de 1844-1848, quando os liberais comandaram a política no Rio de Janeiro.

Os praieiros, agora no poder da província, iniciaram ações para perseguir os aliados da família Cavalcanti e dos conservadores. Eles contavam com a leniência do presidente da província para realizar essas ações. As intervenções dos praieiros aconteceram principalmente na Guarda Nacional e na Polícia Civil, embora também tenham sido realizadas em outras instituições.

Só na polícia e na Guarda Nacional foram cerca de 650 demissões. Essas demissões afetavam os aliados dos Cavalcanti e dos conservadores, e os novos contratados eram pessoas aliadas dos praieiros. O objetivo era retirar de cargos de influência todos os adversários políticos e preenchê-los com aliados.

A atuação dos praieiros não parou por aí. Eles também começaram a armar os seus aliados que haviam ocupado os cargos policiais e militares da província e iniciaram ações diretas contra os conservadores. Essas ações foram invasões de propriedades dos conservadores com o objetivo de desarmá-los, capturar criminosos que poderiam se esconder nessas propriedades e de localizar escravos furtados.

O resultado disso foi uma grande revolta entre os fazendeiros e donos de engenho aliados dos conservadores porque somente eles foram alvo de ações à procura de irregularidades, e os aliados dos praieiros permaneceram intocados. Obviamente isso gerou tensão na província e resultou até em pequenos conflitos armados.

Além disso, em Recife, o governo praieiro começou a agitar a população local. Os praieiros interromperam as obras públicas que eram realizadas na gestão dos conservadores, o que contribuiu para o aumento do desemprego. Entretanto, os praieiros tinham uma retórica que falava com o povo e mexia com a sua revolta.

Eles realizavam comícios e faziam a defesa da nacionalização do comércio a retalho, como era conhecido o comércio varejista na época. Esse comércio a retalho estava, em sua maioria, nas mãos de estrangeiros, principalmente portugueses e ingleses. A população recifense passou a ver a questão da nacionalização do comércio a retalho como a solução para os problemas do desemprego.

Um dos grandes agitadores das camadas populares era o deputado Nunes Machado, e a radicalização da população resultou em ataques contra os estrangeiros em Recife durante a gestão praieira. Esses ataques ficaram conhecidos como “mata-marinheiro”, e o de julho de 1848 foi o mais violento deles, resultando em saques de lojas, destruição e morte de seis portugueses.

Estouro da revolução e desfecho

A Revolução Praieira iniciou-se em novembro de 1848 em razão da disputa pelo poder entre praieiros e conservadores. O estopim foi a reviravolta política que aconteceu no país quando os conservadores retomaram o poder no Rio de Janeiro, em 1848. Consequentemente, o presidente da província de Pernambuco foi demitido da função e substituído por um conservador.

Os conservadores também retomaram o poder em Pernambuco e trataram logo de iniciar a vingança. Eles realizaram as mesmas ações feitas pelos praieiros, assim demissões começaram a acontecer e os aliados dos praieiros começaram a ser desarmados. A luta foi deflagrada porque os praieiros se recusaram a entregar o poder e suas armas aos conservadores.

Um dos primeiros grandes combates aconteceu quando um dono de engenhos chamado Manoel Pereira de Moraes se recusou a entregar suas armas. Uma confronto armado se iniciou e se espalhou pelo interior de Pernambuco. Os principais combates aconteceram entre novembro de 1848 a fevereiro de 1849, mas a Revolução Praieira se estendeu até 1850, por meio de uma guerrilha praieira que resistiu por todo esse período, mas que acabou fracassando.

Um dos grandes líderes praieiros foi Pedro Ivo, responsável por formar uma tropa de populares no interior da província. Ele atraiu forças do governo para fora de Recife, despistou-as e marchou para a capital, atacando-a em fevereiro de 1849. Ele levou cerca de 1600 homens nesse ataque, mas perdeu após mais de dez horas de batalha. Nessa batalha, o deputado Nunes Machado, um dos grandes nomes dos praieiros, morreu em combate.

O nome mais ligado com as camadas populares e que lutou na Revolução Praieira foi Borges da Fonseca. Ele foi crítico dos praieiros no período entre 1845-1848 e chegou a ser preso por suas críticas, mas quando os praieiros se rebelaram, ele aderiu à luta e se tornou um nome expressivo na hierarquia dos praieiros rebelados.

Os historiadores falam que Borges da Fonseca trouxe influências vindas do socialismo utópico, e ele chegou a elaborar um manifesto que sintetizava algumas dessas exigências. No chamado Manifesto ao Mundo, Borges da Fonseca exigiu voto livre e universal, liberdade de imprensa, nacionalização do comércio a retalho, extinção do Poder Moderador, etc.

A Revolução Praieira fracassou, e os liberais pagaram um alto preço por isso, pois permaneceram afastados do poder no Rio de Janeiro até a década de 1860, quando o partido já tinha passado por muitas mudanças.


07/10 a 11/11 - SEGUNDO REINADO
Módulo 16 - Pág. 162 a 186 (Apostila 04)


"Contexto e fases do Segundo Reinado
O Segundo Reinado iniciou-se em 1840 por meio do Golpe da Maioridade. Por meio desse movimento, os políticos brasileiros, pela via dos liberais, anteciparam a maioridade de D. Pedro II para que ele pudesse assumir o trono. Isso aconteceu porque os liberais queriam recuperar o poder que estava nas mãos dos conservadores e porque acreditavam que a coroação do imperador colocaria fim em todos os conflitos que se passavam no país.

Assim foi iniciado o Segundo Reinado, período que se estendeu por 49 anos e que pode ser dividido da seguinte maneira:
  • Consolidação (1840-1850): quando o imperador estava no poder e estabeleceu-o, a seu modo, sobre o país, colocando políticos e províncias rebeldes sob seu controle.
  • Auge (1850-1865): quando o poder do imperador era amplo e sua posição estava consolidada.
  • Declínio (1865-1889): quando surgem contestações contra a posição de D. Pedro II, e a economia do país não ia bem.
Política do Segundo Reinado
No caso da política durante o Segundo Reinado, o primeiro destaque a ser feito se dá pela atuação dos partidos políticos existentes. Os dois partidos que atuaram na política brasileira nesse período formaram-se durante o Período Regencial e eram conhecidos como Partido Conservador e Partido Liberal.

A disputa pelo poder realizada por conservadores e liberais era intensa e tinha impactos negativos para a política brasileira, pois gerava muita instabilidade. A saída encontrada pelo imperador foi promover uma política de revezamento em que conservadores e liberais alternavam-se na liderança do gabinete ministerial. Isso reduziu um pouco os conflitos.

Ambos partidos tinham leves diferenças de posição ideológica e de classe em que se apoiavam. Conservadores eram partidários de uma grande centralização do poder nas mãos do imperador, enquanto os liberais defendiam uma maior autonomia local para as províncias. Nesse sentido, as historiadoras Lilia Schwarcz e Heloísa Starling falam que conservadores sustentavam-se na “aliança da burocracia com o grande comércio e a grande lavoura de exportação”, e os liberais, em “profissionais liberais urbanos unidos à agricultura de mercado interno”|1|.

Apesar disso, uma crítica muito forte à atuação dos dois partidos e que já era realizada na época é a de que as divergências entre os liberais e conservadores eram quase inexistentes. Também se dizia, à época, que não havia nada mais parecido com um conservador do que um liberal no poder.

A distribuição do poder durante o Segundo Reinado acontecia de forma que o imperador tivesse amplos poderes na política. O imperador representava pessoalmente o Poder Moderador e estava à frente do Executivo. No Executivo também constava o Conselho de Estado. No caso do Legislativo, destacam-se os cargos de senador e deputado.

Por fim, da política brasileira, um último e importante destaque a ser mencionado é o que ficou conhecido como parlamentarismo às avessas. O Brasil funcionava como uma monarquia parlamentarista na qual o imperador interferia na política sempre que fosse necessário para garantir seus interesses. Assim, se fosse eleito um primeiro-ministro que não lhe agradasse, ele o destituía, e se a Câmara tomasse medidas que não lhe agradassem, ela era dissolvida.

Economia do Segundo Reinado
Em termos econômicos, o grande destaque vai para a economia cafeeira, que se consolidou durante o Segundo Reinado como o principal meio de produção da economia brasileira. As zonas produtoras de café do Brasil nesse período foram três: Vale do Paraíba (RJ/SP), Oeste Paulista (SP) e Zona da Mata (MG).

A produção do café aconteceu (primeiramente no Vale do Paraíba) utilizando-se, principalmente, de trabalhadores escravizados. Inclusive, à medida que o número de escravos foi sendo reduzido no país, as regiões produtores de café tornaram-se grandes compradoras de escravos. O Oeste Paulista utilizou, a princípio, a mão de obra escrava, mas, ao longo da década de 1880, essa foi substituída pelos imigrantes que passaram a chegar em grande volume no país.

Outro momento importante da economia brasileira, durante o Segundo Reinado, foi o de grande crescimento econômico marcado por algum desenvolvimento industrial: a Era Mauá. Tal prosperidade econômica aconteceu entre 1840-1860, e nela as receitas do Brasil aumentaram quatro vezes.

O crescimento econômico desse período é muito atribuído ao reflexo do fim do tráfico negreiro no país por meio da Lei Eusébio de Queirós, de 1850. Com essa lei, o tráfico negreiro foi proibido, e todos os recursos, que antes eram utilizados na aquisição de escravos, passaram a servir para outros investimentos. As exportações do país aumentaram, e o investimento em estradas de ferro, por exemplo, aumentou bastante.

Abolição da escravatura
Durante o Segundo Reinado, a abolição da escravatura foi um dos temas centrais e alvo de debates acalorados nos meios políticos. O ponto de partida para que a abolição fosse decretada no Brasil foi a Lei Eusébio de Queirós, decretada em 1850 e que estipulava a proibição do tráfico negreiro no país.

Com essa lei, a abolição era questão de tempo, uma vez que era o tráfico que mantinha o elevado número de escravos no Brasil. Iniciou-se aqui uma transição lenta e gradual, na qual o objetivo da elite econômica do país era postergar a abolição tanto quanto fosse possível. Durante esse período de transição, foram decretadas diversas leis, como a Lei de Terras, Lei do Ventre Livre e Lei dos Sexagenários.

A abolição da escravatura aconteceu em 13 de maio de 1888, quando a princesa Isabel assinou a Lei Áurea. O fim da escravidão foi resultado de uma intensa mobilização popular e da ação dos escravos rebelando-se contra essa instituição."



31/10 a 04/11 - OS EUA NO SÉC. XIX
Módulo 15 - Pág.143 a 161 (Apostila 04)

O conceito refere-se a império americano, considerando o comportamento político dos EUA a partir da segunda metade de 1800.

No caso dos Estados Unidos, o imperialismo esta enraizado na crença do diferencial em relação aos demais países do mundo em que teria como missão a difusão dos ideais de liberdade, a igualdade e a democracia.

Fatores Econômicos

Os governos dos EUA desenvolveram uma política econômica agressiva, arregimentando parceiros comerciais e atingindo, além da América, os mercados asiáticos assim que se tornou uma potência colonial nas Filipinas.

Fatores Políticos

No imperialismo, as noções de nacionalismo e patriotismo são exacerbadas, ligadas ao orgulho que influencia a imposição pelo militarismo.

Fatores Geográficos

A extensão territorial está entre as formas de garantir o comércio, mesmo tendo como principal competidor o continente europeu.

Além do escoamento da produção, o acesso a bens territoriais garante o acesso a recursos naturais e sua infindável riqueza biológica.

Entre os exemplos que demostram a imposição dos norte-americanos, está a anexação do Havaí, em 1898, quando os Estados Unidos passam a controlar todos os portos, o equipamento militar, os prédios e a propriedade pública do governo havaiano.

24/10 a 29/10 - O Darwinismo Social
Módulo 14 - Pág.117 a 142 (Apostila 04)

"O século XIX foi marcado pelo desenvolvimento do conhecimento científico. A busca por novas tecnologias, alavancada pela Revolução Industrial, fez com que os estudiosos se multiplicassem nas mais variadas áreas do conhecimento. Nessa época, várias academias e associações voltadas para o “progresso da ciência” reconheciam a figura dos cientistas e colocavam os mesmos como importantes agentes de transformação social.

No ano de 1859, um estudioso chamado Charles Darwin transformou uma longa caminhada de viagens, anotações e análises no livro “A origem das espécies”. Nas páginas daquela obra revolucionária nascia a teoria evolutiva, o mais novo progresso galgado pela ciência da época. Negando as justificativas religiosas vigentes, Darwin apontou que a constituição dos seres vivos é fruto de um longo e ininterrupto processo de transformação e adaptação ao ambiente."

"Polêmicas à parte, Darwin expôs que as espécies se transformavam a partir de uma seleção em que características mais adaptadas a um ambiente se tornavam predominantes. Com isso, os organismos que melhor se adaptavam a um meio poderiam sobreviver através do repasse de tais mudanças aos seus descendentes. Em contrapartida, os seres vivos que não apresentavam as mesmas capacidades acabavam fadados à extinção.

Com o passar do tempo, observamos que as noções trabalhadas por Darwin acabaram não se restringindo ao campo das ciências biológicas. Pensadores sociais começaram a transferir os conceitos de evolução e adaptação para a compreensão das civilizações e demais práticas sociais. A partir de então o chamado “darwinismo social” nasceu desenvolvendo a ideia de que algumas sociedades e civilizações eram dotadas de valores que as colocavam em condição superior às demais.

Na prática, essa afirmativa acaba sugerindo que a cultura e a tecnologia dos europeus eram provas vivas de que seus integrantes ocupavam o topo da civilização e da evolução humana. Em contrapartida, povos de outras regiões (como África e Ásia) não compartilhavam das mesmas capacidades e, por tal razão, estariam em uma situação inferior ou mais próxima das sociedades primitivas.

A divulgação dessas teorias serviu como base de sustentação para que as grandes potências capitalistas promovessem o neocolonialismo no espaço afro-asiático. Em suma, a ocupação desses lugares era colocada como uma benfeitoria, uma oportunidade de tirar aquelas sociedades de seu estado “primitivo”. Por outro, observamos que o darwinismo social acabou inspirando os movimentos nacionalistas, que elaboravam toda uma justificativa capaz de conferir a superioridade de um povo ou nação.

De fato, o darwinismo social criou métodos de compreensão da cultura impregnados de equívocos e preconceitos. Na verdade, ao falar de evolução, Darwin não trabalhava com uma teoria vinculada ao choque binário entre superioridade e inferioridade. Sendo uma experiência dinâmica, a evolução darwiniana acreditava que as características que determinavam a “superioridade” de uma espécie poderiam não ter serventia alguma em outros ambientes prováveis.

Com isso, podemos concluir que as sociedades africanas e asiáticas nunca precisaram necessariamente dos valores e invenções oferecidas pelo mundo ocidental. Isso, claro, não significa dizer que o contato entre essas culturas fora desastroso ou marcado apenas por desdobramentos negativos. Entretanto, as imposições da Europa “superior” a esses povos “inferiores” acabaram trilhando uma série de graves problemas de ordem, política, social e econômica.

Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola"


17/10 a 2/10 - O Imperialismo 
Módulo 14 - Pág.117 a 142 (Apostila 04)

Imperialismo

O Imperialismo ou Neocolonialismo surgiu no século XIX quando nações desenvolvidas iniciaram um processo de expansão territorial sobre outros locais na África, Ásia e Oceania.
Leopoldo II, rei da Bélgica, ficou marcado na história como o símbolo da crueldade imperialista praticada no Congo Belga.*
Leopoldo II, rei da Bélgica, ficou marcado na história como o símbolo da crueldade imperialista praticada no Congo Belga.*

Imperialismo é o nome dado para o conjunto de políticas que teve como objetivo promover a expansão territorial, econômica e/ou cultural de um país sobre outros. Esse termo pode ser usado para fazer menção a acontecimentos modernos, mas é comumente utilizado para se referir à política de expansão territorial e econômica promovida pelos países europeus em boa parte do planeta no século XIX.

Esse último uso do termo Imperialismo também pode ser chamado de Neocolonialismo, pois foi um novo processo de colonização – dessa vez da ÁfricaÁsia e Oceania. Como o próprio nome já sugere, o Imperialismo foi responsável pela formação de gigantes impérios ultramarinos. O historiador Eric Hobsbawm aponta que durante o ciclo neocolonialista, cerca de 25% das terras do planeta foram ocupadas por alguma potência imperialista|1|.

Hobsbawm também estipula, em dados estatísticos, quanto de território algumas das potências imperialistas conquistaram|2|:

  • Inglaterra: aumentou seu território em 10 milhões de km2
  • França: aumentou seu território em 9 milhões de km2
  • Alemanha: aumentou seu território em 2,5 milhões de km2
  • Bélgica e Itália: aumentou seu território em cerca de 2 milhões de km2

O Imperialismo mudou totalmente a organização do mapa da Terra. Impérios existentes nos continentes ocupados foram destruídos e suas populações foram colocadas sobre uma cruel exploração de seu trabalho. O funcionamento do sistema imperial baseado na intensa exploração das colônias e suas populações levou muitos a criticarem intensamente esse sistema, entre os quais está George Orwell, escritor e jornalista britânico, ao afirmar que:

“No sistema capitalista, para que a Inglaterra possa viver em relativo conforto, 100 milhões de indianos têm que viver à beira da inanição – um estado de coisas perverso, mas você consente com tudo isso cada vez que entra num táxi ou come morangos com creme”|3|.

Causas do Imperialismo

O Imperialismo é fruto do desenvolvimento do capitalismo, que nasceu com as transformações causadas pela Revolução Industrial. Essa revolução iniciou-se de maneira pioneira na Inglaterra, na segunda metade do século XVIII, e foi responsável por inúmeras mudanças. Consolidou o modo de produção industrial como predominante em detrimento da produção manufatureira.

Junto com a Revolução Industrial surgiram novas máquinas, novos meios de transporte, novos meios de comunicação, novas formas de explorar a produção e utilização de energia etc. A Revolução Industrial também trouxe inúmeras alterações nas relações de trabalho e na forma como o mercado internacional funcionava.

A Revolução Industrial marcou o desenvolvimento das indústrias e foi responsável pelo surgimento de economias globais. A concorrência econômica gerou nas nações industrializadas uma intensa necessidade de obter fontes de matérias-primas e novos mercados consumidores para adquirir as mercadorias produzidas.

A obtenção de novos mercados consumidores é apontado por Eric Hobsbawm como o grande fator que empurrou as nações industrializadas – não só as europeias – para a ocupação de novos territórios. Segundo ele, naquela época, acreditava-se que a superprodução de mercadorias era algo solucionado por meio da obtenção de novos mercados consumidores|4|. Assim, a ocupação de novos territórios era vista como a solução para garantir o desenvolvimento de suas próprias economias.


03/10 a 07/10 - 2ª Revolução Industrial
Módulo 12 - Pág.180 a 203

Segunda Revolução Industrial foi o período de avanço das inovações técnicas e produtivas no setor industrial que teve lugar entre a segunda metade do século XIX, a partir de 1850 aproximadamente, e o início do século XX. Suas características são observadas em outros países além da Inglaterra, como:

Utilizou-se da energia elétrica e do petróleo como fontes de energia, sendo o aço uma das principais matérias-primas. A partir de então, teve-se o aprimoramento de uma série de setores industriais e o surgimento de novas indústrias, o que refletiu de forma direta no sistema econômico, no ordenamento territorial e na vida cotidiana.

Leia também: Quais são os tipos de industrialização?

O que foi a Segunda Revolução Industrial?

A Segunda Revolução Industrial foi o período histórico caracterizado pela continuidade do processo de industrialização que teve início no século XVIII na Inglaterra. A partir de meados do século XIX, houve a ampliação tanto da escala territorial quanto do aparato tecnológico empregados nas novas indústrias, o que refletiu diretamente na produção e produtividade, na organização do trabalho nas unidades fabris e na forma de acumulação do capital.

Principais características da Segunda Revolução Industrial

A Segunda Revolução Industrial teve início em meados do século XIX e perdurou até a primeira metade do século XX, quando teve início a Segunda Guerra Mundial. As inovações tecnológicas que surgiram nesse período propagaram-se para outros países além da Inglaterra, sendo eles: Alemanha, França, Bélgica, Itália, Holanda, Japão e Estados Unidos.

Novas fontes de energia foram incorporadas ao processo produtivo e ampliaram, assim, a capacidade das fábricas. Foram elas o petróleo e a energia elétrica, que até então era utilizada somente em pesquisas e experimentos.

A adoção das novas fontes de energia com custos mais baixos permitiu a incorporação de máquinas e, portanto, o início da automação da produção fabril, levando à reorganização do processo produtivo. Ressalta-se, entretanto, que a adoção de máquinas em substituição ao trabalho braçal ganhou mais força no período subsequente, na Terceira Revolução Industrial.

Diante desse cenário, surgiram diferentes teorias a respeito da racionalização do trabalho e otimização da produção, como o fordismo e o taylorismo.

O aço passou a ser utilizado como matéria-prima, dando origem, assim, a grandes metalúrgicas e siderúrgicas. A logística e os transportes foram alguns dos beneficiários dessa inovação, sobretudo a partir da construção de estradas de ferro, navios, estruturas portuárias e do surgimento da indústria automobilística.

A Segunda Revolução caracterizou-se, ainda, pelo maior desenvolvimento da indústria química, responsável por produtos derivados do petróleo, fertilizantes e medicamentos.

O uso de eletricidade foi uma das inovações desse período. Na imagem, o primeiro gerador elétrico, construído por Nikola Tesla e George Westinghouse.
O uso de eletricidade foi uma das inovações desse período. Na imagem, o primeiro gerador elétrico, construído por Nikola Tesla e George Westinghouse.

Causas da Segunda Revolução Industrial

Atribui-se à eclosão de uma série de revoluções atreladas à crescente burguesia europeia as causas da Segunda Revolução Industrial, quando houve o desenvolvimento e fortalecimento de novos ideais econômicos, como o liberalismo.

Esse período estendeu-se desde o século XVII, na Inglaterra, com as consequências da Revolução Gloriosa para a burguesia e para a economia de modo geral, com grandes investimentos sendo feitos na produção e no aprimoramento tecnológico. A partir do século XVIII, o movimento filosófico do iluminismo passou a fundamentar os ideais das principais transformações de cunho econômico e social que tiveram lugar na Europa da época.

Proveniente da Primeira Revolução Industrial, a acumulação de capitais e a formação de uma nova estrutura econômica permitiram um maior volume de investimentos no desenvolvimento de novas tecnologias produtivas e na busca de métodos mais baratos de produção, garantindo, assim, a ampliação dos lucros. Adentrava-se, portanto, na Segunda Revolução Industrial.

Segunda Revolução Industrial e o imperialismo

imperialismo do século XIX esteve intrinsecamente ligado ao avanço da Segunda Revolução Industrial e à multiplicação das grandes empresas nos países industrializados, bem como à acumulação de capitais decorrentes desse processo.

Inicialmente, as nações industrializadas voltaram-se para o exterior em busca da ampliação do mercado consumidor e de novas fontes de matérias-primas para o suprimento da indústria doméstica. Sendo assim, voltaram-se para os países da Ásia, da Oceania e principalmente da África.

Os interesses econômicos rapidamente adquiriram caráter político e ideológico, razão pela qual o imperialismo é também denominado neocolonialismo. Destaca-se a realização da Conferência de Berlim entre 1884 e 1885, quando houve a partilha do continente africano entre os países industrializados da Europa, constituindo-se as colônias.

Consequências da Segunda Revolução Industrial

A Segunda Revolução Industrial acarretou uma série de consequências que abrangem desde a organização territorial até a vida cotidiana da população dos países industrializados.

O processo contínuo de acumulação do capital e de transformação da indústria, que condicionou a formação dos monopólios e oligopólios, deu origem ao capitalismo financeiro.

Em se tratando da produção, a maior eficácia derivada da automatização dos processos elevou a produtividade das indústrias e proporcionou um maior volume de mercadorias que chegavam ao público. Esse, por sua vez, teve a sua disposição uma grande variedade de produtos.

agricultura também se beneficiou das inovações tecnológicas do período, com fertilizantes e adubos que proporcionaram ganhos produtivos.

Houve, também, o avanço da urbanização, caracterizada tanto pelo êxodo rural quanto pela construção de novas estruturas essencialmente urbanas no espaço. Exemplos são as ferrovias e as redes de transmissão de energia elétrica. O início da automação da produção, por outro lado, trouxe o desemprego e, por conseguinte, aumento da pobreza urbana.

Invenções da Segunda Revolução Industrial

A Segunda Revolução Industrial resultou em uma série de invenções, dentre as quais se destacam:

  • Motor à combustão e elétrico;
  • Lâmpada incandescente;
  • Trens a vapor e ferrovias;
  • Navios de aço;
  • Automóvel;
  • Telégrafo, telefone, televisão;
  • Dínamo elétrico;
  • Plásticos, lubrificantes, e outros produtos sintéticos derivados do petróleo;
  • Fertilizantes e adubos.
O telégrafo é uma das invenções da Segunda Revolução Industrial.
O telégrafo é uma das invenções da Segunda Revolução Industrial.

Brasil da Segunda Revolução Industrial

Enquanto a Segunda Revolução Industrial estava em curso, o Brasil dava os primeiros passos no sentido da industrialização e da modernização produtiva.

Durante o final do século XIX e início do XX, o país vivia o ciclo do café, passando do seu momento de maior importância para a fase de declínio, findando na década de 1930. O período foi marcado pela grande acumulação de capitais e pelo início da história ferroviária do país bem como do processo de industrialização no território nacional.

Considerando-se os elementos que caracterizaram a Segunda Revolução Industrial, essa fase chegou à economia brasileira a partir da década de 1930, na Era Vargas, com a crise cafeeira e a implantação da substituição das importações. Tem-se, a partir de então, o maior direcionamento de investimentos para o setor industrial e o desenvolvimento de setores como o da siderurgia e da exploração petrolífera.

Revolução Industrial

Revolução Industrial consistiu no advento de novas tecnologias destinadas à produção e em métodos produtivos que resultaram em transformações profundas na estrutura econômica, social e até mesmo política, inicialmente, na Inglaterra, no século XVIII, e atingindo outros países a partir da segunda metade do século XIX.

Primeira Revolução Industrial situou-se entre 1760 e 1850, tendo se restringido à Inglaterra. Destacou-se pela organização dos trabalhadores na unidade fabril e pelo advento da maquinofatura, com o surgimento da máquina a vapor, dos teares mecânicos e da máquina de fiar. A principal indústria do período era a têxtil.

Terceira Revolução Industrial aconteceu a partir do final da Segunda Guerra Mundial até aproximadamente 1980. Ficou conhecida também como Revolução Técnico-Científica, marcada pelo aprimoramento das telecomunicações, da informática e da robótica, da eletrônica bem como da biotecnologia. O sistema de organização do trabalho e da produção passou a ser o toyotismo.

Identifica-se, por fim, uma Quarta Revolução Industrial, que diz respeito à aceleração das tecnologias da informação e da comunicação, com destaque para a inteligência artificial, robótica, nanotecnologias e correlacionados. A chamada Indústria 4.0 foca no aumento da vivência nos espaços virtuais e na maior integração entre os mundos digital e físico.

Resumo sobre a Segunda Revolução Industrial

  • A Segunda Revolução Industrial aconteceu entre meados do século XIX e a primeira metade do século XX até o início da Segunda Guerra Mundial;
  • Abrangeu mais países, como Alemanha, França, Bélgica, Itália, Holanda, Japão e Estados Unidos.
  • eletricidade e o petróleo foram as principais fontes de energia, e o aço, uma das matérias-primas mais importantes.
  • Houve o surgimento de grandes empresas, como a metalúrgica, siderúrgica e automobilística, e aperfeiçoamento de outras, como a química.
  • Possuiu relação direta com o imperialismo, inicialmente em busca de matérias-primas e mercado consumidor e culminando no processo de neocolonialismo;
  • Algumas de suas principais invenções foram os motores à combustão e elétrico, materiais sintéticos, meios de comunicação, como o telégrafo, e ferrovias;
  • Foram algumas de suas consequências: aumento da produtividade na indústria e na agricultura, maior variedade de mercadorias, racionalização do trabalho (fordismo e taylorismo), surgimento do capitalismo financeiro, e crescimento das áreas urbanas.
  • No Brasil, os signos da Segunda Revolução Industrial passaram a propagar-se a partir da década de 1930.

26/09 a 30/09 - Projeto Primavera e viagem para O Museu de Morfologia 

19/09 a 23/09 - CORREÇÃO DO RAA

12/09 a 16/09 - O Período Regencial

Módulo 11 - Pág. 157 a 179

Período Regencial (1831- 1840) foi a época em que o Brasil foi governado por regências, pois o herdeiro do trono era menor de idade.

Este período é caracterizado por momentos de grande conturbação no Brasil com várias revoltas civis.

Termina com o Golpe da Maioridade que levou ao trono D. Pedro II aos catorze anos de idade.

Características do Período Regencial

Dom Pedro I enfrentava vários problemas internos como falta de apoio das elites econômicas e externos, como a derrota na Guerra da Cisplatina.

Além disso, com a morte de Dom João VI, em Portugal, ele havia sido aclamado D. Pedro IV de Portugal.

Neste momento em que o imperador perde a sua popularidade, decide abdicar ao trono brasileiro. Nessa altura, porém, o seu herdeiro, D. Pedro II, não podia governar, pois tinha 5 anos de idade. A solução, prevista pela Constituição de 1824, era formar uma Regência até que D. Pedro II atingisse a maioridade.

Revoltas do Período Regencial

Abre-se uma época de grande disputa de poder e instabilidade política que dão origem a uma série conflitos:

  • Cabanagem, na Província do Grão-Pará (1835 – 1840);
  • Guerra dos Farrapos (ou Revolução Farroupilha), na Província de São Pedro do Rio Grande do Sul (1835 – 1845);
  • Revolta dos Malês, Província da Bahia (1835);
  • Sabinada, na Província da Bahia (1837 – 1838);
  • Balaiada, na Província do Maranhão (1838 – 1841).
Dom Pedro I em uniforme militar entrega para para Miguel de Frias a abdicação ao trono. Atrás dele, sentados, a imperatriz dona Amélia chora e amparando D. Pedro II
A abdicação do primeiro Imperador do Brasil, D. Pedro I. Autor: Aurélio de Figueiredo (1911)

As Regências

O Período Regencial contou com as seguinte regências:

  • Regência Trina Provisória (Abril a Julho de 1831)
  • Regência Trina Permanente (1831 a 1834)
  • Regência Una do Padre Feijó (1835 – 1837)
  • Regência Una de Araújo Lima (1837 – 1840)

Grupos políticos do Período Regencial

Nessa altura, havia três grupos políticos defendendo cada qual uma posição distinta de governo:

Liberais moderados (também conhecidos como ximangos): defendiam o centralismo político da monarquia constitucional;

Liberais exaltados (apelidados de farroupilhas): defendiam a federalização do governo, com mais poderes para as províncias e o fim do Poder Moderador.

Restauradores (ou caramurus): eram a favor do regresso de D. Pedo I. Após a morte deste, em 1834, vários membros entraram para partido dos liberais moderados.

Guarda Nacional (1831)

Em 1831 foi criada a Guarda Nacional para contrabalançar o poder que o Exército tinha no governo. Este corpo armado seria integrado por cidadãos que tivessem direito a voto ou seja, a elite brasileira. desempenharia um importante papel na política brasileira.

Ato Adicional (1834)

O Ato Adicional foi um conjuntos de propostas de caráter liberal introduzidos na Constituição de 1824.

Entre essas medidas podemos destacar a criação de Assembleias Legislativas Provinciais cujo deputados teriam mandato de dois anos e os governos provinciais podiam criar impostos, contratar e demitir funcionários.

Também foi determinado que regência seria exercida por uma só pessoa e não três. O primeiro regente foi o padre Antônio Feijó.

Fim do Período Regencial

As consequências da instabilidade política são as revoltas regências ocorridas em vários pontos do Brasil como vimos acima.

Com o objetivo de acabar com a desordem e agitação, que levaria à desintegração do território brasileiro, o Partido Liberal propõe que a maioridade de D. Pedro II seja antecipada.

A ideia é levada à votação na Câmara, mas não é aprovada. Desta maneira, os políticos tramam o Golpe da Maioridade, declarando D. Pedro II maior de idade aos 14 anos.

Um ano depois, D. Pedro começa a governar o Brasil e tem início o Segundo Reinado.



05/09 a 09/09 - Abdicação de Dom Pedro I

Renúncia de D. Pedro I

As posturas autoritárias de D. Pedro I geraram forte insatisfação, principalmente entre as elites do Nordeste. Essa insatisfação foi intensificada nessa região com a influência de Cipriano Barata e Joaquim do Amor Divino, também conhecido como frei Caneca. Eles veiculavam suas críticas ao imperador em jornais que circulavam em Pernambuco, chamados Sentinela da Liberdade (Cipriano Barata) e Tífis Pernambucano (frei Caneca).

Além do autoritarismo do imperador, os altos impostos e os impactos ideológicos que a Revolução Pernambucana de 1817 ainda geravam nessa região levaram a província de Pernambuco a uma nova rebelião: a Confederação do Equador. Essa revolta iniciou-se em 2 de julho de 1824 e foi liderada por frei Caneca e Manoel de Carvalho Paes de Andrade.

A Confederação do Equador, assim como a Revolução Pernambucana, possuía caráter separatista e defendia o republicanismo. Essa revolta espalhou-se por outras regiões do Nordeste brasileiro, como as províncias da Paraíba, do Ceará e do Rio Grande do Norte. Em setembro de 1824, as tropas imperiais já haviam retomado Recife e controlado essa revolta. Os envolvidos foram duramente reprimidos, e frei Caneca, por exemplo, foi executado.

Além da Confederação do Equador, outra revolta eclodiu na Cisplatina, província ao sul que havia sido integrada por D. João VI ao invadir a região e derrotar José Artigas na década de 1810. A revolta na Cisplatina declarava a separação dessa região do Brasil e sua anexação às Províncias Unidas do Rio da Prata (atual Argentina). Isso deu início, em 1825, a um conflito conhecido como Guerra da Cisplatina.

A Guerra da Cisplatina foi, portanto, um conflito travado entre o Império brasileiro contra o governo de Buenos Aires pelo controle da Cisplatina. Essa guerra estendeu-se de maneira desgastante durante três anos e, por mediação da Inglaterra, um acordo de paz foi assinado em 1828 entre os dois governos. Ambos os países abriram mão da Banda Oriental, e foi concedida a independência para a região sob o nome de República Oriental do Uruguai.

Esse acordo foi visto como uma derrota, pois o Brasil não conseguiu retomar o controle sobre a Cisplatina. Além disso, o envolvimento do Brasil nessa guerra prejudicou enormemente a economia, e a soma dos fatores (autoritarismo político, derrota na guerra e crise econômica) resultou no enfraquecimento da posição de D. Pedro I.

D. Pedro I procurou reforçar sua posição alinhando-se cada vez mais ao lado do “Partido Português”, isto é, portugueses que haviam sido contrários à independência e que agora defendiam a manutenção de D. Pedro I no poder. Isso agravou o quadro de insatisfação política, e os desentendimentos entre o “Partido Português” e o “Partido Brasileiro” intensificaram-se, o que levou D. Pedro I a abdicar do trono do Brasil em 7 de abril de 1831 em favor de seu filho, Pedro de Alcântara.

A abdicação de D. Pedro I ao trono brasileiro em favor de seu filho deu início a um período da história brasileira conhecido como Período Regencial, no qual Pedro de Alcântara tinha apenas cinco anos e, portanto, não tinha idade legal para assumir o trono brasileiro.


29/08 a 02/09 - O Primeiro Reinado
Módulo 11 - Pág. 157 a 179

Os primeiros dois anos do Brasil como nação independente tiveram como principal debate (além da procura pelo reconhecimento internacional) a elaboração de uma constituição para o país. Esse documento seria elaborado por uma [Assembleia] Constituinte que havia sido escolhida em eleições realizadas após a independência.

A Constituinte assumiu suas funções em maio de 1823, e a elaboração da Constituição gerou desentendimentos profundos entre os deputados e D. Pedro I. O grande debate era acerca do alcance dos poderes políticos do imperador. Os constituintes queriam que os poderes do imperador fossem limitados e que ele não tivesse a permissão de dissolver a Constituinte quando bem entendesse. Essa postura dos constituintes, de procurar limitar o poder real, naturalmente, gerou insatisfação em D. Pedro I, que defendia que seu poder fosse centralizador e autoritário sobre a nação.

Essa disputa entre os constituintes e o imperador resultou em um evento conhecido como Noite da Agonia. No dia 12 de novembro de 1823, por ordens de D. Pedro I, militares invadiram a Assembleia Constituinte e prenderam os deputadores opositores do imperador. Com isso, a constituição que havia sido elaborada foi barrada por D. Pedro I.

Essa medida de D. Pedro I aconteceu porque, em setembro do mesmo ano, a Constituinte havia finalizado a elaboração da constituição que, além de possuir um caráter liberal, também limitava os poderes reais. A partir da prisão de seus opositores e da impugnação desse documento, D. Pedro I formou um Conselho de Estado e passou a elaborar uma constituição que lhe agradasse.

A constituição elaborada por D. Pedro I e seu conselho foi outorgada, isto é, foi imposta por vontade do imperador no dia 25 de março de 1824. Portanto, a primeira constituição brasileira foi produto do autoritarismo e definida de cima para baixo. Esse conjunto de regras também possuía alguns princípios liberais, porém dava poderes irrestritos ao imperador brasileiro.

Constituição de 1824 tinha como principais fundamentos estabelecidos:

  • Existência de quatro poderes: o executivo, legislativo, judiciário e o poder moderador. O poder moderador representava unicamente a figura do imperador e cedia-lhe direitos políticos plenos.
  • O imperador foi considerada figura sagrada e inviolável.
  • Forma de governo escolhida foi a monarquia, com a transmissão do poder feita de maneira hereditária.
  • As eleições foram estabelecidas como indiretas, e o direito ao voto era censitário, ou seja, foram estabelecidos critérios de renda para determinar quem teria direito ao voto. Além desses critérios, foi estabelecido que somente homens livres e com mais de 25 anos poderiam votar.
  • A constituição também garantiu alguns direitos individuais importantes, como tolerância religiosa (foi permitido o culto privado a outras religiões que não fossem o catolicismo), proteção à propriedade privada etc.

22 a 26/08 - Atividade em Sala

Leia o Módulo 9 do Caderno 3 (Pág. 117 a139) e faça as atividades da Apostila:

  • Atividade 1 – Pág. 120
  • Atividade 2 – Pág. 129
  • Atividade 3 – Pág. 133 e 134

15 a 19/08 - O Brasil independente
Módulo 10 - Pág. 140 a 156 (Apostila 3).

Primeiro Reinado foi a primeira fase da história do Brasil após a conquista da independência. Esse período foi iniciado em 1822 e foi finalizado em 1831 quando Dom Pedro I renunciou ao trono do Brasil em favor de seu filho (futuro Dom Pedro II). Esse período foi marcado pela consolidação da independência do Brasil e principalmente pelo autoritarismo de Dom Pedro I, fator esse que lhe custou o trono.

Consolidação da independência do Brasil

O Primeiro Reinado foi iniciado logo após a proclamação da independência do Brasil por Dom Pedro I, às margens do rio Ipiranga, em 1822. Esse evento foi o marco que consolidou o fim da colonização do Brasil. O movimento de independência foi resultado direto das pressões realizadas pelas Cortes formadas durante a Revolução Liberal do Porto.

Dom Pedro I, orientado por seu pai, Dom João VI, conduziu o processo de independência do Brasil, uma vez que as pressões realizadas por Portugal mostraram-se grandes a ponto de causar a ruptura entre Brasil e Portugal. Dom Pedro, durante esse período, recebeu as orientações de sua esposa D. Leopoldina e de José Bonifácio.

Com a declaração de independência, foi iniciada uma guerra de independência em algumas partes do Brasil, uma vez que ainda havia tropas leais aos portugueses. Algumas das províncias brasileiras que se rebelaram foram o Pará e o Maranhão, por exemplo, e essa guerra de independência estendeu-se até 1824. A mediação realizada pelos ingleses levou ao reconhecimento da independência do Brasil por Portugal em 1825.

Os portugueses reconheceram nossa independência mediante pagamento de uma indenização de dois milhões de libras e a garantia de que o Brasil não incentivaria movimentos independentistas em outras colônias portuguesas. O primeiro país a reconhecer a independência do Brasil foram os Estados Unidos, que o fizeram em 1824.

Em razão da independência do nosso país em 1822, Dom Pedro foi coroado imperador do Brasil, tornando-se, assim, Dom Pedro I. A nossa independência, portanto, foi responsável por fazer do Brasil o único país de toda a América do Sul a tornar-se uma monarquia.

Saiba mais: https://escolakids.uol.com.br/historia/o-brasil-durante-o-primeiro-reinado.htm#:~:text=custou%20o%20trono.-,Consolida%C3%A7%C3%A3o%20da%20independ%C3%AAncia%20do%20Brasil,fim%20da%20coloniza%C3%A7%C3%A3o%20do%20Brasil.

08 a 12/08 - A Independência do Brasil
Módulo 9 - Pág. 117 a 140 (Apostila 3).

Resumo sobre a independência do Brasil:
  • Durante o Período Joanino, medidas modernizadoras foram implantadas no Brasil.
  • Em 1815, o Brasil foi elevado à condição de Reino Unido e, assim, o Brasil deixou de ser colônia.
  • Em 1820, a Revolução Liberal do Porto foi iniciada em Portugal e reivindicava o retorno do rei português.
  • Com o retorno de D. João VI para Portugal, D. Pedro foi colocado como regente do Brasil.
  • As cortes portuguesas exigiam a revogação das medidas implantadas no Brasil e o retorno do príncipe regente.
  • Durante o “Dia do Fico”, D. Pedro declarou que permaneceria no Brasil.
  • No “Cumpra-se”, determinou-se que as ordens portuguesas só seriam cumpridas no Brasil com o aval de D. Pedro.
  • O grito da independência – se de fato tiver acontecido – ocorreu nas margens do Rio Ipiranga, no dia 7 de setembro de 1822.
  • Em 12 de outubro de 1822, D. Pedro foi aclamado imperador e no dia 1º de dezembro de 1822 ele foi coroado D. Pedro I.
  • Houve conflitos após a declaração de independência, na Bahia, no Pará, no Maranhão e na Cisplatina."



01/08 - 05/08 - Revoltas Nativistas e Separatistas

As Revoltas do Período Colonial Brasileiro se dividiram entre interesses nativistas e interesses separatistas.

O Brasil foi colonizado por Portugal a partir de 1500, mas a efetiva exploração do território não começou no mesmo ano. Inicialmente, os portugueses apenas extraíam das terras brasileiras o pau-brasil que era trocado com os indígenas. Na falta de metais preciosos, que demoraram ser encontrados, esse tipo de relação de troca, chamada escambo, permaneceu por algumas décadas. A postura dos portugueses em relação ao Brasil só se alterou quando a ameaça de perder a nova terra e seus benefícios para outras nacionalidades aumentou.

Com o desenvolvimento da exploração do Brasil em sentido colonial, ou seja, tudo que era produzido em território brasileiro iria para Portugal, a metrópole e detentora dos lucros finais. Esse tipo de relação estava inserido na lógica do Mercantilismo que marcava as ligações de produção e lucro entre colônias e suas respectivas metrópoles. O modelo que possui essas características é chamado de Pacto Colonial, mas as recentes pesquisas de historiadores estão demonstrando novas abrangências sobre a rigidez desse tipo de relação comercial. Ao que parece, o Pacto Colonial não era tão rígido como se disse por muitos anos, a colônia tinha certa autonomia para negociar seus produtos e apresentar seus interesses.

De toda forma, é certo que o tipo de relação entre metrópole e colônia envolveu a prática da exploração. O objetivo das metrópoles era auferir o máximo de lucros possíveis com a produção das colônias. No Brasil, antes do ouro ser encontrado e causar grande alvoroço, a cana-de-açúcar era o principal produto produzido, na região Nordeste.

A exploração excessiva que era feita pela metrópole portuguesa teve seus reflexos de descontentamento a partir do final do século XVII. Neste, ocorreu apenas um movimento de revolta, mas foi ao longo do século XVIII que os casos se multiplicaram. Entre todos esses movimentos, podem-se distinguir duas orientações nas revoltas: a de tipo nativista e a de tipo separatista. As revoltas que se encaixam no primeiro modelo são caracterizadas por conflitos ocorridos entre os colonos ou defesa de interesses de membros da elite colonial. Somente as revoltas de tipo separatista que pregavam uma independência em relação a Portugal.

Entre as revoltas nativistas mais importantes estão: Revolta de BeckmanGuerra dos EmboabasGuerra dos Mascates e a Revolta de Filipe dos Santos.

São revoltas separatistas: Inconfidência Mineira e Conjuração Baiana.

Revolta dos Beckman ocorreu no ano de 1684 sob liderança dos irmãos Manuel Tomas Beckman. O evento que se passou no Maranhão reivindicava melhorias na administração colonial, o que foi visto com maus olhos pelos portugueses que reprimiram os revoltosos violentamente. Foi a única revolta do século XVII.

Guerra dos Emboabas foi um conflito que ocorreu entre 1708 e 1709. O confronto em Minas Gerais aconteceu porque os bandeirantes paulistas queriam ter exclusividade na exploração do ouro recém descoberto no Brasil, mas levas e mais levas de portugueses chegavam à colônia para investir na exploração. A tensão culminou em conflito entre as partes

Guerra dos Mascates aconteceu logo em seguida, entre 1710 e 1711. O confronto em Pernambuco envolveu senhores de engenho de Olinda e comerciantes portugueses de Recife. A elevação de Recife à categoria de vila desagradou a aristocracia rural de Olinda, gerando um conflito. O embate chegou ao fim com a intervenção de Portugal e equiparação entre Recife e Olinda.

Revolta de Filipe dos Santos aconteceu em 1720. O líder Filipe dos Santos Freire representou a insatisfação dos donos de minas de ouro em Vila Rica com a cobrança do quinto e a instalação das Casas de Fundição. A Coroa Portuguesa condenou Filipe dos Santos à morte e encerrou o movimento violentamente.

Inconfidência Mineira, já com caráter de revolta separatista, aconteceu em 1789. A revolta dos mineiros contra a exploração dos portugueses pretendia tornar Minas Gerais independente de Portugal, mas o movimento foi descoberto antes de ser deflagrado e acabou sendo punido com rigidez pela metrópole. Tiradentes foi morto e esquartejado em praça pública para servir de exemplo aos demais do que aconteceria aos descontentes com Portugal.

Conjuração Baiana, também separatista, ocorreu em 1798. O movimento ocorrido na Bahia pretendia separar o Brasil de Portugal e acabar com o trabalho escravo. Foi severamente punida pela Coroa Portuguesa.

Fontes:

Donato, Hernâni. Dicionário das batalhas brasileiras. São Paulo: Ibrasa, 1987.




11/07 - Semana de prova e correção do RAA

04 - 06/07 - Os Libertadores da América
Módulo 07 - Pág. 175 a 193

Bolívar, grande líder das independências americanas.
Bolívar, grande líder das independências americanas.
O processo de independência da América Espanhola ocorreu em um conjunto de situações experimentadas ao longo do século XVIII. Nesse período, observamos a ascensão de um novo conjunto de valores que questionava diretamente o pacto colonial e o autoritarismo das monarquias. O iluminismo defendia a liberdade dos povos e a queda dos regimes políticos que promovessem o privilégio de determinadas classes sociais.

Sem dúvida, a elite letrada da América Espanhola inspirou-se no conjunto de ideias iluministas. A grande maioria desses intelectuais era de origem criolla, ou seja, filhos de espanhóis nascidos na América desprovidos de amplos direitos políticos nas grandes instituições do mundo colonial espanhol. Por estarem politicamente excluídos, enxergavam no iluminismo uma resposta aos entraves legitimados pelo domínio espanhol, ali representado pelos chapetones.

Ao mesmo tempo em que houve toda essa efervescência ideológica em torno do iluminismo e do fim da colonização, a pesada rotina de trabalho dos índios, escravos e mestiços também contribuiu para o processo de independência. As péssimas condições de trabalho e a situação de miséria já tinham, antes do processo definitivo de independência, mobilizado setores populares das colônias hispânicas. Dois claros exemplos dessa insatisfação puderam ser observados durante a Rebelião Tupac Amaru (1780/Peru) e o Movimento Comunero (1781/Nova Granada).

No final do século XVIII, a ascensão de Napoleão frente ao Estado francês e a demanda britânica e norte-americana pela expansão de seus mercados consumidores serão dois pontos cruciais para a independência. A França, pelo descumprimento do Bloqueio Continental, invadiu a Espanha, desestabilizando a autoridade do governo sob as colônias. Além disso, Estados Unidos e Inglaterra tinham grandes interesses econômicos a serem alcançados com o fim do monopólio comercial espanhol na região.

É nesse momento, no início do século XIX, que a mobilização ganha seus primeiros contornos. A restauração da autoridade colonial espanhola seria o estopim do levante capitaneado pelos criollos. Contando com o apoio financeiro anglo-americano, os criollos convocaram as populações coloniais a se rebelarem contra a Espanha. Os dois dos maiores líderes criollos da independência foram Simon Bolívar e José de San Martin. Organizando exércitos pelas porções norte e sul da América, ambos sequenciaram a proclamação de independência de vários países latino-americanos.

No ano de 1826, com toda América Latina independente, as novas nações reuniram-se no Congresso do Panamá. Nele, Simon Bolívar defendia um amplo projeto de solidariedade e integração político-econômica entre as nações latino-americanas. No entanto, Estados Unidos e Inglaterra se opuseram a esse projeto, que ameaçava seus interesses econômicos no continente. Com isso, a América Latina acabou mantendo-se fragmentada.

O desfecho do processo de independência, no entanto, não significou a radical transformação da situação socioeconômica vivida pelas populações latino-americanas. A dependência econômica em relação às potências capitalistas e a manutenção dos privilégios das elites locais fizeram com que muitos dos problemas da antiga América Hispânica permanecessem presentes ao longo da História latino-americana.

Por Rainer Sousa
Mestre em História

27 - 29/06 - GINCANA /FESTA JUNINA

22/06 - Viagem para Ouro Preto

20/06 - Preparação para a viagem de Ouro Preto

13 e 15/06 - Independência na América Espanhola
Módulo 07 - Pág. 175 a 193

Sem dúvida, a elite letrada da América Espanhola inspirou-se no conjunto de ideias iluministas. A grande maioria desses intelectuais era de origem criolla, ou seja, filhos de espanhóis nascidos na América desprovidos de amplos direitos políticos nas grandes instituições do mundo colonial espanhol. Por estarem politicamente excluídos, enxergavam no iluminismo uma resposta aos entraves legitimados pelo domínio espanhol, ali representado pelos chapetones.

Ao mesmo tempo em que houve toda essa efervescência ideológica em torno do iluminismo e do fim da colonização, a pesada rotina de trabalho dos índios, escravos e mestiços também contribuiu para o processo de independência. As péssimas condições de trabalho e a situação de miséria já tinham, antes do processo definitivo de independência, mobilizado setores populares das colônias hispânicas. Dois claros exemplos dessa insatisfação puderam ser observados durante a Rebelião Tupac Amaru (1780/Peru) e o Movimento Comunero (1781/Nova Granada).

No final do século XVIII, a ascensão de Napoleão frente ao Estado francês e a demanda britânica e norte-americana pela expansão de seus mercados consumidores serão dois pontos cruciais para a independência. A França, pelo descumprimento do Bloqueio Continental, invadiu a Espanha, desestabilizando a autoridade do governo sob as colônias. Além disso, Estados Unidos e Inglaterra tinham grandes interesses econômicos a serem alcançados com o fim do monopólio comercial espanhol na região.

É nesse momento, no início do século XIX, que a mobilização ganha seus primeiros contornos. A restauração da autoridade colonial espanhola seria o estopim do levante capitaneado pelos criollos. Contando com o apoio financeiro anglo-americano, os criollos convocaram as populações coloniais a se rebelarem contra a Espanha. Os dois dos maiores líderes criollos da independência foram Simon Bolívar e José de San Martin. Organizando exércitos pelas porções norte e sul da América, ambos sequenciaram a proclamação de independência de vários países latino-americanos.

No ano de 1826, com toda América Latina independente, as novas nações reuniram-se no Congresso do Panamá. Nele, Simon Bolívar defendia um amplo projeto de solidariedade e integração político-econômica entre as nações latino-americanas. No entanto, Estados Unidos e Inglaterra se opuseram a esse projeto, que ameaçava seus interesses econômicos no continente. Com isso, a América Latina acabou mantendo-se fragmentada.

O desfecho do processo de independência, no entanto, não significou a radical transformação da situação socioeconômica vivida pelas populações latino-americanas. A dependência econômica em relação às potências capitalistas e a manutenção dos privilégios das elites locais fizeram com que muitos dos problemas da antiga América Hispânica permanecessem presentes ao longo da História latino-americana.


06 e 08/06 - Cartismo
Módulo 06- Pág. 153 a 174

Recebe o nome de cartismo o primeiro movimento de massa das classes operárias da Inglaterra, ocorrido entre as décadas de 30 e 40 do século XIX, e que basicamente exigia melhores condições para os trabalhadores na indústria. Durante vários anos os cartistas realizaram comícios e manifestações por todo o país, nos quais participaram milhões de operários e artesãos.

O nome do movimento tem sua origem na carta escrita pelo radical William Lovett, em maio de 1838, a chamada Carta do Povo, na qual estavam registradas todas as reivindicações que os participantes do movimento desejavam ver implementadas.

A carta continha seis exigências:

  • voto universal;
  • igualdade entre os distritos eleitorais;
  • voto secreto por meio de cédula;
  • eleição anual;
  • pagamento aos membros do Parlamento;
  • abolição da qualificação segundo as posses para a participação no Parlamento;

O cartismo é um fenômeno derivado das mudanças trazidas pela primeira revolução industrial. Do mesmo modo que esta trouxe progresso e altos lucros a vários de seus idealizadores, uma outra massa vinda do campo para suprir a demanda de mão de obra nas fábricas sofria com salários baixos, péssimas condições de trabalho e turnos de trabalho excessivos. Vários são os relatos das primeiras décadas do século XIX sobre protestos onde o operariado britânico buscava superar as dificuldades e problemas de seu cotidiano. O cartismo foi o primeiro movimento tanto de classe como de caráter nacional, contra as injustiças sociais da nova ordem industrial na Grã Bretanha.

Apesar de apresentar melhor união e organização comparado a movimentos anteriores similares, a Carta do Povo não foi ratificada pelo Parlamento inglês, que rejeitou todas as petições dos cartistas. O governo reprimiu cruelmente seus simpatizantes e prendeu os seus dirigentes, esmagando o movimento. A influência do cartismo, porém, sobre o desenvolvimento do movimento operário internacional foi muito grande.

Em 1848, a causa cartista ganhou fôlego com a preparação de uma grande manifestação operária, onde estima-se a mobilização de aproximadamente 500 mil trabalhadores. Com tal representação, os líderes cartistas esperavam finalmente pressionar o Parlamento para que este atendesse suas principais demandas. Contudo, a manifestação agendada para o dia 10 de abril daquele ano não teve uma participação esperada, devido a uma grande tempestade que tomou conta da capital britânica.

Após o fim do movimento, diversas leis trabalhistas foram criadas no intuito de combater a exploração da força de trabalho e mediar as relações entre os operários e a burguesia industrial.



30/05 e 01/06 - Por que a Revolução Industrial aconteceu primeiro na Inglaterra?
Caderno 02: Módulo 06 - Pág. 153 a 174


A Revolução Industrial despontou pioneiramente, na segunda metade do século XVIII, na Inglaterra e gradativamente foi espalhando-se pela Europa e, em seguida para todo o mundo. Mas por que necessariamente isso ocorreu na Inglaterra? resposta para isso é encontrada um pouco no acaso e um pouco na própria história inglesa.

Primeiramente, é importante estabelecer que o desenvolvimento tecnológico e industrial na Inglaterra foi possível, porque a burguesia estabeleceu-se como classe e garantiu o desenvolvimento da economia inglesa na direção do capitalismo. Isso aconteceu no século XVII, com a Revolução Gloriosa.

A Revolução Gloriosa aconteceu em 1688 e consolidou o fim da monarquia absolutista na Inglaterra (que já vinha enfraquecida desde a Revolução Puritana, na década de 1640). Com isso, a Inglaterra transformou-se em uma monarquia constitucional parlamentarista, na qual o poder do rei não estava acima do Parlamento e nem da Constituição, no caso da Inglaterra da Declaração de Direitos – Bill of Rights.

Assim, a burguesia conseguiu consolidar-se enquanto classe e governar de maneira a atender aos seus interesses econômicos. Um acontecimento fundamental para o desenvolvimento do comércio inglês ocorreu no meio das duas revoluções do século XVII, citadas acima. Em 1651, Oliver Cromwell decretou os Atos de Navegação, lei que decretava que mercadorias compradas ou vendidas pela Inglaterra somente seriam transportadas por embarcações inglesas.

Essa lei foi fundamental, pois protegeu o comércio, enfraqueceu a concorrência dos ingleses e garantiu que os navios ingleses controlassem as rotas comerciais marítimas. Isso enriqueceu a burguesia inglesa e permitiu-lhes acumular capital. Esse capital foi utilizado no desenvolvimento de máquinas e na instalação das indústrias.

Mas não bastava somente excedente de capital para garantir o desenvolvimento industrial. Eram necessários trabalhadores, e a Inglaterra do século XVIII tinha mão de obra excedente. Isso está relacionado com os cercamentos que aconteciam na Inglaterra e que se intensificaram a partir do século XVII.

Os cercamentos aconteciam por força da Lei dos Cercamentos (Enclosure Acts), lei inglesa que permitia que as terras comuns fossem cercadas e transformadas em pasto. As terras comuns eram parte do sistema feudal, que estipulava determinadas áreas para serem ocupadas e cultivadas pelos camponeses.

Com os cercamentos, os camponeses que habitavam essas terras foram expulsos, e as terras foram transformadas em pasto para a criação de ovelhas. A criação de ovelhas era o que fornecia a lã utilizada em larga escala na produção têxtil do país. Os camponeses expulsos de suas terras e sem ter para onde ir mudaram-se para as grandes cidades.

Sem nenhum tipo de qualificação, esses camponeses viram-se obrigados a trabalhar nos únicos locais que forneciam empregos – as indústrias. Assim, as indústrias que se desenvolviam na Inglaterra tinham mão de obra excedente. Isso garantia aos patrões poder de barganha, pois poderiam forçar os trabalhadores a aceitarem salários de fome por uma jornada diária exaustiva.

adesão dos trabalhadores às indústrias ocorreu de maneira massiva também por uma lei inglesa que proibia as pessoas de “vadiagem”. Assim, pessoas que fossem pegas vagando pelas ruas sem emprego poderiam ser punidas com castigos físicos e até mesmo com a morte, caso fossem reincidentes.

Por último, destaca-se que o acaso e o fortuito também contribuíram para que a Inglaterra despontasse pioneiramente. O desenvolvimento das máquinas e das indústrias apenas ocorreu, porque a Inglaterra tinha grandes reservas dos dois materiais essenciais para isso: o carvão e o ferro. Com reservas de carvão e ferro abundantes, a Inglaterra pôde desenvolver sua indústria desenfreadamente.



Os operários vão a luta! O luddismo...


A revolução industrial foi o berço de grandes inovações e de mudanças que ainda hoje vemos reverberar. Foi nesse contexto que surgiram os ludistas, nome dado aos trabalhadores que se revoltaram contra sua condição de crescente miséria e que atribuíram essa realidade como resultado do surgimento do maquinário industrial, que tornava parte da força de trabalho humana obsoleta.

Contexto histórico do Ludismo

O final do século XVIII e o início do século XIX na Europa foram marcados por profundas mudanças que alteraram todo o curso da história humana. As guerras napoleônicas ainda se desdobravam e os países envolvidos lutavam com inimigos dentro e fora de seus territórios. Desses inimigos, o mais temido era a crise na economia que os países enfrentavam diante do quase isolamento econômico que o exército francês impôs àqueles que não se subjugaram ao seu poder militar. O controle francês sobre as usuais rotas de comércio entre países como Inglaterra, Áustria, Espanha e Portugal acarretava grandes perdas e encolhimento das economias desses países. Para a Inglaterra, a situação era ainda mais grave, uma vez que a sua luta acontecia em duas frentes: na Europa e em sua colônia nas Américas.

Mesmo após o fim das guerras napoleônicas, a crise econômica britânica continuou a crescer. A perda de uma de suas maiores colônias — conhecida como Estados Unidos da América após o processo de independência —, os custos com as batalhas travadas contra o exército francês e a manutenção de seus próprios exércitos pesavam sobre a economia inglesa. A rápida industrialização da Inglaterra tornou-se o estopim para os eventos que causaram a revolta trabalhadora que se seguiu a esses fatos em território inglês.

Os ludistas e suas motivações

A busca pela diminuição dos custos e pelo aumento na eficácia da produção estimulou o surgimento de máquinas que automatizavam o trabalho manual de centenas de homens, mulheres e crianças. Por essa razão, muitas pessoas passaram a se ver sem trabalho e sem nenhuma fonte de renda. Essa realidade era motivo para revoltas, que foram encabeçadas por aqueles que ficaram conhecidos como “ludistas”, que receberam esse nome em razão da associação com a figura de um homem de nome Ned Ludd, mas que, no entanto, não se sabe se realmente existiu.

A classe trabalhadora via na automação do trabalho industrial a fonte de todos os seus problemas. Foi o grande estresse social resultante da situação econômica e da perseguição pelo corte no custo de produção que levou ao surgimento do ludismo, uma vez que esses fatos implicaram a degeneração das condições de sobrevivência dos trabalhadores.

A destruição de maquinário industrial, principalmente das máquinas de confecção têxtil, era o objetivo dos revoltosos. Entre 1811 e 1816, o movimento ludista encarregava-se de destruir as máquinas que reduziam significativamente a necessidade de mão de obra humana e que desempregava artesãos que trabalhavam na produção de roupas e na confecção de tecido. Os revoltosos ameaçavam os proprietários das indústrias no intuito de intimidar a aquisição das máquinas têxteis. Em alguns casos, as ameaças concretizavam-se, e o assassinato de grandes capitalistas levou a uma repressão muito maior por parte do Estado britânico sobre o movimento.

Os ludistas perderam força a partir de 1813 principalmente pelo início da recuperação econômica do país, mas também pela promulgação de uma lei que punia os crimes de destruição de maquinário industrial com enforcamento. No entanto, em 1816, com o advento de uma péssima colheita, que resultou no encarecimento dos alimentos e na diminuição de salários, reacendeu-se a revolta dos trabalhadores. Os novos ataques resultaram em prejuízo de mais de £ 6.000, na prisão de nove pessoas e na execução de seis. A partir de 1819, o luddismo deixou de ser uma ameaça novamente com a retomada de uma estabilidade financeira maior. Todavia, vale ressaltar que esse movimento deixou como herança o grande poder de mobilização da classe trabalhadora em prol da defesa de suas necessidades.



23 e 25/05 - A 1ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Caderno 02: Módulo 06 - Pág. 153 a 174

Primeira Revolução Industrial

A Primeira Revolução Industrial foi gerada pela Revolução Comercial que ocorreu na Europa entre os séculos XV e meados do século XVIII.

A expansão do comércio internacional e o aumento da riqueza permitiram o financiamento do progresso técnico e a instalação de indústrias.

Revolução Industrial na Inglaterra

A Primeira Revolução Industrial teve início na Inglaterra por volta de 1750, e logo alcançou a França, a Bélgica e posteriormente a Itália, a Alemanha, a Rússia, o Japão e os Estados Unidos. Por essa época, as atividades comerciais comandavam o ritmo da produção.

Na revolução industrial inglesa, a principal manufatura era a tecelagem de lã. Mas foi na produção dos tecidos de algodão que começou o processo de mecanização, isto é, da passagem da manufatura para o sistema fabril.

A matéria prima vinha das colônias (Índia e Estados Unidos). Cerca de 90% dos tecidos ingleses de algodão eram vendidos no exterior, o que teve papel determinante na arrancada industrial da Inglaterra.

A Mecanização e as Invenções

A mecanização se estendeu do setor têxtil para a metalurgia, para os transportes, para a agricultura e para outros setores da economia. Diversos inventos revolucionaram as técnicas de produção e alteraram o sistema de poder econômico.

A grande fonte de riqueza deslocou-se da atividade comercial para a industrial. Quem desenvolvesse a capacidade de produzir mercadorias passaria a ter a liderança econômica no mundo. 

E foi isso o que aconteceu com a Inglaterra, sendo o primeiro país a se industrializar utilizando a máquina na produção:

  • a máquina de fiar, que transforma em fios as fibras têxteis de algodão, seda e lã, para o fabrico de tecidos. Essa invenção revolucionou a técnica de produção, transformando a Inglaterra no maior produtor de fios para tecidos. Essa invenção substituiu a roca, um dos mais simples e antigos instrumentos de fiar.
  • o tear mecânico, inventado em 1785, em substituição ao tear manual, aumentou de forma considerável a produção de tecidos, colocando a Inglaterra na liderança mundial da época.
  • a máquina a vapor, cujo uso na indústria de tecido, nas usinas de carvão mineral, na industrialização do ferro, nas embarcações (navios a vapor), nas estradas de ferro (locomotiva a vapor), entre outras, representou uma revolução no transporte de passageiros e cargas.

A invenção de máquinas, o aproveitamento da energia calorífica do carvão mineral e sua transformação em energia mecânica para fazer funcionar as máquinas, representaram um grande avanço nas técnicas empregadas para a fabricação de mercadorias e, consequentemente, no aumento da produção.

A Inglaterra passou, assim, da manufatura para a maquinofatura. Produzia e vendia seus produtos industriais em todo o mundo, graças, entre outros fatores, à expansão do sistema colonial.

Dessa forma, no século XVIII, o pais tornou-se a maior nação capitalizada do mundo, sendo Londres a capital financeira internacional.

Esse momento representou uma verdadeira revolução no modo de produzir mercadorias em tempo bastante menor, se comparado à manufatura.

O desenvolvimento inicial das indústrias têxteis mecanizadas em grande parte da Europa e nos Estados Unidos dependia de muitas dessas invenções britânicas. Essa revolução ficou conhecida como Primeira Revolução Industrial.

FONTE: https://www.todamateria.com.br/primeira-revolucao-industrial/


18/05 - A independência dos EUA
Caderno 02: Módulo 05 - Pág. 135 a 152

"Com a ocorrência de tantas guerras, a Inglaterra optou por manter um exército permanente nas Treze Colônias, o que representava um custo de 400 mil libras anuais para os colonos. Isso aumentou o impacto financeiro para esse últimos, criando um desgaste na relação. Esse desgaste foi ampliado quando o rei Jorge III proibiu os colonos de ocuparem as novas terras conquistadas que ficavam entre os Montes Apalaches e o Rio Mississippi. A medida do rei visava impedir que novos conflitos de colonos com indígenas acontecessem.

A reação entre colônia e metrópole realmente começou a ficar ruim quando a política da Coroa inglesa, em relação a suas colônias, modificou-se. Até então, a colonização inglesa tinha sido pautada pela autonomia das Treze Colônias e pela pouca interferência da Coroa nos assuntos internos. Karnal estabelece que o ano de 1763 é o ponto de partida para a modificação dessa postura.

Essa transformação da política inglesa em relação às Treze Colônias (mediante todo o cenário apresentado de necessidade de expansão industrial e aumento de gastos com as guerras e com as tropas permanentes) concretizou-se, basicamente, em aumentos de impostos. A partir da década de 1760, uma série de leis foi decretada, pela Inglaterra, com o objetivo de aumentar a arrecadação das Treze Colônias.

Dentre essa série, podem ser destacadas:
  • Lei do Açúcar: aumentava os impostos sobre o açúcar e outros artigos, como vinho, café e seda;
  • Lei da Moeda: proibia a emissão de papéis de crédito nas Treze Colônias;
  • Lei do Selo: estipulava que em publicações como contratos, jornais e documentos públicos, em geral, deveria constar um selo que era pago à Coroa;
  • Lei da Hospedagem: determinava que os colonos deveriam abrigar os soldados enviados pela Coroa.
  • Atos Townshed: aumentava impostos sobre vidros, corantes e chá.
O impacto da maioria dessas leis sobre os colonos foi grande e gerou muita insatisfação. Muitos colonos começaram a boicotar as mercadorias inglesas, e protestos aconteciam em diferentes partes das Treze Colônias. Algumas leis, como a Lei do Selo, precisaram ser revogadas, tamanha insatisfação que causaram.

O estopim para a revolta geral dos colonos aconteceu quando os ingleses decretaram a Lei do Chá, que determinava que o chá nas Treze Colônias somente seria vendido pela Companhia das Índias Orientais. A insatisfação com a lei levou 150 colonos, disfarçados de índios, a invadirem o porto de Boston durante a madrugada, atacarem três navios e jogarem ao mar 340 caixas de chá.|4| Esse acontecimento ficou conhecido como Festa do Chá de Boston.

A Festa do Chá de Boston foi uma demonstração da insatisfação dos colonos com a metrópole.*

A rebeldia dos colonos resultou em medidas duras decretadas pela Inglaterra. As medidas determinadas pela Coroa ficaram conhecidas como Leis Intoleráveis. Entre as medidas das Leis Intoleráveis, estão as seguintes:
  • O porto de Boston foi fechado até que os prejuízos fossem ressarcidos.
  • O direito de reuniões foi suspenso.
  • A colônia de Massachusetts foi ocupada por tropas britânicas.
  • Os colonos foram obrigados a abrigar e alimentar as tropas inglesas que dominaram a região.
As medidas deixaram claro para os colonos que havia uma grande divergência de interesses entre colônia e metrópole. Assim, os colonos, que até então eram reticentes quanto à possibilidade de separação, começaram a cogitar a independência. Essa ideia ainda era muito tímida, e isso ficou claro quando foi organizado o Primeiro Congresso Continental da Filadélfia.

Nesse congresso, os representantes das Treze Colônias (exceto da Geórgia) reuniram-se para redigir um documento ao rei inglês declarando sua lealdade, mas protestando contra as medidas determinadas pelas Leis Intoleráveis. A reação do rei, no entanto, motivou mais insatisfação, pois foi determinado que o número de soldados na colônia aumentasse. Com essa medida, os primeiros conflitos armados entre colonos e tropas inglesas aconteceram."



09 e 11/05 - A Independência dos EUA
Caderno 02: Módulo 05 - Pág. 135 a 152

O que foi a independência dos Estados Unidos?

Independência dos EUA foi o movimento de libertação do país contra a metrópole colonial, a Inglaterra.

Os conflitos iniciaram em 1774 e se estenderam até 1776, quando começou oficialmente uma guerra entre Inglaterra e Estados Unidos, vencida pelos americanos em 1783.

Esta explicação é apenas uma introdução para que você tenha um panorama sobre o tema. Para entender o que realmente aconteceu, é preciso voltar um pouco no tempo.

Colonização dos Estados Unidos

colonização e Independência dos Estados Unidos estão intimamente ligadas, por isso é preciso entender que o país teve uma espécie de dupla colonização, iniciado por sua chegada no continente americano até sua expansão territorial.

Para começar, os Estados Unidos daquela época era composto por treze colônias, todas localizadas na costa leste (repare na primeira imagem deste texto como até hoje a maior ocupação do território ainda está no leste do país).

Além disso, havia uma diferença fundamental entre norte e sul da costa leste:

  • Norte: colonizado por muitos refugiados de perseguições religiosas na Europa. Economia baseada na pequena propriedade, com produção manufatureira voltada para o mercado interno.
  • Sul: colonizado a partir do modelo de produção agrícola em latifúndios (monocultura), baseados na mão de obra escrava, com produção voltada para o mercado externo (Inglaterra).

Esta divisão interna tem impacto na sociedade americana até hoje, mas naquela época significava que o sul era mais dependente economicamente da metrópole, enquanto o norte tinha suas próprias reivindicações.

Falaremos sobre isso em breve. Mas antes, vamos entender o que motivou o contexto histórico da Independência dos Estados Unidos.

02/05 e 04/05 - O Iluminismo e as instituições atuais
Módulo 3 - Pág. 169 a 184

O Iluminismo representou a consolidação de uma das mais importantes características da modernidade no Ocidente: a racionalização do mundo. Trata-se de um conjunto de ideias divulgadas no século XVIII que valorizavam a razão e o esclarecimento para o desenvolvimento da humanidade. A palavra razão aqui significa a capacidade humana de “pensar com a própria cabeça para decidir sobre a vida, conhecer os segredos da natureza e do nosso planeta, dos astros e cometas e, claro, dos seres humanos” (VAINFAS, et. al., 2018, p. 13). O pensamento iluminista formulou concepções a respeito do homem, da organização política e econômica, do mundo natural, tendo por base essa valorização da razão. Inglaterra e França foram os principais centros desse pensamento, que estimulou o desenvolvimento da ciência como o conhecimento válido para explicar o mundo em oposição ao pensamento religioso. O uso da razão foi associado à luz, daí o nome Iluminismo, enquanto a explicação religiosa era associada às trevas.

Os iluministas criticaram duramente os valores sociais e políticos da época. Tais valores eram baseados na religião. A sociedade estamental francesa estruturava-se em três ordens: a nobreza, o clero e o povo. No século XVIII, vivia-se um período avançado de surgimento de novos grupos. A burguesia vinha crescendo desde o século XII e os trabalhadores urbanos diferenciavam-se dos camponeses, viviam nas cidades, trabalhavam em oficinas e produziam para mercados mais amplos. Entretanto, esses novos grupos, que a cada dia aumentavam sua importância econômica, continuavam fazendo parte da mesma ordem social: o povo. Tinham poucos direitos e nenhum privilégio, enquanto o clero e a nobreza dispunha dos seus, como não pagar impostos ao rei. Os iluministas criticaram essa estratificação social e a monarquia absolutista chamando esse conjunto de Antigo Regime.

O exemplo de três importantes filósofos nos ajuda a entender a crítica iluminista ao Antigo Regime.

Em 1748, o filósofo francês Charles-Louis de Secondat, o barão de Montesquieu, publicou o livro O espírito das leis, onde defendeu que o poder não deveria ficar nas mãos de uma única pessoa responsável por fazer as leis, executá-las e julgá-las. Ele propôs uma divisão em três esferas: legislativo, executivo e judiciário. O legislativo seria responsável por elaborar e aprovar as leis, seria exercido por uma assembleia representativa da sociedade; o executivo, responsável pela execução das leis; e o judiciário seria responsável por julgar o seu bom cumprimento. Montesquieu não era contrário à monarquia, só achava que ela deveria ser limitada ao poder executivo.

Outro filósofo iluminista francês importante foi François-Marie Arouet, mais conhecido como Voltaire. Ele defendeu a igualdade de todos os homens perante a lei. Voltaire também era a favor da monarquia mas de uma monarquia ilustrada, esclarecida. Defendia que o Estado não existia para servir ao rei, pelo contrário, o rei deveria defender a felicidade pública. Isso equivalia à felicidade de todos os súditos independentemente se era da nobreza, do clero ou do povo.

O último exemplo é o também francês Jean-Jacques Rousseau, o mais crítico ao Antigo Regime. Ficou famosa a sua tese de que o homem nasce bom e a sociedade o corrompe. A sociedade primitiva era a sociedade perfeita, não havia ricos nem pobres, todos tinham o que precisavam. Com o desenvolvimento da economia e o surgimento da propriedade privada começaram as ambições individuais, a competição, o individualismo e a corrupção; a humanidade foi estragada. Rousseau propôs o resgate da fraternidade do homem primitivo. Só com a república, segundo ele, seria possível que cada cidadão fosse respeitado igualmente, todos deveriam poder escolher seu governante por meio do voto.

A cidadania é um conceito iluminista

Poder dividido em três esferas, igualdade perante a lei, direitos, desenvolvimento da ciência, cada pessoa é uma individualidade dotada de razão e direitos, as ideias dos filósofos iluministas formam as bases da organização do poder, da economia e da sociedade em que vivemos. Elas abriram caminho para a superação de instituições medievais que ainda predominavam na sociedade europeia, possibilitando o surgimento das instituições modernas que hoje vivemos.

A noção de direito, por exemplo, é a base para a ideia de cidadania que temos hoje. Essa noção foi elaborada pelos filósofos iluministas ao conceber o ser humano como um indivíduo dotado de razão e de direitos intrínsecos à natureza: direito à vida, à liberdade e à propriedade. Tais ideias estabeleceram as bases para uma nova relação entre o indivíduo e o Estado, criando as possibilidades para o aparecimento do Estado de direito.

A cidadania pressupõe a extinção de qualquer forma de privilégio, preconizando que todo indivíduo pode (e deve) participar das decisões políticas sobre a sociedade, ou seja, possui direitos políticos que precisam ser respeitados pelo Estado. Pressupõe também que o cidadão tem deveres para com a sociedade que precisa observar para o pleno exercício da sua liberdade política. A cidadania exige, então, uma vinculação recíproca do Estado com o indivíduo independente da condição social ou de qualquer outro condicionante.

Outro exemplo é o liberalismo. Essa palavra se refere a um pensamento que parte da ideia de que todos os seres humanos são dotados de capacidades para o trabalho e capacidades intelectuais e que todos têm direitos naturais a exercerem tais capacidades. Desta forma, o Estado não tem o direito de interferir nas liberdades individuais dos cidadãos. Esse pensamento surgiu na Europa no século XVII, ganhou destaque no XVIII e teve seu apogeu no século XIX. Nas últimas décadas do século XX, o liberalismo foi adaptado ao estágio de desenvolvimento do capitalismo recebendo o nome de neoliberalismo. Nesta fase, a ideia de livre iniciativa dos indivíduos serviu de base para uma atuação do Estado como órgão desregulamentador da economia.

25/04 - Correção do RAA

18 e 20/04 - Era Napoleônica
Módulo 4 - Pág. 185 a 216

Napoleão Bonaparte

Bonaparte ganhou prestígio entre o exército e a população francesa devido suas vitórias militares

Após a morte do rei Luís XVI (1754-1793), as nações europeias temem que os ideais revolucionários se espalhassem.

Para contê-los é formada em 1793 a Primeira Coligação, integrada por Áustria, Prússia, Holanda, Espanha e Inglaterra contra a França.

Em meio à guerra, os jacobinos prendem os líderes girondinos, promulgam a nova Constituição de 1793 e iniciam o período conhecido como Terror, com a suspensão dos direitos individuais e execuções sumárias.

Por isso, a situação na França ainda assustava os líderes europeus, que decidem formar a em 1798 a Segunda Coligação antifrancesa, formada pela Grã-Bretanha, Áustria e Rússia. É neste contexto que Napoleão Bonaparte é visto como solução pelos vários setores da burguesia.

Fases da Era Napoleônica

Para fins de estudo podemos dividir a Era Napoleônica nas seguintes fases:

  • Consulado (1799-1804)
  • Império Napoleônico (1804-1815)
  • Governo dos Cem Dias (20/03/1815 a 08/07/1815)

Golpe do 18 de Brumário e Consulado

O Golpe do 18 de Brumário de 1799 foi planejado pelo abade Sieyès (1748-1836) e por Napoleão Bonaparte.

Napoleão depôs o Diretório usando uma coluna de granadeiros e implantou o regime do Consulado. Assim, três cônsules concentraram o poder: Bonaparte, Sieyès e Ducos.

O trio coordenou a elaboração de uma nova Constituição que estabelecia Napoleão como primeiro-cônsul pelo prazo de dez anos. A Carta Magna ainda lhe concedia poderes de ditador.

O regime ditatorial foi usado para defender a França dos inimigos externos. Desta maneira, os bancos franceses abriram uma série de empréstimos para apoiar a guerras que foram travadas.

É criada a Sociedade Nacional de Fomento à Indústria, que auxiliou o impulso ao desenvolvimento industrial.

Um dos atos mais importantes de Napoleão como Cônsul foi retomar o diálogo com a Igreja Católica, rompido durante a revolução.

Após várias semanas de negociação, a França assina com o Vaticano uma Concordata, em 1801.

Neste tratado, a Igreja renunciava a reivindicar as propriedades eclesiásticas que haviam sido confiscadas pelos revolucionários. Por outro lado, o governo teria o poder de nomear bispos e o clero seria pago pelo Estado.

Império Napoleônico (1804-1815)

Com apoio da sociedade francesa, Napoleão promulga em 1804 a Constituição do ano XII.

Esta prevê a substituição do regime consular pela monarquia e inaugura o Império Francês. Bonaparte consegue aprovação desta Carta Magna em plebiscito.

Em 1804, Napoleão recebe o título de Napoleão I, Imperador dos Franceses. A fim de inaugurar uma nova era, a cerimônia ocorreu em Paris, na Catedral de Notre-Dame e não em Reims, onde eram tradicionalmente coroados os monarcas franceses.

A coroação ocorreu em meio à guerra da França contra a Terceira Coligação Antifrancesa, formada em 1803 pela Grã-Bretanha, Rússia e Áustria.

Código Civil Napoleônico

Em 1804 é instituído o Código Civil Napoleônico, que institucionaliza as transformações da Revolução Francesa.

Com o novo código, Napoleão garante o apoio da burguesia, do exército e dos camponeses.

O Código Civil estabelecia a igualdade perante a lei, a garantia do direito de propriedade e ratificava a reforma agrária ocorrida na Revolução Francesa.

Também assegurava a separação entre a Igreja e o Estado e eliminava os privilégios feudais.

Guerras Napoleônicas

Batalha de Marengo Bonparte
Detalhe de "Batalha de Marengo", de Louis Francois, barão de Lejeune (1802)

A primeira guerra napoleônica ocorreu contra a Segunda Coligação, formada em 1798 pela Grã-Bretanha, Áustria, Rússia, Portugal, Império Otomano e Reino de Nápoles. Por embaraços diplomáticos, a Rússia saiu desta coligação.

Em 1800, a França derrota a Áustria na batalha de Marengo e, em 1802, a Grã-Bretanha e a França assinam a Paz de Amiens.

A guerra, contudo, levou a França à crise financeira, o que foi amenizado com a criação do Banco da França. O banco exercia o controle da emissão de papel-moeda, contribuindo para reduzir a inflação.

A França, tendo a Espanha como aliada, derrotou as tropas da Áustria e da Rússia nas batalhas de Ulm e Austerlitz. Na batalha de Trafalgar, pelo mar, contudo, as tropas francesas e espanholas foram dizimadas pelos britânicos.

Em 1806, o imperador Napoleão derrotou o Sacro Império Romano-Germânico e cria a Confederação do Reno, que reunia a maioria dos estados alemães e se auto-proclamou protetor deste Estado.

Diante desta vitória, Grã-Bretanha, Rússia e Prússia formam a Quarta Coligação.

Dessa vez, o exército da Prússia foi derrotado rapidamente na Batalha de Iena e os russos em 1807 nas batalhas de Eylau e Friedland. Por conta dessas últimas batalhas, foi assinado o Tratado de Tilsit, neste mesmo ano, no qual os russos tornavam-se aliados dos franceses.

Com a derrota da Quarta Coligação, Napoleão Bonaparte torna-se o grande senhor da Europa Continental.

Para administrar tantos territórios, alguns foram entregues a seus familiares. Seus irmãos José, Luís e Jerônimo, foram coroados reis de Nápoles, Holanda e Vestfália, respectivamente.

Já as suas irmãs Elisa, Carolina e Pauline, reinaram sob territórios na Península Itálica.

As vitórias bélicas de Napoleão no continente europeu não atingiram o comércio exterior da Inglaterra, que possuía uma excelente esquadra.

Os ingleses preocupavam-se com a concorrência comercial com a França e com possibilidade de expansão do levante das camadas populares contra a burguesia.

A França, por sua vez, precisava consolidar os mercados consumidores na Europa sob o domínio inglês. Como maneira de enfraquecer a Grã-Bretanha, Napoleão impõe o Bloqueio Continental, proibindo os países europeus de comprarem produtos britânicos.

A esquadra britânica, contudo, consegue comercializar produtos com o continente americano e impedia negócios desses com a França.

Já os países europeus, pressionavam pela conseguir exportar seus produtos primários e obter os manufaturados produzidos na Inglaterra.

A situação culminou com o rompimento de acordos comerciais e, em 1809, forma-se a Quinta Coligação, integrada pela Grã-Bretanha e Áustria.

Os russos também romperam o acordo com a França e foram invadidos, mas o exército francês sucumbiu ao inverno. Dos 450 mil homens que marcharam em direção à Rússia, 150 mil permaneceram na base de apoio na Polônia, mas somente 30 mil daqueles que invadiram o país sobreviveram.

Com o fracasso da campanha napoleônica na Rússia, formou-se a Sexta Coligação em 1813. Uniram-se contra a França: Prússia, Áustria e Grã-Bretanha.

Em março daquele ano, Napoleão Bonaparte é derrotado na batalha de Leipzig e um ano depois, os exércitos dos aliados da Sexta Coligação tomam Paris.

Governo dos Cem Dias
Em meio a aclamação da população, Napoleão Bonaparte deixa a Ilha de Elba

Com apoio dos mil homens que integravam a sua guarda pessoal, Napoleão Bonaparte deixa a Ilha de Elba e avança em direção a Paris. A resistência foi inútil, pois o batalhão enviado por Luís XVIII recusa-se aprisioná-lo.

Com apoio dos soldados, Napoleão toma Paris e inicia o chamado Governo dos Cem Dias. Já Luís XVIII (1755-1824), foge para a Bélgica.

Terror Branco

As nações vencedoras se reúnem no Congresso de Viena para discutir como seria a Europa após as guerras empreendidas por Napoleão. Este foi enviado para a Ilha de Elba e o rei Luís XVIII reconduzido ao trono.

Tem-se início o Terror Branco, onde a aristocracia e o alto clero voltam à cena política e aproveitam para se vingarem dos republicanos.

É exigida a devolução das terras confiscadas pelos camponeses durante a Revolução. Por isso, começam as revoltas, massacres e perseguições.

A notícia da volta de Bonaparte cai como uma bomba em Viena. É formada, então, a Sétima Coligação e os exércitos se enfrentam na Batalha de Waterloo, na Bélgica.

Derrotado, Napoleão Bonaparte abdica do trono da França e é exilado na ilha de Santa Helena, na costa da África, e morreu em 1821.

Com a Batalha de Waterloo, chega ao fim a Era Napoleônica e começa a tentativa de restauração do Antigo Regime por meio do Congresso de Viena (1814-1815).

O Congresso instituiu uma política de compensações territoriais para as nações vencedoras e a equivalência de forças entre as nações europeias.



11 e 13/04 - TERROR NA REVOLUÇÃO
Módulo 4 - Pág. 185 a 216

Características do Terror

Em 1793, a França havia instaurado o regime republicanos e se via ameaçada por países como Inglaterra, Império Russo e Império Austro-Húngaro.

Internamente, as distintas correntes políticas como os girondinos, jacobinos e nobres emigrados, lutavam pelo poder.

Assim, a Convenção, que governava o país, adota medidas de exceção e suspende a Constituição da I República e entrega o governo ao Comitê de Salvação Pública.

Neste comitê, estão os membros mais radicais, chamados jacobinos, que fazem aprovar a Lei dos Suspeitos, em 17 de setembro de 1793, que deveria vigorar por dez meses.

Esta lei permitia deter qualquer cidadão, homem ou mulher, que fosse suspeito de conspirar contra a Revolução Francesa.

O período do Terror fez vítimas de todas as condições sociais e os mais célebres guilhotinados foram o rei Luís XVI e sua esposa, a rainha Maria Antonieta, ambos em 1793.

O símbolo desta época, sem dúvida, foi a guilhotina. Esta máquina foi recuperada pelo médico Joseph Guillotin (1738-1814) que a considerava um método menos cruel que a forca ou a decapitação. Durante o período do Terror estão registradas mais de 15.000 mortes por este instrumento.

Igualmente, foi posta em prática uma política de descristianização. Foi decretado o fim das ordens monásticas, igrejas foram requisitadas para dar lugar ao culto do Ser Supremo, o calendário cristão e as festas religiosas foram abolidas e substituídas por festas republicanas.

Aqueles monges que não deixaram os conventos eram condenados à morte. O caso mais conhecido foi o das Carmelitas de Compiègne, quando 16 freiras da Ordem do Carmo foram sentenciadas à morte por guilhotina, em 1794.

Medidas sociais, culturais e econômicas

Durante o período jacobino, além da violência, houve a aprovação de leis que acabaram moldando a França moderna. Alguns exemplos são:

  • Abolição da escravidão nas colônias;
  • Fixação de limites de preços de gêneros alimentícios de primeira necessidade;
  • Confisco de terras;
  • Assistência aos indigentes;
  • Substituição do calendário gregoriano pelo republicano;
  • Criação do Museu do Louvre, da Escola Politécnica e do Conservatório de Música.

Fim do período do Terror

Robespierre na prisão
Robespierre, ferido e vigiado por soldados, aguarda o momento que será levado à guilhotina

O partido jacobino sucumbia às disputas internas e os radicais tentavam intensificar as execuções nos tribunais em julgamentos sumários.


04 e 06/04 - Etapas da Revolução Francesa
Módulo 4 - Pág. 185 a 216

A partir da Queda da Bastilha, o processo revolucionário francês estendeu-se por dez anos e só foi finalizado com o Golpe de 18 de Brumário, organizado por Napoleão Bonaparte. Toda a extensão do processo revolucionário francês é organizado em três fases:

  1. Assembleia Nacional Constituinte e Assembleia Legislativa (1789-1792)

  2. Convenção (1792-1795)

  3. Diretório (1795-1799)

  • Assembleia Constituinte e Assembleia Legislativa

Em 4 de agosto de 1789, os representantes da Assembleia Nacional Constituinte aboliram os privilégios feudais na França.
Em 4 de agosto de 1789, os representantes da Assembleia Nacional Constituinte aboliram os privilégios feudais na França.

Esse é o período inicial da Revolução Francesa e corresponde aos anos em que os constituintes redigiram uma Constituição para a França e ao período da Assembleia Legislativa. Como mencionado, a Queda da Bastilha fez com que se espalhasse o processo revolucionário por todo o país. Os camponeses, temerosos de que a aristocracia reagisse e deixasse-os sem alimentos, partiram para o ataque.

Essa investida, conhecida como Grande Medo, aconteceu entre julho e agosto de 1789 e foi marcada por ataques e saqueamentos contra propriedades de aristocratas e, muitas vezes, pelo assassinato dos donos desses locais. Os camponeses lutavam pelo fim de alguns impostos e exigiam que fosse garantido a eles um maior acesso aos alimentos – a fome era um problema grave entre o campesinato.

Com a radicalização do povo nesse contexto, uma série de mudanças aconteceu na França. Os privilégios feudais foram abolidos no começo de agosto e, no fim desse mês, foi anunciada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, talvez o documento mais importante de toda a Revolução Francesa. Esse documento determinava, teoricamente, que todos os homens eram iguais perante a lei.

A radicalização popular fez com que a classe média e a burguesia francesa assumissem uma posição conservadora como forma de frear o ímpeto do povo. Já a nobreza e o clero iniciaram uma fuga em massa da França, mudando-se para países como Áustria e Prússia. Além disso, começaram uma conspiração contrarrevolucionária, que tinha como objetivo reverter as mudanças que estavam em curso.

O próprio rei Luís XVI tentou fugir da França em 1791, mas foi reconhecido quando se aproximava da fronteira com a Bélgica. Depois de recapturado, foi reconduzido ao Palácio de Tulherias, localizado em Paris. Esse era o local onde o rei morava desde 1789, quando os revolucionários obrigaram-no a abandonar Versalhes.

Nesse período, os revolucionários também atacaram os privilégios do clero por meio da aprovação da Constituição Civil do Clero, em 1790. Essa medida tentou subjugar a Igreja Francesa à autoridade do Estado e contribuiu largamente para que o clero francês aderisse ao esforço contrarrevolucionário.

As tentativas de barrar a radicalização da revolução tornaram-se claras quando foi promulgada a nova Constituição Francesa em 1791. Ela transformou a França em uma Monarquia Constitucional e frustrou aqueles que esperavam que a França seria uma República com ampla democracia. Com isso, a Assembleia Nacional Constituinte transformou-se em Assembleia Legislativa.

Consolidaram-se, então, os dois grandes grupos políticos que marcaram a Revolução Francesa: girondinos e jacobinos. Esses grupos possuíam visões radicalmente diferentes em relação à condução do processo revolucionário. Os girondinos entendiam que as mudanças deveriam ser contidas, já os jacobinos achavam que as mudanças deveriam ser mais radicalizadas.

A Assembleia Legislativa também deu início à guerra contra outras nações europeias. O processo revolucionário francês era visto como um grande ameaça por outras nações absolutistas da Europa. Assim, muitas começaram a conspirar a possibilidade de invadir o país. Antecipando-se a isso, a Assembleia declarou guerra contra a Áustria e a Prússia. A defesa da França foi realizada pela Guarda Nacional, tropa criada em Paris no começo da revolução.

Essa declaração de guerra, que aconteceu em abril de 1792, abriu caminho para a radicalização da Revolução Francesa e deu início a um período conhecido como Terror. O clima de guerra empurrou a sociedade francesa para o lado dos jacobinos e dos sans-culottes. O resultado disso foi que os sans-culottes organizaram-se, derrubaram a Monarquia Francesa e instauraram a República.

  • Convenção

Maximilien Robespierre, líder dos jacobinos e grande nome do Terror, foi guilhotinado a mando dos girondinos.*
Maximilien Robespierre, líder dos jacobinos e grande nome do Terror, foi guilhotinado a mando dos girondinos.*

Com a instauração da República na França, a Assembleia Legislativa foi substituída pela Convenção, inaugurada em setembro de 1792. Os membros da Convenção foram determinados por sufrágio universal masculino. Com isso, Luís XVI deixou de ser o rei da França, e um novo debate surgiu: a execução do rei.

Enquanto os girondinos exigiam que Luís XVI fosse exilado, os jacobinos exigiam sua execução. O destino do rei foi selado quando foram descobertas evidências que associavam-no ao esforço contrarrevolucionário realizado no exterior. Assim, o rei foi executado em janeiro de 1793.

O regicídio inaugurou o período do Terror, no qual jacobinos liderados por Maximilien Robespierre radicalizaram a revolução na tentativa de impor uma ampla agenda reformista no país. Apesar de a Convenção ser a instituição mais importante do país, os jacobinos impuseram seus ideais por meio do Comitê de Salvação Pública.

A República liderada por jacobinos ficou marcada por conseguir estabilizar a situação do país e colocar a guerra e as massas populares sob controle. Apesar disso, a guerra agravou-se depois da execução do rei, porque os países absolutistas alarmaram-se com o regicídio cometido pelos jacobinos. Outra marca jacobina era a perseguição a todos os seus opositores.

Com a Lei dos Suspeitos, os jacobinos começaram a perseguir todos aqueles que eram considerados inimigos da revolução. Os suspeitos eram julgados e, se condenados, guilhotinados. A fase do Terror foi responsável por 17 mil mortes em cerca de 14 meses3. Foram abolidos os privilégios feudais que existiam no país e imposta uma economia de guerra. As medidas na economia, no entanto, atrasaram o desenvolvimento capitalista da França.

A atuação dos jacobinos gerou, naturalmente, uma reação dos grupos conservadores, representados pelos girondinos. Essa articulação contou com o apoio da alta burguesia francesa e resultou num golpe conhecido como Reação Termidoriana, que aconteceu em 1794. A partir dessa data, os girondinos tomaram uma série de medidas que reverteram as decisões jacobinas. Em 1795, a Convenção foi substituída pelo Diretório. Com a Reação Termidoriana, vários jacobinos, incluindo Robespierre, foram guilhotinados.

  • Diretório

Com a derrocada jacobina, os girondinos e a alta burguesia francesa redigiram uma nova Constituição para a França e restauraram algumas medidas, como o voto censitário. Foi um período autoritário no qual o exército francês foi utilizado várias vezes para reprimir o povo. Além disso, houve resistência às tentativas de golpe por parte de jacobinos e monarquistas.

A instabilidade que a França vivia fez com que a alta burguesia francesa defendesse esse autoritarismo, pois as massas estavam insatisfeitas, a economia estava ruim e a guerra ameaçava o país. Por isso, passaram a defender a implantação de uma ditadura no país sob o governo de uma figura forte, autoritária. Dessa forma, nasceu o apoio a Napoleão Bonaparte, general famoso por liderar os exércitos franceses na luta contra as coalizões internacionais.

O resultado disso foi a organização de um golpe por Napoleão, que, em 1799, tomou o poder da França em um evento conhecido como Golpe do 18 de Brumário. Iniciou-se, então, o Período Napoleônico.

Consequências

Os dez anos da Revolução Francesa geraram diversas consequências para a França e para o mundo. Algumas consequências de destaque foram:

  • Fim dos privilégios de classe na França;

  • Fim de qualquer resquício do feudalismo no país e início da consolidação do capitalismo;

  • Início do processo de queda do absolutismo na Europa e na França;

  • Inspiração para movimentos de independência no continente americano;

  • Popularização da república como forma de governo;

  • Separação entre os poderes;

  • Imposição das liberdades individuais, que tornavam os homens “iguais perante a lei”.



28 e 30/03 - A França Pré-Revolucionária
Módulo 04 - Pág. 185 a 210

Além do atraso em relação ao avanço do capitalismo, principalmente em comparação com a Inglaterra, havia também os gastos elevados e desnecessários do governo francês nessa época. Um grande exemplo foi o envolvimento da França na Revolução Americana, o que causou um grande impacto na economia francesa.

O resultado foi uma crise econômica duríssima que impactou diretamente as relações sociais, pois a nobreza intensificou a exploração sobre o povo, principalmente sobre o campesinato e a classe média francesa. Isso aconteceu em decorrência da ocupação de cargos governamentais pela nobreza (até então, esses cargos eram destinados à classe média) e do aumento dos impostos cobrados dos camponeses.

Esse aumento de tributos foi extremamente pesado, pois grande parte dos camponeses não possuía terras. Assim, foram obrigados a ceder uma parcela cada vez maior de sua renda, que era utilizada basicamente para a própria subsistência. Dessa forma, a situação do campesinato nos vinte anos que antecederam a Revolução Francesa agravou-se consideravelmente.

Segundo o historiador Hobsbawm, o Estado francês gastava cerca de 20% a mais do que deveria, usava 50% do seu orçamento para pagar dívidas, e a inflação crescia rapidamente2. Tamanha crise econômica demandava reformas, mas, como mencionado, nobreza e clero não estavam dispostos a abrir mão de seus privilégios. Em 1788, as colheitas na França haviam sido ruins, o que aumentou consideravelmente o custo de vida tanto no campo quanto nas cidades. Logo, em 1789, a França já se encontrava em estado avançado de convulsão social. O efeito disso foi que a crise instalada nesse momento empurrou as pessoas para a rebelião e para o banditismo. Para contornar esse cenário, os Estados Gerais foram convocados.

Os Estados Gerais eram uma espécie de assembleia que surgiu na França medieval e que era convocada em momentos de crise (a última convocação havia sido feita em 1614). O povo francês via nessa assembleia uma forma de obter soluções para a situação do país. Para entender essa esperança popular, é importante saber como os Estados Gerais funcionavam.

Os Estados Gerais reuniam representantes dos três Estados que formavam a sociedade francesa. As soluções debatidas nesse conselho eram determinadas a partir de votação, que era realizada por Estado, e não por indivíduo. Sendo assim, nobreza e clero sempre se uniam para derrotar o Terceiro Estado. O grande problema é que, naquele momento, os representantes do Terceiro Estado começaram a exigir que o voto fosse individual, o que possibilitaria que as propostas da burguesia (grupo que representava o povo no conselho) fossem aprovadas. A proposição do Terceiro Estado por voto individual foi rejeitada, o que o motivou a criar uma Assembleia Nacional Constituinte.

Todo esse contexto fez com que o povo colocasse suas esperanças nos representantes do Terceiro Estado. Assim, o apoio popular foi a chave do sucesso das ações da Assembleia Nacional Constituinte. A população, já insatisfeita, enfureceu-se quando o rei mostrou-se contrário à Constituição que estava sendo elaborada e ordenou o fechamento da Constituinte.

Assim, em 14 de julho de 1789, a população parisiense conhecida como sans-culottes rebelou-se e atacou a Bastilha, prisão para onde eram enviados os opositores do Absolutismo Francês e símbolo do Antigo Regime. A Queda da Bastilha, nome pelo qual ficou conhecida a tomada da prisão pela população parisiense, marcou o início da Revolução Francesa e espalhou o fervor revolucionário pelo país.


A FRANÇA PRÉ-REVOLUCIONÁRIA:

Nos anos de 1780, a França vivenciava uma série de conturbações marcadas por grandes revoltas nos campos e nas cidades. Enquanto os trabalhadores assalariados e os camponeses promoviam diversos levantes por todo o país, a burguesia via-se ameaçada pela invasão de produtos estrangeiros com qualidade e preço mais competitivos que os franceses. Dessa forma, a burguesia precisava de incentivos que recuperassem sua força econômica e as camadas populares desesperavam-se com a alta dos alimentos.

Em meio às inundações, desemprego, secas e falências, alguns membros do próprio governo francês tentaram alertar sobre a necessidade de uma ampla reforma fiscal. Em linhas gerais, esses reformistas defendiam a necessidade do clero e da nobreza passarem a contribuir com o pagamento de impostos válidos a toda a população. No entanto, a tentativa de nivelamento fiscal foi completamente barrada pelos representantes da aristocracia francesa.



21 e 23/03 - Liberalismo Econômico e Despotismo
Módulo 2 - Pág. 142 a 168

DESPOTISMO ESCLARECIDO

Origem

A expressão “despotismo esclarecido” foi cunhada pelo historiador alemão Wilhelm Roscher, em 1847, portanto, não foi contemporânea a tal política.

O historiador, com este termo, queria explicar uma série de governos que adotaram vários princípios iluministas como o racionalismo, os ideais filantrópicos e o progresso.

No entanto, estes mesmos governos não fizeram nenhuma concessão à limitação do poder real ou expandiram os direitos políticos para as demais camadas da população.

Por isso, ele é também conhecido por "despotismo benévolo" ou "absolutismo esclarecido".

De forma geral, podemos considerá-lo como um regime onde se aprofunda a ruptura com a tradição típica do Antigo Regime, para uma forma de governar mais eficiente. Contudo, sem abandonar os fatores absolutistas das monarquias.

De fato, as regiões mais afetadas por essa política foram a Rússia, França, Áustria, Prússia e a Península Ibérica.

Características

Despotismo esclarecido tapete

A Real Fábrica de Tapetes, inaugurada em Madri, em 1720, supôs uma racionalização da fabricação de tecidos. A fábrica funciona até hoje.

Em primeiro lugar, é importante destacar que as monarquias absolutistas europeias estavam em crise em função das transformações causadas pelas ideias Iluministas e Liberais.

Desse modo, os déspotas esclarecidos, implementaram as reformas necessárias para manter o poder, ao mesmo tempo em que reestruturavam seus governos para serem mais eficientes.

Entretanto, as ideias iluministas adotadas foram apenas aquelas que não prejudicariam a forma de governo absolutista de direito divino.

Apenas os saberes úteis na tomada de decisões político-administrativas foram empregados a fim de dinamizar a economia nacional. Foram deixados de lado os princípios democratizantes e liberais do iluminismo.

Outro ponto interessante é a gama de conhecimentos que o monarca deveria dominar para implementar os princípios iluministas. Daí a presença de ministros (ou até mesmo filósofos) afinados ao pensamento filosófico e econômico iluminista nas cortes destes monarcas.

Ademais, é curioso o fato de este fenômeno ser mais comum onde a burguesia foi mais fraca. Isso tornava a economia menos desenvolvida e justificava as implementações iluministas.

Sob aspectos filosóficos, é muito comum a legitimação do poder absoluto com base na teoria do contrato social de Thomas Hobbes. Essa teoria defendia o direito divino dos reis.

Por outro lado, podemos encontrar aspectos de liberdade religiosa, de expressão e de imprensa, bem como o respeito à propriedade privada.

Com efeito, os monarcas melhoravam as condições de vida de seus súditos. Ao mesmo tempo, por meio de uma administração mais eficiente, incrementavam as receitas do Estado, e assim reforçavam a autoridade real.

Principais Déspotas Esclarecidos

Catarina II, a Grande

A Imperatriz da Rússia, Catarina II, aumentou o poder da nobreza, reduziu a influência da Igreja Ortodoxa e tentou instituir um sistema educacional para os não-servos

Na Prússia, o rei Frederico II (1740-1786) foi influenciado pelos ensinamentos de Voltaire (1694-1778).

Na Áustria, a imperatriz Maria Tereza (1717-1780) conseguiu taxar a nobreza e criar um exército nacional.

Na Espanha do rei Carlos III (1716-1788), esta política ganhou forma na ampliação da indústria têxtil.

Na Rússia, a imperatriz Catarina II (1762-1796) promoveu a liberdade religiosa, ao mesmo tempo em que acentuou o feudalismo.

Já em Portugal, o Marquês de Pombal (1699-1792), ministro do rei Dom José I (1750-1777), foi responsável pela expulsão dos jesuítas, pela reforma educacional e manufatureira portuguesa. Isso teve grandes reflexos na administração colonial.

Liberalismo Econômico

liberalismo econômico é uma doutrina surgida no século XVIII e seu principal representante é o escocês Adam Smith (1723 -1790).

O liberalismo econômico defende a não-intervenção do Estado na economia, a livre-concorrência, do câmbio-livre e da propriedade privada.

Resumo

O liberalismo econômico surgiu quando os Estados Nacionais estavam se constituindo. Assim, um grupo de pensadores criticava o que eles consideravam uma excessiva intervenção do Estado na economia, deixando pouco espaço para a livre-iniciativa.

Os liberais rebatiam as ideias do mercantilismo e dos fisiocratas que defendiam o controle do Estado na economia através de monopólios, altos impostos e proteção aos grêmios de profissões.

Assim, o liberalismo econômico se caracteriza pela não intervenção do Estado na economia, à defesa da propriedade privada e a livre concorrência.

“Laissez Faire, Laissez Passer”

A expressão em francês “laissez faire, laissez passer” (Deixai fazer, deixai passar) resume um princípio caro aos liberais que defendem a liberdade econômica.

Para os liberais, o indivíduo é o agente econômico e, por este motivo, o Estado não deve interferir nas atividades econômicas com muitas regras. Se há algum desajuste, o próprio mercado o corrigirá naturalmente, ou seja, é autorregulador.

Cabe ao Estado, no liberalismo, a manutenção da ordem, a preservação da paz e a proteção à propriedade privada.

Liberalismo Economico
Charge sobre o Liberalismo Econômico

A livre concorrência engloba a liberdade para o comércio produzir, fixar preço e controlar a qualidade da produção. O próprio mercado, com sua lei de oferta e procura, ajustaria a demanda e o valor das mercadorias, sem necessidade de interferência estatal.

O câmbio livre, por sua vez, tem como objetivo a queda das tarifas alfandegárias que levam ao protecionismo.

Vantagem Comparativa

Nesta corrente, cada país deveria se especializar somente nos artigos que tivessem a capacidade de produzir em vantagem na comparação com outras nações.

Seria uma espécie de divisão internacional do trabalho, com cada país mantendo a tradição produtiva que lhe cabe.

Exemplo: no país X é possível plantar trigo e soja. No entanto, o rendimento da soja é muito mais elevado que o do trigo. Desta maneira, o país X deveria desistir de plantar trigo para se dedicar apenas a plantação de soja.

No século XVIII, contudo, quando existiam as colônias, o liberalismo afirmava que alguns países deveriam fornecer somente produtos agrícolas, enquanto a outros competiriam os bens industrializados.

Pensadores do Liberalismo

O século XVIII que viu surgir o liberalismo político e a Revolução Francesa foi cheio de pensadores que defendiam a liberdade no campo econômico e político.

Vamos nos concentrar somente nos pensadores do liberalismo econômico:

Adam Smith (1723-1790)

Adam Smith

O pensamento liberal foi defendido por Adam Smith, considerado como o pai do liberalismo e fundador da escola clássica.

Da mesma forma os filósofos e economistas ingleses Thomas Robert Malthus e David Ricardo expandiram as ideias do liberalismo econômico.

Thomas Malthus (1776-1834)

Thomas Malthus

Thomas Robert Malthus estudou o crescimento das populações e a capacidade dos recursos naturais para mantê-las. Desta maneira, acredita que os recursos crescem em proporções aritméticas e a população cresce em proporções geométricas.

Assim, guerras, desastres naturais e epidemias funcionariam como um regulador das necessidades de consumo em consonância com o tamanho da população.

O pensamento de Malthus foi publicado em 1798, na obra "Ensaio Sobre o Princípio da População".

David Ricardo

O filósofo inglês David Ricardo expôs a teoria da vantagem comparativa onde defendia que o comércio internacional deveria ser dividido conforme a possibilidade de cada país. Desta maneira, as transações seriam justas e não haveria necessidades de barreiras alfandegárias.

Transpondo essa teoria para as empresas, Ricardo afirma que as empresas também encontram vantagens competitivas quando diferenciam produtos e serviços, possuem o monopólio do mercado ou encontram políticas favoráveis aos negócios.

Críticas

O liberalismo econômico será duramente criticado no século XIX pelo marxismo que declarava que o liberalismo era o culpado pela concentração de riqueza da burguesia e a pobreza da classe operária.

Igualmente, ele vai perder força após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) quando as economias nacionais tiveram que ser reorganizadas a partir do Estado. Nesta época, a escola econômica que predominou foi o keynesianismo.


16/03 - Os principais filósofos iluministas
Módulo 2 - Pág. 142 a 168

A maioria dos filósofos iluministas compartilhava da mesma ideia central, mas cada um deles contribuiu de uma forma diferente para o movimento. Entre os pensadores que atuaram durante o movimento, os que mais se destacaram foram:


John Locke 
John Locke provavelmente é um dos filósofos iluministas mais conhecidos. O inglês, considerado o “pai” do liberalismo e fundador do empirismo, defendia a liberdade de expressão. Locke tinha algumas ideias polêmicas que causaram grandes conflitos na época. Contrariando os dogmas do catolicismo, o filósofo não acreditava que Deus tinha o controle sobre o destino dos homens. 


John Locke

John Locke está entre os filósofos iluministas que mais se destacaram. 

(Imagem:Wikimedia)


Voltaire
Voltaire foi um filósofo francês muito importante, suas ideias foram essenciais não só para o movimento iluminista, mas também apara a Revolução Francesa. Voltaire escreveu mais de 70 obras entre livros, romances, poemas e peças de teatro. Entre as temáticas escolhidas pelo autor estava a crítica a Igreja Católica (o que resultou em sua prisão), o liberalismo, e a crítica ao absolutismo.


Jean-Jacques Rousseau
Jean-Jacques Rousseau foi um filósofo suíço muito à frente do seu tempo. Naquele período, Rousseau já defendia a democracia direta e a soberania popular. Nesse sistema os indivíduos deveriam ter participação ativa nas decisões políticas. O filósofo também publicou muitas obras, sendo a principal delas “Do contrato Social”, de 1762.


Diferente dos outros iluministas, Rousseau não compartilhava da ideia do individualismo. Segundo o autor, a igualdade não seria alcançada se as pessoas tivesses propriedade privada. Para ele, o bem estar social só poderia ser alcançado se a posse de bens acabasse, todos deveriam ter acesso às mesmas coisas, compartilhar do mesmo poder. 


Montesquieu
Montesquieu foi um filósofo francês que atuou principalmente na área da política e da psicologia. Ele foi o responsável por construir a teoria de separação dos três poderes, Legislativo, Executivo e Judiciário, que é utilizado atualmente no Brasil. Assim como os demais, Montesquieu também tinha um posicionamento contrário à monarquia e para evitar o domínio absoluto por parte dos monarcas, era melhor dividir o governo em três âmbitos. 


O grande problema dessa ideia é que o filósofo delimitava o acesso às pessoas que tinham renda e propriedades, ou seja, aqueles que faziam parte das camadas mais pobres não teriam direito de participar dessa estrutura. 


09/03 - Iluminismo
Módulo 2 - Pág. 142 a 168.

Os iluministas acreditavam que poderiam reestruturar a sociedade do Antigo Regime. Defendiam o poder da razão em detrimento ao da fé e da religião e buscaram estender a crítica racional em todos os campos do saber humano.

Através da união de escolas de pensamento filosóficas, sociais e políticas, enfatizavam a defesa do conhecimento racional para desconstruir preconceitos e ideologias religiosas. Por sua vez, essas seriam superadas pelas ideias de progresso e perfectibilidade humana.

Em suas obras, os pensadores iluministas argumentavam contra as determinações mercantilistas e religiosas.

Também foram avessos ao absolutismo e aos privilégios dados à nobreza e ao clero. Estas ideias eram consideradas polêmicas, pois isso abalava os alicerces da estrutura política e social do Antigo Regime.

Desta maneira, filósofos como Diderot e D’Alembert buscaram reunir todo o conhecimento produzido à luz da razão num compêndio dividido em 35 volumes: a Enciclopédia (1751-1780).

A publicação da Enciclopédia contou com a participação de vários expoentes iluministas como Montesquieu e Jean-Jacques Rousseau.

Suas ideias se difundiram principalmente entre a burguesia, que detinha a maior parte do poder econômico. Entretanto, não possuíam nada equivalente em poder político e ficavam sempre à margem das decisões.


23/02 - República de Oliver Cromwell
Módulo 1 - Pág.127 a 140

Oliver Cromwell, governou a Inglaterra de 1853 a 1858

Depois da execução do rei Charles I, Oliver Cromwell, antigo membro do Parlamento, assume o governo britânico e instaura a Commonwealth. Um dos primeiros atos de Cromwell beneficiou diretamente a burguesia que o apoiava.

Em 1650, ele promulgou os Atos de Navegação, que determinava que os produtos ingleses deveriam ser transportados somente por navios de bandeira inglesa. Isto dispensava navios de outras nacionalidades e fomentava a indústria naval interna.

No entanto, o próprio Cromwell sentia-se ameaçado pelo Parlamento e o fecha em 1653. Também manda prender e executar os chefes do Exército que ele mesmo mandara formar. Ainda consegue colocar seu filho, Richard, frente ao governo.

Sem o mesmo prestígio do pai, Richard Cromwell não consegue governar e a própria burguesia pede a volta da monarquia. Em 1660, seu filho ascende ao trono como Charles II e restaura a dinastia Stuart na Inglaterra.

Restauração da Dinastia Stuart



Os irmãos Charles e Jaime restauraram a família Stuart no trono inglês

Com a restauração dos Stuart, os problemas religiosos e políticos da Inglaterra não acabam.

O rei Charles II era abertamente favorável a uma política de tolerância religiosa, mas o Parlamento, dominado pelos protestantes, era contra. Igualmente, o soberano assina leis que favorecem a Igreja Anglicana em detrimento de outras correntes do protestantismo e da Igreja Católica.

A disputa entre o Parlamento e o Rei se aprofundou quando se descobriu que o irmão de Charles II, Jaime, era católico.

Isto fez surgir duas vertentes políticas que existem até hoje na política britânica:

·       Whigs: desejavam excluir Jaime da linha de sucessão ao trono;

·       Tory: não queriam excluir Jaime da linha de sucessão ao trono.

Naturalmente, o rei Charles II se alinhou aos Tories desencadeando uma perseguição aos Whigs. Como não teve filhos com sua esposa e Jaime o sucederia, as sobrinhas tiveram que ser criadas como protestantes.

Revolução Gloriosa (1688)

Revolução Gloriosa foi uma revolução sem sangue ou conflitos e que encerrou um período de revoluções na Inglaterra iniciado pela Revolução Puritana.

Para entendê-la, precisamos lembrar que religião e política estavam intimamente ligadas nesta época. A crença do indivíduo determinava a sua posição política e por isso era tão importante definir qual seria a religião do soberano e, assim, de todo o reino.

Por isso, a burguesia só via com bons olhos o fortalecimento da religião protestante, pois esta defendia a limitação do poder do monarca através do Parlamento.

Desta maneira, o católico Jaime II sempre foi visto com desconfiança. O Parlamento conspira para que o trono seja entregue a seu sobrinho Guilherme de Orange que havia se casado com sua filha e herdeira, a princesa Maria.

Sem apoios na Inglaterra, Jaime II foge para França. Por sua vez, Guilherme e Maria são recebidos como reis na Inglaterra. Em seguida é instituída a monarquia parlamentarista que limita consideravelmente o poder do soberano no governo.

FONTE: https://www.todamateria.com.br/revolucoes-inglesas/#:~:text=A%20Revolu%C3%A7%C3%A3o%20Inglesa%20foi%20um,a%20monarquia%20parlamentarista%20na%20Inglaterra.

16/02 - Organização do Projeto de Carnaval: Bloco Felicidade! 

09/02 - A Revolução Inglesa
Módulo 1 - Pág.127 a 140

Revolução Inglesa foi um conjunto de guerras civis e mudanças de regime político que ocorreram na Inglaterra, Escócia e Irlanda entre 1640 e 1688.

Estas revoluções marcaram a ascensão da burguesia e consolidaram a monarquia parlamentarista na Inglaterra.

Resumo

A Revolução Inglesa pode ser dividida em quatro fases principais:

1.   Revolução Puritana e a Guerra Civil, de 1640 a 1649;

2.   A República de Oliver Cromwell, de 1649 a 1658;

3.   Restauração da dinastia Stuart, com os reis Charles II e Jaime II, de 1660 a 1688;

4. Revolução Gloriosa, que encerrou o reinado de Jaime II e instituiu a Monarquia Parlamentarista.

Como duas revoluções - Puritana e Gloriosa - aconteceram num curto espaço de tempo, esta fase também é chamada de "Revoluções Inglesas", no plural.

Estas tiveram como objetivos: limitar o poder do rei através do Parlamento, garantir a liberdade religiosa para os anglicanos e impedir a restauração do catolicismo na Inglaterra.

Revolução Puritana e Guerra Civil

Durante o reinado de Charles I houve uma disputa acirrada pelo poder entre o rei e o Parlamento.

O monarca julgava que somente o rei deveria dirigir a nação, dispensando a ajuda das câmaras parlamentárias. Devido a esta briga, o rei Charles I dissolveu o Parlamento três vezes em 4 anos de reinado.

No entanto, ele tinha o desejo de unificar as igrejas da Escócia e da Inglaterra, impondo aos escoceses o Book of Common Prayer (Livro de Oração Comum). A igreja da Escócia, contudo, se rebela contra esta ordem e o rei decide entrar em guerra contra os opositores.

Para isso, ele precisava de dinheiro, e para obtê-lo, queria aumentar os impostos. Isto, no entanto, deveria ser aprovado pelo Parlamento. Seguiu-se, então, uma disputa sobre quem deveria ter autorização para aumentar impostos. Deveria ser o rei, que governava segundo o Direito Divino? Ou o Parlamento que representava os setores da nação?

Após muitas ameaças, o monarca e o Parlamento organizam exércitos que se enfrentam em guerra civil e culminam na derrota do rei Charles I.

Durante a Guerra Civil surgem no Parlamento vários grupos políticos como os "Levellers" (niveladores) que reuniam desde pequenos proprietários a pessoas que defendiam o fim da propriedade privada.

Os "levellers" são combatidos pelos conservadores donos de grandes propriedades de terra. Mais tarde seriam chamados de "diggers" (escavadores) e defenderiam o fim da propriedade privada.

O Parlamento ganha o conflito e Charles I é preso e condenado à morte. Esta sentença abriu espaço para a primeira e única experiência republicana inglesa.

Embora tenha sido o primeiro rei inglês a ser decapitado por seus compatriotas, Charles I tentou modernizar o país. Construiu estradas, aterrou pântanos, criou um serviço postal e instituiu um serviço de ajuda à busca de trabalho.

Igualmente foi patrono das artes e da arquitetura tentando fazer de Londres uma grande capital e trazendo pintores como Peter Rubens para decorar seus palácios.

FONTE: https://www.todamateria.com.br/revolucoes-inglesas/#:~:text=A%20Revolu%C3%A7%C3%A3o%20Inglesa%20foi%20um,a%20monarquia%20parlamentarista%20na%20Inglaterra.


02/02/2022 - Apresentação