HISTÓRIA - 7º ANO

 HISTÓRIA - 7º ANO

Sejam bem-vindos, queridos alunos! Mais um ano letivo ira começar e temos muito para aprender. Mas também muitas aventuras para viver e sorrisos para compartilhar.

Que cada dia seja uma nova descoberta e aproxime a todos de um futuro de sucesso. E que o respeito, a amizade e a alegria estejam presentes em cada novo dia. Bom ano letivo para todos!

"Tenho fé de que chegará um tempo quando as pessoas entenderão umas as outras" - Jiraiya

💥AVALIAÇÃO DE HISTÓRIA💥

Matéria:
  • Módulo 15 - Pág. 129 a 145 
  • Módulo 16 - Pág. 146 a 173
  • Módulo 17 - Pág. 174 a 204
Data: A definir 

💥REVISÃO PARA AVALIAÇÃO - RAA💥


💥TESTINHOS 4º BIMESTRE💥
  • 1º TESTINHO: Módulo 12 - Pág. 168 a 175. (Apostila 03) 
  • 2º TESTINHO: Módulo 15 - Pág. 129 a 132. (Apostila 04) - 26/10
  • 3º TESTINHO: Módulo 16 - Pág. 146 a 150. (Apostila 04) - 10/11
  • 4º TESTINHO: Módulo 16 - Pág. 157 a 162. (Apostila 04) - 24/11
  • 5º TESTINHO: Módulo 16 - Pág. 177 a 183. (Apostila 04) - 01/12
💥TAREFAS:

Tarefa 02
  • Atividade 01 (Feito Em sala) - Pág. 151
  • Atividade 02 (Feito Em sala) - Pág. 157
  • Atividade 03 (Feito Em sala) - Pág. 164
  • Em Casa - Pág. 170 a 173.
Visto: 17/11
Correção:

Tarefa 01
  • Atividade 01 (Feito Em sala) - Pág. 133
  • Atividade 02 (Feito Em sala) - Pág. 137
  • Em Casa - Pág. 143 a 145. 
Visto: 10/11
Correção: 

💥PROVA ANGLO 10 e 11/11
  • Módulos:
    • Módulos 12, 13 e 14 (Livro 03)
    • Módulos 15, 16 (Livro 04) 
28/11 a 02/12 - Barroco e o Estilo Rococó

21/11 a 24/11 - Economia Mineradora
Módulo 17 - Pag. 174 a 206
A mineração promoveu a urbanização do interior do Brasil.
A mineração promoveu a urbanização do interior do Brasil.
Esperada desde o início das atividades exploratórias sob terras brasileiras, a descoberta de metais preciosos pela administração colonial portuguesa só aconteceu no fim do século XVII. O anúncio dessa nova atividade de exploração inaugurou uma nova fase da história do Brasil colonial.

Desde então, a chegada dos portugueses atraídos pelo ouro e pela prata motivou um processo de povoamento das regiões interioranas no país. Essa ocupação do interior se fez presente desde o período da União Ibérica (1580-1640), quando o domínio espanhol e a falta de escravos impulsionaram os bandeirantes a desbravarem os sertões. Foi por meio dessas empreitadas, que as primeiras regiões auríferas foram descobertas na região de Minas Gerais e, posteriormente, Mato Grosso e Goiás.

A região, inicialmente explorada pelos bandeirantes nativos, logo assistiu a chegada de vários súditos da Coroa Portuguesa. A corrida pelo ouro chegou a provocar um conflito entre portugueses e bandeirantes, que ficou conhecida como A Guerra dos Emboabas. Depois de garantido o controle sobre tais regiões, a metrópole também teve preocupação em aprimorar seu sistema de tributação e fiscalização sobre as possessões auríferas.

As áreas mineradoras passaram a ser cercadas por oficias do poder metropolitano e novos impostos foram criados na época. Nas casas de fundição, o ouro era fundido e marcado pelo brasão da Coroa Portuguesa. Vários impostos foram criados sobre a atividade mineradora e à medida que as reservas se escasseavam as cobranças só aumentavam. Ainda assim o contrabando era uma atividade recorrente. A opressão portuguesa recebeu forte resposta como na Revolta de Filipe do Santos e na Inconfidência Mineira.

Além de potencializarem as tensões entre a colônia e a metrópole, a mineração também trouxe certa dinamicidade na economia interna. A pecuária e a agricultura nas regiões Sul e Nordeste cresceram com a demanda por víveres nas regiões mineradoras. Ao mesmo tempo, a mineração imprimiu outra dinâmica na trajetória econômica dessas regiões, já que o foco das atividades iniciou-se nos centros urbanos para só depois, com a decadência da mineração, se voltar para o campo.


Por Rainer Sousa
Mestre em História




14/11 a 18/11 - Entradas e bandeiras
Módulo 17 - Pag. 174 a 206

Entradas e bandeiras foram expedições realizadas no século XVIII que propiciaram a descoberta de metais preciosos no interior do Brasil, transformando a realidade colonial.

"As expedições denominadas entradas e bandeiras tiveram como objetivo a captura de índios para o trabalho escravo e a procura por metais preciosos, como ouro, prata e diamante. Logo após a crise do açúcar, iniciada em meados do século XVI, tanto a Coroa portuguesa como particulares organizaram expedições para explorar outros tipos de riqueza no interior da colônia.

A descoberta de metais preciosos nas regiões de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso iniciou o povoamento delas e as disputas pelas minas, provocando conflitos armados e a imediata intervenção portuguesa para organizar o fluxo de pessoas no local, mas também obter lucros com a mineração."

"O que foram as entradas e bandeiras?
Entradas e bandeiras foram expedições realizadas no século XVIII, em direção ao interior do Brasil, com o objetivo de encontrar metais preciosos e aprisionar índios para serem mão de obra escrava. As diferenças entre as duas expedições são:
  • as entradas foram financiadas pela Coroa portuguesa e tiveram como ponto de partida o litoral;
  • as bandeiras foram expedições particulares saídas de São Paulo.

A importância das entradas e bandeiras para o Brasil
Até o século XVII, a maioria dos colonos que moravam no Brasil esteve concentrada no litoral por causa do comércio açucareiro. Com a crise dessa atividade comercial, foi preciso encontrar outras fontes de riqueza. As entradas e bandeiras foram expedições que iniciaram a ocupação do interior do Brasil. Quando as primeiras minas de ouro foram descobertas, a notícia espalhou-se rapidamente. Milhares de forasteiros vindos de outras regiões do Brasil e de Portugal chegaram a Minas Gerais para enriquecerem-se rapidamente com os metais preciosos.

O êxito na mineração provocou mudanças na administração da colônia. A capital foi transferida de Salvador para o Rio de Janeiro, que estava próximo da região de Minas, o que facilitava a fiscalização por parte da Coroa bem como o escoamento da produção aurífera para o porto da nova capital em direção a Portugal. O sertão brasileiro começou a ser povoado e, próximo das minas, surgiram as primeiras cidades, como Mariana, Ouro Preto, Pirenópolis, Cidade de Goiás.

O somatório entre o grande número de pessoas explorando os metais preciosos e a forte fiscalização do rei para que o imposto fosse pago em dia despertaram os primeiros movimentos contra a presença portuguesa no Brasil.

As notícias vindas da Europa a respeito do movimento iluminista, que pregou o liberalismo político e econômico, a independência dos Estados Unidos, em 1776, e a Revolução Francesa, em 1789, foram motivos de discussões sobre a urgência em romper-se os laços com Portugal e os próprios brasileiros explorarem o seu território. O deslocamento do eixo econômico do Nordeste para a região Centro–Sul do Brasil trouxe mudanças que refletiriam na independência, em 1822.

Contexto histórico das entradas e bandeiras
A União Ibérica, junção das coroas portuguesa e espanhola, no século XVII, trouxe mudanças para o Brasil. A anulação do Tratado de Tordesilhas, linha imaginária que dividia o continente americano entre as coroas ibéricas, motivou as primeiras inserções no sertão brasileiro. Se o tratado era visto como uma proibição, a sua anulação significou uma possibilidade de conhecer e explorar o interior da colônia.

A invasão holandesa no Nordeste brasileiro, entre 1630 e 1650, modificou a produção açucareira no Brasil. A expulsão dos invasores levou à crise do açúcar. Os holandeses expulsos foram para as Antilhas e iniciaram a plantação da cana-de-açúcar, tornando-se fortes concorrentes de Portugal. Como não tinha meios para responder à ação holandesa no comércio europeu, o açúcar brasileiro desvalorizou-se consideravelmente, desencadeando uma crise socioeconômica no Nordeste.

O litoral brasileiro, que havia sido a principal fonte de riqueza para Portugal por dois séculos, agora era apenas prejuízos. A Coroa portuguesa precisou agir rápido para reverter a situação e manter a exploração de sua colônia. Desde a sua chegada, em 1500, que os portugueses esperavam encontrar metais preciosos no Brasil. Como a Espanha encontrou várias minas de ouro na região de Potosi e lucrou com a mineração, Portugal esperava o mesmo destino quando Pedro Álvares Cabral aqui desembarcou, em 22 de abril de 1500.

No entanto, as minas não estavam no litoral, mas sim no interior. Enquanto elas não foram descobertas, os portugueses perceberam que o litoral nordestino era a região ideal para a plantação de cana-de-açúcar. O comércio açucareiro estava em ascensão no comércio europeu, e o litoral brasileiro foi, então, reservado para a plantação da cana.

A economia colonial brasileira não foi baseada apenas no açúcar.
Não havia uma homogeneidade entre as capitanias. São Paulo seguia o sentido oposto do Nordeste. A produção paulista era de subsistência, ou seja, restrita à região e consumida pelos próprios paulistas. Não havia necessidade de fornecer matéria-prima para a Europa. Por isso, a mão de obra indígena era tão cara aos paulistas.

Enquanto o Nordeste assistia à chegada dos primeiros escravos negros para trabalharem na plantação de cana-de-açúcar, para os paulistas, a mão de obra mais viável era a do índio. Por isso, os bandeirantes, quando iniciaram suas expedições para o sertão, interessaram-se pela captura desses últimos. Foi por essa razão que as bandeiras saíram de São Paulo e foram financiadas por particulares. O interesse paulista diferenciava-se do interesse da Coroa."

Veja mais sobre "Entradas e bandeiras" em: https://brasilescola.uol.com.br/historiab/entradas-bandeiras.htm

07/11 a 11/11 - Escravidão no Brasil: formas de resistência


A resistência dos escravos tinha como grande objetivo a conquista da liberdade, mas também poderia buscar apenas impor limites ao excesso de tirania de feitores e senhores.

Uma das formas de resistência dos escravos eram as revoltas nos engenhos e fazendas onde trabalhavam, que visavam à liberdade ou um tratamento digno.
Uma das formas de resistência dos escravos eram as revoltas nos engenhos e fazendas onde trabalhavam, que visavam à liberdade ou um tratamento digno.






















"A resistência dos escravos foi uma resposta à escravidão que foi uma instituição presente na história do Brasil ao longo de mais de 300 anos. A sociedade brasileira foi construída pela utilização dos trabalhadores escravos, indígenas ou africanos. A escravidão no Brasil foi uma instituição vil e cruel que explorava brutalmente o trabalho de indígenas e africanos.

No caso dos africanos, a escravidão os removeu de sua terra nativa e os enviou a milhares de quilômetros de distância para uma terra distante, com idioma, religião e culturas diferentes das deles. Foi nesse contexto que milhões de africanos foram sequestrados e transportados em péssimas condições para serem escravizados no Brasil. Se quiser saber mais sobre isso, leia o seguinte texto: Tráfico Negreiro."

"Os africanos foram utilizados em trabalhos domésticos e urbanos, mas, sobretudo, foram utilizados na lavoura, principalmente, no cultivo da cana-de-açúcar e também nas minas, quando foram descobertos metais e pedras preciosas em Minas Gerais, Cuiabá e Goiás.

Engana-se, porém, quem acredita que os africanos foram escravizados passivamente, pois, apesar da falta de registro, os historiadores sabem que inúmeras formas de resistência dos escravos foram desenvolvidas. Neste texto, o enfoque será nas diversas formas de resistência utilizadas pelos escravos africanos, ao longo dos séculos XVI ao XIX."

"Resistência à escravidão
A resistência à escravidão por meio das revoltas, conforme pontua o historiador João José Reis, não visava, exclusivamente, a acabar com o regime de escravidão, mas, dentro do cotidiano dos escravos, poderia ser utilizada como instrumento de barganha. Sendo assim, essas revoltas dos escravos buscavam, muitas vezes, corrigir excessos de tirania dos senhores, diminuir o nível de opressão ou punir feitores excessivamente cruéis|1|.

Muitas pessoas têm uma imagem de que os escravos africanos aceitavam a escravização de maneira passiva, mas os historiadores nos contam que a história foi bem diferente e os escravos organizaram-se de diferentes maneiras para colocar limites à violência a que eram submetidos no seu cotidiano.

Entre as diferentes formas de resistência dos escravos podem ser mencionadas as fugas coletivas, ou individuais, as revoltas contra feitores e seus senhores (que poderia ou não ter o assassinato desses), a recusa em trabalhar, a execução do trabalho de maneira inadequada, criação de quilombos e mocambos etc.

A resistência contra a escravidão já começava no embarque dos africanos nos navios negreiros. O risco de revoltas dos africanos nos navios negreiros era tão alto que os traficantes de escravos diminuíam, deliberadamente, as porções de comida para reduzir as possibilidades de revoltas, que aconteciam, geralmente, quando o navio estava próximo da costa.

As revoltas dos africanos nos navios negreiros eram tão comuns que os traficantes tinham na tripulação do navio intérpretes que falavam os idiomas dos africanos e poderiam alertar em caso de possibilidade de revolta dos aprisionados. As revoltas, porém, não se resumiam apenas aos navios negreiros. Aqui no Brasil, inúmeras revoltas aconteceram, conforme veremos.

Os historiadores costumam apontar que os escravos africanos eram mais combativos que os escravos crioulos (nascidos no Brasil), porque muitos dos africanos vinham de povos que tinham um grande histórico recente de envolvimento com o combate e a guerra. Esse foi o caso de nagôs e haussás. Apesar disso, os escravos crioulos também se rebelavam e, ao longo de nossa história, existem inúmeros exemplos disso.

Revoltas violentas

As revoltas dos escravos eram, muitas vezes, voltadas contra seus senhores e feitores, podendo, inclusive, resultar na morte deles.

Entre os exemplos de revoltas violentas que aconteceram, pode ser mencionada uma revolta que aconteceria na Bahia em 1807, mas que foi sufocada antes de se iniciar. Essa revolta foi descoberta em maio de 1807, e os escravos que se rebelariam planejavam dominar a cidade de Salvador. Além disso, entre os planos dos escravos constava o ataque a igrejas católicas e destruição de imagens dos santos.

Essa revolta foi planejada por escravos haussás que também planejavam instaurar um líder muçulmano no poder. Também na Bahia, em 1814, outra revolta violenta foi realizada pelos africanos, na qual os revoltosos reunidos em um quilombo foram para as fazendas na região reunir-se com escravos que estavam os esperando. Depois, passaram a destruir tudo o que encontravam pelo caminho, incluindo uma vila chamada Itapuã. Acabaram sendo reprimidos, posteriormente, e alguns dos envolvidos foram executados.

Outra revolta que estava sendo organizada pelos escravos, mas que acabou sendo descoberta e duramente reprimida, foi a que ocorreu em Campinas, em 1832. Na ocasião, as autoridades descobriram que uma grande revolta de escravos estava para acontecer em 15 grandes propriedades da região. Nessa revolta, os escravos planejavam matar os seus senhores para conquistarem a sua liberdade.

Fugas
As fugas eram uma outra estratégia utilizada pelos escravos e poderiam ser individuais e coletivas. As fugas individuais eram mais complicadas, porque aquele que a realizasse só conseguiria ter sucesso caso se embrenhasse no mato e lá sobrevivesse.

Muitos procuravam alcançar grandes quilombos estabelecidos. As fugas individuais tornaram-se uma estratégia comum no século XIX, como as fugas dos escravos eram constantes, eles se instalavam em grandes cidades – como Salvador – e passavam-se por libertos.

As fugas foram uma estratégia de resistência muito comum nas décadas de 1870 e 1880, por conta do fortalecimento do movimento abolicionista. Os escravos sentiam-se motivados a fugir e muitas vezes eram de fatos incentivados por outros escravos que haviam fugido ou por integrantes de associações abolicionistas, que davam suporte para escravos que fugiam.

O historiador Walter Fraga afirma que, na década de 1870, intensificaram as fugas com o objetivo de acionar as autoridades para mediar conflitos com seus senhores. Walter Fraga cita que nessas fugas os escravos “recorriam às autoridades policiais para pedir proteção nas disputas judiciais, interditar a venda […] de parentes, mediar conflitos com os senhores e denunciar maus-tratos”|2|.

Os escravos que fugiam e mudavam-se para as cidades tinham como objetivo camuflar-se em meio à população negra presente e buscavam encontrar todo tipo de emprego que fosse possível de ser executado.

Quilombos
Outra forma de resistência dos escravos foi com a formação de quilombos e mocambos. As duas palavras têm origem em idiomas africanos. Mocambo significa “esconderijo”, enquanto que quilombo era utilizado para se referir a um acampamento militarizado. Essa estrutura surgiu no Brasil, em meados do século XVI, e se popularizou depois do Quilombo dos Palmares.

O primeiro quilombo registrado, conforme afirma o historiador Flávio dos Santos Gomes, surgiu em 1575 na Bahia|3|. Na visão dos portugueses e colonos, os quilombos eram basicamente agrupamentos que reuniam escravos fugidos. Os quilombos mantinham relações comerciais importantes com outros quilombos e também com pessoas livres.

Existiam quilombos que sobreviviam do que era cultivado e do que era retirado das matas, enquanto que outros optavam por sobreviver de assaltos e ataques contra a população livre em estradas ou realizando ataque contra engenhos. Os quilombos desenvolviam-se em locais isolados e de difícil acesso, e grande parte dos membros de um quilombo eram escravos fugidos de uma mesma região ou de um mesmo senhor.

Alguns quilombos de destaque na história do Brasil foram o Quilombo dos Palmares, Quilombo do Jabaquara, Quilombo Buraco do Tatu, Quilombo do Leblon. O Quilombo dos Palmares foi o maior quilombo da história da resistência à escravidão no Brasil e chegou a contar com 20 mil habitantes. Foram realizados ataques contra esse quilombo, ao longo de todo o século XVII, e o último ataque, realizado em 1694, colocou fim a esse quilombo.

Os quilombos causavam grande temor nas autoridades coloniais e, por isso, foram duramente reprimidos. O caso do Quilombo dos Palmares, novamente, foi simbólico, porque mobilizou portugueses e holandeses (no período em que se instalaram em Pernambuco), mas resistiu durante décadas.

Outras formas de resistência
A resistência dos escravos contra sua escravização não se resumia apenas nas formas abordadas no texto, mas também incluíam suicídios, abortos (para impedir que seus filhos fossem escravizados) e a simples desobediência. No caso da desobediência, Walter Fraga menciona dois casos do final do século XIX que valem ser destacados|4|:

No Engenho Benfica, na Bahia, os escravos do conde Subaé recusaram-se a obedecer às ordens do feitor para que realizassem a limpeza da plantação de cana. Os escravos recusaram-se a trabalhar durante três dias seguidos – mesmo sendo punidos com castigos físicos.

No Engenho de São Bento de Inhatá, também na Bahia, os escravos rebelaram-se contra o feitor após ele exigir que trabalhassem no domingo (dia do descanso). Na confusão, um dos escravos e o feitor morreram."


Veja mais sobre "Escravidão no Brasil: formas de resistência" em: https://brasilescola.uol.com.br/historiab/a-resistencia-dos-escravos.htm

24/10 a 28/10 Economia e sociedade açucareira
Módulo 16 - Pág. 146 a 173

17/10 a 21/10 - O ENGENHO
Módulo 15 - Pág. 129 a 145

Os engenhos ocupavam importante função no processo de exploração do açúcar
Os engenhos ocupavam importante função no processo de exploração do açúcar

"Em 1533, o colonizador português Martim Afonso de Souza trouxe as primeiras mudas de cana-de-açúcar e realizou a disseminação dessa primeira atividade de exploração econômica no Brasil. A produção desse tipo de gênero agrícola aconteceu por conta do conhecimento anterior de técnicas de plantio e preparo que permitiriam o desenvolvimento de tal atividade na América Portuguesa. Contudo, a fabricação do açúcar não dependia somente do plantio da cana em terras férteis."

"Para que o caule da cana fosse transformado no açúcar a ser consumido em diferentes partes da Europa, era necessário que várias instalações fossem construídas. Mais conhecidos como engenhos, tais localidades eram compostas por uma moenda, uma casa das caldeiras e das fornalhas e a casa de purgar. Com o desenvolvimento da economia açucareira, os engenhos se espalharam de forma relativamente rápida no espaço colonial, chegando a contar com 400 unidades no começo do século XVII.

Após a colheita, a cana-de-açúcar era levada à moenda para sofrer o esmagamento de seu caule e a extração do caldo. Em sua grande maioria, as moendas funcionavam com o uso da tração animal. Também conhecida como trapiche, esse tipo de moenda era mais comum por conta dos menores gastos exigidos para a sua construção. Além do trapiche, haviam as moendas movidas por uma roda-d’água que exigiam a dificultosa construção de um canal hidráulico que pudesse movimentá-la.

Feito o recolhimento do caldo, o produto era levado até a casa das caldeiras e fornalhas, onde sofria um longo processo de cozimento realizado em grandes tachos feitos de cobre. Logo em seguida, o melaço era refinado na casa de purgar, lugar onde a última etapa de refinamento do açúcar era finalmente concluída. O beneficiamento completo do açúcar era realizado em terras brasileiras pelo fato de Portugal não possuir refinarias que dessem fim ao serviço.

Ainda em terras coloniais eram produzidos dois tipos diferentes de açúcar: o mascavo, de coloração escura e escoado para o mercado interno; e o branco, em sua grande maioria direcionado aos consumidores do Velho Mundo. Após a embalagem do açúcar, as caixas eram transportadas para Portugal, e, posteriormente, para a Holanda, que participava realizando a distribuição do produto em solo europeu. Por volta do século XVII, a cidade flamenca de Amsterdã passou a realizar o refino do açúcar.

Além dessas unidades produtivas, um engenho também contava com construções utilizadas para o abrigo da população que ali vivia. Na casa-grande eram alojados o proprietário das terras, sua família e alguns escravos domésticos. Na senzala ficavam todos os escravos que trabalhavam nas colheitas e instalações produtivas do engenho. Por meio dessa configuração, podemos ver que a formulação desses espaços influiu nos contastes que marcaram o desenvolvimento da sociedade colonial.

Ao contrário do que muitos chegam a imaginar, os engenhos não estavam disponíveis em toda e qualquer propriedade que plantava cana-de-açúcar. Os fazendeiros que não possuíam recursos para construírem o seu próprio engenho eram geralmente conhecidos como lavradores de cana. Na maioria das vezes, esses plantadores de cana utilizavam o engenho de outra propriedade mediante algum tipo de compensação material.

Por Rainer Sousa
Graduado em História"

Veja mais sobre "Engenho de Açúcar" em: https://brasilescola.uol.com.br/historiab/engenho-acucar.htm



17/10 a 21/10 - Economia Açucareira
Módulo 15 - Pág. 129 a 145

economia açucareira no Brasil corresponde ao período colonial do século XVI. O açúcar representou a primeira riqueza produzida no país, acompanhada da ocupação do mesmo. Deu origem às três primeiras capitanias: Pernambuco, Bahia e São Vicente. Localizadas nas costas litorâneas do território, fizeram com que o Brasil se tornasse o maior produtor e exportador de açúcar da época.

Pernambuco era a capitania mais rica, tinha as maiores fazendas e era a mais poderosa. Desse estado saiu a maior produção de açúcar do mundo. Essas plantações ficaram conhecidas como “plantation”, pois eram grandes fazendas que produziam apenas uma cultura (monocultura) e sua produção era totalmente voltada ao comércio exterior.

pacto colonial assegurava que tudo que fosse produzido no Brasil seria comercializado com a metrópole portuguesa e assim foi estabelecido um monopólio comercial dos portugueses que puderam comercializar com outros países europeus e ficar com a maior parte dos lucros. Ou seja, a colônia produzia, entregava sua produção a preços baixos e comprava os escravos a preços altos. Portugal sempre ficava ganhando em qualquer negociação.

Os escravos eram trazidos da África através de navios negreiros, chegando em péssimas condições, doentes ou resultando na morte de alguns. As condições climáticas favoreceram o cultivo de cana e as regiões em que essa cultura se desenvolveu proporcionaram praticidade para o transporte desses seres humanos.

Para produzir o açúcar através da cana era necessária a casa da moenda, um cômodo construído mais baixo que a casa grande, normalmente próximo a um rio para que assim a água conseguisse passar pela casa. Havia duas portas, uma para entrada da carroça e outra para a saída. Toda engrenagem era feita na moenda que era movimentada por força humana escrava. Esta espremia a cana e o caldo que saía escorrendo por calhas até às caldeiras, o lugar mais perigoso da produção, pois era quente e o risco de queimadura era grande uma vez que o caldo era todo fervido. Depois que o caldo era cozido, ficava na casa de purgar por vários dias até saírem todas as impurezas e se transformar em açúcar.

Escravos eram utilizados para o trabalho pesado nos engenhos. Pintura de Jean Baptiste Debret.

Nesse sistema também havia trabalhadores livres que tinham salários. Eles eram especialistas na produção do açúcar. Outro assalariado era o feitor-mor que era um empregado de confiança do senhor de engenho e cumpria a função de delegar tarefas aos outros trabalhadores e administrar a produção do açúcar.

Os donos das pequenas terras também podiam plantar cana e vender para os grandes proprietários de engenho. Acabavam sempre ficando dependentes de quem possuía grandes posses uma vez que não tinham o mecanismo para produzir o açúcar em si, nem a mão de obra. Alguns senhores eram apenas proprietários de escravos e também vendiam aos grandes senhores, ou os deixavam plantar em sua propriedade e como forma de pagamento ficava com uma porcentagem dos lucros.

A partir do século XVII a economia açucareira entra em declínio devido à expulsão dos holandeses no norte do Brasil e à tomada de posse novamente do lugar que eles ocuparam. Os holandeses começaram a plantar e comercializar cana de açúcar em suas colônias nas Antilhas, fato que contribuiu para uma forte concorrência com os europeus deixando a preferência do açúcar brasileiro de lado. Embora a produção não tenha parado, ela diminuiu bastante e os colonos começaram a se voltar a outras culturas e posteriormente para o ouro.





03/10 a 07/10 - América Espanhola
Módulo 12 - Pág. 169 a 183

Colônia

O processo de colonização das Américas se inicia em 1492, com a chegada da esquadra do navegador italiano Cristóvão Colombo. Em busca de uma rota alternativa para as Índias, Colombo desembarca no Caribe.

Os limites territoriais que dariam origem à América espanhola começaram a ser traçados dois anos após descoberta, em 1494, com a assinatura do Tratado de Tordesilhas. Este acordo previa a divisão de todos os novos territórios descobertos e por descobrir entre os reinos de Portugal e Espanha.

Após a conquista, o próprio Colombo foi nomeado governador dos novos territórios, porém por má gestão, terminou por ser destituído em 1500.

América Espanhola Colombo
Visão idealizada dos espanhóis sobre a chegada de Colombo a Cuba

Em 1517, exploradores espanhóis terminavam uma guerra contra os muçulmanos na Península Ibérica e voltam-se com afinco para ocupar territórios descobertos na América.

No chamado “Novo Mundo”, os colonos espanhóis encontraram metais preciosos e esses passaram a ser a base econômica das colônias. Obedecendo ao pacto colonial, toda a riqueza retirada da colônia era enviada para a metrópole.

Escravidão Indígena e Africana

O espírito evangelizador da religião católica também levava os exploradores a querer conseguir novas almas para a Igreja. Os indígenas eram catequizados e grande parte abandonou seus costumes e outra parte, mesclou suas religiões com o cristianismo.

Em teoria, era proibido escravizar os indígenas. No entanto, na prática, os nativos eram capturados de suas comunidades e distribuídos entre os colonizadores para trabalhar nas minas. Esta prática existia entre os povos andinos e dava-se o nome de mita.

Os colonizadores levaram doenças desconhecidas para os indígenas como a varíola, tifo, sarampo e gripes que faziam grande número de mortos.

Os espanhóis apresentavam infinita vantagem bélica na comparação com os povos nativos e souberam fazer alianças que jogaram as tribos indígenas umas contra as outras.

Além de espadas mais robustas e da pólvora, levaram cavalos para o novo continente e passaram a deter intensa vantagem no campo de batalha.

Desta maneira, os indígenas sucumbiram aos colonizadores. Impérios inteiros foram destruídos, como os Maias, Astecas e Incas.

A escravidão africana na América Espanhola não ocorreu de forma homogênica. No Caribe, populações inteiras foram dizimadas e substituídas pelos negros africanos.

Entretanto, na América Andina, se registra o uso dos indígenas e dos negros africanos, de acordo com tarefa que deveriam desempenhar e o local onde deveriam trabalhar.

Sociedade Colonial

América Espanhola sociedade
"Do espanhol e índia se produz o mestiço", pintura utilizada para explicar a miscigenação nas colônias

A sociedade colonial foi moldada através da violência e da mestiçagem. Como eram poucas as mulheres nascidas na Espanha morando nas colônias, os homens uniram-se com indígenas. Alguns casamentos entre a nobreza indígena e oficiais foram realizados com o intuito de fortalecer alianças locais.

Por este motivo, houve a mistura do europeu ao índio e, posteriormente, ao negro. Essa última em menor proporção do que houve no Brasil.

A sociedade da América Espanhola estava dividida basicamente em:

  • Chapetones: eram a elite colonial, controlavam a colônia e ocupavam os altos cargos administrativos.
  • Criollos: vinham logo abaixo. Eram os filhos dos espanhóis nascidos na colônia e integravam a nobreza, sendo, ainda, grandes latifundiários.
  • Negros e índios: estavam na base da pirâmide social.

Os indígenas se tornariam marginalizados, mas muitos manteriam seus costumes ancestrais.

A metrópole controlava as colônias através da Casa de Contratação, que tinha sua sede em Sevilha e, mais tarde, em Cádiz. Também havia o Conselho das Índias, a quem cabia a administração colonial e que era representado nas colônias pelos chapetones.

Da mesma forma, haviam os cabildos, também chamados de conselhos municipais. Esses conselhos representavam a metrópole e controlavam o policiamento, o recolhimento de impostos e a Justiça.

Os chefes dos cabildos eram escolhidos pela própria coroa e, muitas vezes, eram vitalícios. O povo não participava dos cabildos, mas eram chamados quando havia decisões importantes a tomar.

Essa situação foi registrada quando Napoleão invadiu a Espanha em 1807 e o rei Fernando VII foi preso pelas tropas francesas.

No século XVIII, a Espanha reorganiza administrativamente suas colônias na América. Por isso, são criados o Vice-Reinado da Nova Espanha, Capitania-Geral da Guatemala, Capitania-Geral de Cuba, Capitania-Geral da Venezuela, Capitania-Geral do Chile, Vice-Reinado de Nova-Granada e Vice-Reinado do Rio da Prata.

Mapa da América Espanhola após a reforma administrativa que criou Vice-Reinados e Capitanias-Gerais
Mapa da América Espanhola após a reforma administrativa que criou Vice-Reinados e Capitanias-Gerais

26/09 a 31/09 - Conquista da América Espanhola e Portuguesa
Módulo 11 - Pág. 153 a 168

conquista dos astecas aconteceu entre 1519 e 1521 e foi um dos episódios da invasão e colonização da América pelos espanhóis. O grande Império Asteca havia sido construído por povos mesoamericanos a partir do século XIV. Com a conquista deles, os espanhóis iniciaram a colonização da região que hoje corresponde ao México.

Expedição de Hernán Cortés

A conquista do Império Asteca foi liderada pelo espanhol Hernán Cortés. A partir de um empréstimo, Cortés organizou uma expedição com 500 homens, que partiram em onze embarcações na direção da Península do Iucatã (atual México). Ao chegar a essa localidade, o explorador espanhol e seus homens instalaram-se nas proximidades de Cempoala, uma cidade habitada pelos totonacas.

Ao estabelecerem-se nessa região, os espanhóis passaram a receber uma série de emissários dos indígenas interessados e curiosos em conhecer os forasteiros. Entre eles, estavam os emissários astecas enviados pelo imperador Montezuma. O contato entre indígenas e espanhóis era intermediado por Malinche, uma indígena do povo nahua que, além do espanhol, falava também o idioma dos astecas, chamado nahuatl.

Os contatos iniciais entre Cortés e os emissários astecas foram pacíficos, e houve muita troca de presentes entre as partes. Durante as conversas, Cortés havia transparecido suas intenções de conhecer pessoalmente Montezuma em sua cidade, mas os emissários astecas informaram que o imperador não tinha interesse em deixá-los entrar em Tenochtitlán.

Marcha rumo a Tenochtitlán

O primeiro grande passo dado por Cortés foi perceber a balança da estrutura de poder existente na região e usar a diplomacia para desequilibrá-la a seu favor. Ele percebeu que o poder dos astecas era baseado no controle militar e que inúmeros povos subjugados eram obrigados a pagar pesados impostos. Cortés, então, passou a usar esses povos como seus aliados contra os astecas.

O primeiro povo que se aliou aos espanhóis foi o totonaca. Cortés convenceu-o de que a aliança com os espanhóis oferecia a vantagem de não haver mais obrigação de pagar os impostos que eram pagos aos astecas. Após garantir o apoio dos totonacas, Cortés fundou uma cidade na região (Veracruz) e, juntamente de guerreiros totonacas, iniciou uma marcha pelo vale do México.

Durante essa marcha, as forças de Cortés entraram em guerra com os tlaxcaltecas. Esse povo não havia sido conquistado pelos astecas, porém, era constantemente atacado por eles, que aprisionam seus guerreiros para sacrifícios aos deuses nos rituais religiosos. Os tlaxcaltecas foram derrotados pelos espanhóis auxiliados pelos totonacas e, após isso, tornaram-se grandes aliados dos espanhóis na luta contra os astecas.

Em seguida, Cortés e seus homens dirigiram-se para a cidade asteca de Cholula. A presença dos espanhóis gerou um tumulto que acabou resultando em um grande massacre de indígenas. Os relatos contam que os espanhóis mataram grande quantidade de astecas no templo religioso de Cholula. Isso ficou conhecido como Massacre de Cholula.

Por fim, os espanhóis foram autorizados por Montezuma a entrar na cidade de Tenochtitlán, o que se concretizou em 3 de novembro de 1519. Os relatos dos espanhóis retrataram o seu encantamento diante da grandiosidade da capital asteca, a qual possuía ao menos 200 mil habitantes e muito provavelmente era maior que qualquer cidade europeia da época.

La Noche Triste e a conquista de Tenochtitlán

Quando entraram em Tenochtitlán, os espanhóis foram recebidos pelo imperador Montezuma de maneira amistosa. No entanto, em um golpe de ousadia, Cortés sequestrou o imperador, fazendo dele seu refém. Em seguida, o conquistador espanhol precisou abandonar Tenochtitlán para resolver questões urgentes em Veracruz e deixou Montezuma na posse de seus homens.

Ao retornar a Tenochtitlán, Cortés encontrou a cidade rebelada e as forças astecas organizadas e prontas para atacar os espanhóis que lá estavam. A rebelião asteca forçou os espanhóis a fugirem de Tenochtitlán. Durante a confusão, o imperador Montezuma supostamente foi morto após ser apedrejado acidentalmente no crânio.

A fuga dos espanhóis terminou em desastre, pois foram atacados por guerreiros astecas, o que resultou em muitos mortos. Pelo menos metade dos homens de Cortés morreu nessa retirada, que ficou conhecida como La Noche Triste (“A Noite Triste” em português), acontecida na virada de 30 de junho para 1º de julho de 1520. Então, Cortés retornou a Veracruz para reorganizar suas forças para retomr a cidade.

Contudo, Cortés só conseguiu reorganizar totalmente suas forças em 1521, quando formou um exército gigantesco que contava com milhares de guerreiros tlaxcaltecas. Além disso, ele construiu inúmeras embarcações para cercar Tenochtitlán (a capital asteca ficava em uma ilha no meio de um grande lago que atualmente não existe mais). Os relatos contavam de combates violentos acontecendo nas ruas de Tenochtitlán.

O resultado do cerco a Tenochtitlán foi a vitória espanhola. O novo imperador, que se chamava Cuahtemoc, foi feito prisioneiro e, a partir disso, os espanhóis passaram para a conquista das outras cidades menores controlada pelos astecas. Com a conquista desse povo, os espanhóis estabeleceram na região o Vice-Reino da Nova Espanha, que foi inicialmente administrado pelo próprio Cortés.


19/09 a 23/09 - CORREÇÃO DO RAA

12/09 a 16/09 - Período Pré-Colonial
Módulo 14 - Pág. 209 a 222

Endividado pelos investimentos nas viagens ao Oriente, Portugal tem esperança de encontrar metais e pedras preciosas na nova terra. No entanto, para garantir sua posse frente aos governos estrangeiros, precisa ocupá-la e promover seu efetivo povoamento. O período colonial começa com a expedição de Martim Afonso de Souza, em 1530, e vai até a proclamação da independência por dom Pedro I em 7 de setembro de 1822.

Expedição de Martim Afonso

Martim Afonso de Souza, militar e primeiro administrador colonial, parte de Lisboa em 3 de dezembro de 1530 com cinco navios e 400 homens. Sua missão: combater os piratas franceses, fazer um reconhecimento da costa brasileira e indicar os melhores locais para iniciar o povoamento. Seus poderes são definidos em cartas régias. Pode doar terras, nomear capitães-mores e oficiais de justiça e, onde for possível, organizar núcleos de povoados.

Exploração do rio da Prata – Em 30 de abril de 1531, depois de deixar soldados no litoral de Pernambuco, Martim Afonso chega à região da Guanabara. Depois navega até o rio da Prata, que, pelo Tratado de Tordesilhas, está em território espanhol. Mesmo assim, manda uma de suas naus navegar rio acima para explorar o interior e toma posse da região em nome de dom João III, rei de Portugal.

Fundação de São Vicente – Ao retornar do Prata, Martim Afonso aporta na região de São Vicente, que já é um centro de comércio de índios escravizados. Com a ajuda de João Ramalho, funda a vila de São Vicente, a primeira oficialmente criada na colônia, em 22 de janeiro de 1532. Do litoral, sobe em direção ao planalto e organiza o povoamento de Santo André da Borda do Campo. Regressa a Portugal no ano seguinte.

Martim Afonso de Souza (1500-1571), filho de nobres portugueses, vive na corte desde muito jovem. Estuda matemática, cosmografia e navegação. É nomeado pajem do duque de Bragança e, mais tarde, do infante dom João, o príncipe herdeiro. Ao subir ao trono, dom João III garante a Martim Afonso posições de prestígio. Recebe o comando da primeira expedição colonizadora ao Brasil e, quando a colônia é dividida em capitanias, é nomeado donatário de São Vicente e do Rio de Janeiro. Não fica no Brasil para administrar suas possessões. Em 1533 é nomeado capitão-mor do mar das Índias, onde as feitorias portuguesas vêm sofrendo vários ataques. Defende a feitoria de Diu contra os mouros e hindus, derrota o rajá de Calicute, ataca e ocupa a ilha de Repelina, destrói a fortaleza de Damão e combate os corsários que saqueiam as embarcações portuguesas. Vitorioso, é nomeado vice-rei das Índias por dom João III em 1542. O fim de sua carreira é controverso. Alguns historiadores dizem que Martim Afonso volta a Portugal em 1545 e assume um lugar no Conselho de Estado, onde fica até morrer. Outros afirmam que ele é chamado de volta a Portugal sob acusação de desvio de dinheiro da Coroa e enriquecimento ilícito, mantendo-se afastado da vida pública até morrer.

ADMINISTRAÇÃO COLONIAL

Sem dinheiro para bancar os custos de um processo de colonização centralizado, dom João III adota o modelo que já experimentara com sucesso nas possessões da África – o das capitanias hereditárias. Pouco tempo depois, institui também a figura do Governo Geral. Capitanias e Governo Geral coexistem por mais de dois séculos, numa sobreposição de poderes nem sempre tranqüila. O sistema de governos gerais é interrompido entre 1580 e 1640, época em que Portugal e suas colônias ficam sob domínio da Espanha.

Capitanias hereditárias

Pelo sistema de capitanias hereditárias, implantado entre 1534 e 1536, a Coroa repassa para a iniciativa privada a tarefa e os custos de promover a colonização.

Divisão do território – A colônia é dividida em 15 donatarias, ou capitanias: faixas paralelas de terra, com 50 léguas de largura, que vão do litoral até os limites do Tratado de Tordesilhas. São doadas a 12 capitães donatários, geralmente membros da pequena nobreza enriquecidos no comércio com o Oriente. Em troca das terras, comprometem-se com a Coroa em desenvolver a agricultura canavieira e montar engenhos de açúcar, produto raro e muito valorizado na Europa. Alguns donatários não chegam a tomar posse. Outros renunciam a seus direitos ou vão à falência nos primeiros anos. Das 15 capitanias, as de São Vicente e de Pernambuco são as de maior sucesso. Esta última consegue grande prosperidade com a lavoura de cana e produção de açúcar. O sistema de capitanias é extinto em 1759.

Direitos dos donatários – Em suas capitanias, os donatários são senhores absolutos e devem obediência apenas ao rei. Têm autonomia civil e criminal sobre as terras cedidas, recebem a propriedade sobre dez léguas de terra ao longo da costa e direitos de posse e usufruto sobre a produção do restante da capitania. São autorizados a vender anualmente em Lisboa 39 índios escravizados. Podem fundar vilas, nomear ouvidores e tabeliães e doar lotes de terra – as sesmarias – aos cristãos que tenham condições de torná-las produtivas. Apesar dos privilégios, a empreitada é cheia de riscos e exige investimentos iniciais volumosos. As vilas são administradas por alcaide nomeado pelo donatário e por uma câmara municipal (às vezes chamada de senado da câmara). A câmara é formada por três ou quatro vereadores, um procurador, dois almotacéis (ou fiscais), um tesoureiro e um escrivão e presidida por um juiz ordinário ou juiz-de-fora, nomeado pela Coroa. Os vereadores, com mandatos de três anos, são eleitos entre os proprietários de terra e de escravos.

GOVERNO GERAL

O rei dom João III cria o Governo Geral e transforma a capitania da Bahia em capitania real em 17 de dezembro de 1548. Seu objetivo é centralizar a administração colonial por meio de funcionários de confiança e, assim, aumentar o controle sobre os lucros da produção açucareira e a eficiência no combate às invasões estrangeiras. O Governo Geral é mantido durante a dominação espanhola com a independência portuguesa, os governadores recebem o título de vice-reis. O sistema é extinto em 1808, com a vinda da corte portuguesa para o Brasil.

Estrutura dos governos gerais – O governador-geral, nomeado pelo rei, é assessorado pelas Juntas Gerais, que funcionam como um Conselho de Estado, e pelas Juntas de Fazenda, encarregadas da administração econômica e fiscal. As vilas continuam sob o poder dos capitães-donatários, que não aceitam a ingerência dos funcionários reais em seus negócios. Na prática, o poder dos primeiros governadores limita-se à capitania da Bahia.

Governadores – O primeiro é Tomé de Souza. Ele chega ao Brasil em 29 de março de 1549 e governa até sua morte, em 1553. É substituído por Duarte da Costa, que fica no cargo por quatro anos. O terceiro é Mem de Sá, que governa de 1557 até 1572. Até a chegada da família real no Brasil, em 1808, sucedem-se na colônia 47 governadores-gerais.

Fundação de Salvador – Salvador, sede do Governo Geral é fundada por Tomé de Souza logo após sua chegada, em 1549. A vila cresce rapidamente com a vinda de mais colonos, atraídos pelas doações de sesmarias. Eles introduzem a cultura do arroz e de árvores frutíferas, começam as criações de gado, as plantações de cana-de-açúcar e instalam engenhos.

Fundação do Rio de Janeiro – A cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro é fundada em 1º de março de 1565 por Estácio de Sá, sobrinho do governador-geral Mem de Sá. O local escolhido é o do antigo forte construído pelos franceses na entrada da baía de Guanabara.

Divisão do Governo Geral – Em 1572 dom Sebastião divide a administração da colônia em dois governos gerais. O do sul, com sede em São Sebastião do Rio de Janeiro, fica responsável pelos territórios da capitania de Ilhéus para baixo. O governo do norte, com capital em Salvador, se encarrega de administrar a região que vai da capitania de Porto Seguro à de Pernambuco. O sistema dura pouco. O governo único é restabelecido em 1578; há uma nova divisão entre 1608 e 1612.

Estado do Maranhão e Grão-Pará – Em 1621, já sob domínio espanhol, é criado o Estado do Maranhão e Grão-Pará. Seu objetivo é melhorar as defesas da costa e os contatos com a metrópole, já que as relações com Salvador são dificultadas pelas correntes marítimas.

 


05/09 a 09/09 - Período Pré-Colonial

Módulo 14 - Pág. 209 a 222

Antecedentes da chegada dos portugueses

A chegada dos portugueses ao Brasil estava relacionada com o pioneirismo de Portugal e, depois, da Espanha, durante o desenvolvimento das grandes navegações marítimas. Primeiramente, nesse processo, deve-se levar em consideração a consolidação da monarquia em Portugal no século XIV, a qual garantia maior centralização de poder e estabilidade política.

Essa centralização do poder garantiu a Portugal um crescimento da sua atividade mercantil, e isso está muito relacionado com a sua proximidade com importantes centros do mundo islâmico. Além disso, Lisboa recebeu grandes investimentos de genoveses, interessados em desenvolver o comércio daquela região.

O impulso comercial que esse território sofreu, aliado à condição geográfica da região, possibilitou aos portugueses o desenvolvimento da navegação marítima. Atribui-se também uma relativa importância da Escola de Sagres a essa expansão marítima portuguesa. A geografia, por seu lado, facilitava esse movimento pela posição peninsular de Portugal e pela sua proximidade com as ilhas atlânticas e com as correntes marítimas do Oceano Atlântico.

O processo de expansão marítimo português levou o país a realizar uma série de “descobertas”, com o achamento das ilhas atlânticas, ao longo do século XIV, como Madeira e Açores. Além disso, os portugueses conseguiram atravessar o Cabo da Boa Esperança, no litoral sul da África, em direção à Índia. Esse processo expansionista desembocou na chegada dos portugueses ao Brasil, após os espanhóis terem anunciado sua chegada na América em 1492.

Chegada dos portugueses ao Brasil

A chegada dos portugueses ao Brasil ocorreu com a expedição liderada por Pedro Álvares Cabral, composta por treze caravelas que partiram de Lisboa no dia 9 de março de 1500. Essa expedição tinha como destino final a Índia, porém, durante o trajeto, desviou-se do caminho original e acabou alcançando o Brasil, na região de Porto Seguro, em 22 de abril de 1500.

Existe um certo debate a respeito da intencionalidade da expedição de Pedro Álvares Cabral em sua vinda à América. Alguns historiadores afirmam que existia a intenção de Cabral em desviar-se do trajeto original. Outros especialistas, porém, discordam dessa ideia e afirmam que a chegada dos portugueses ao Brasil foi um evento ocasional.

A chegada dos portugueses ao Brasil iniciou o período conhecido como Pré-colonial, que foi caracterizado pelo aparente desinteresse de Portugal em relação às terras brasileiras. Isso ocorreu, sobretudo, porque o interesse da elite econômica portuguesa estava mais voltado ao desenvolvimento do comércio com a Índia, e por causa das dificuldades em averiguar as possibilidades econômicas do novo território.

Nesse momento, a política adotada pelos portugueses no Brasil foi a mesma implantada na costa do litoral africano, e, assim, incentivou-se a construção de feitorias, como as quatro construídas em Pernambuco, Cabo Frio, Rio de Janeiro e na Baía de Todos os Santos|1|. Essas feitorias funcionavam como entrepostos comerciais que armazenavam as mercadorias para serem transportadas para a Europa.

As primeiras iniciativas de exploração do território brasileiro foram entregues por Portugal para Fernão de Noronha, no período entre 1503 e 1505. Durante essas explorações, iniciou-se a principal atividade econômica do Brasil da fase pré-colonial: a exploração do pau-brasil. A rentabilidade dessa mercadoria devia-se, principalmente, à utilização da madeira para a produção de tinta. A exploração dessa matéria-prima seguiu como prática econômica no Brasil até o século XIX – apesar de ter sido mais intensa durante esse período exploratório inicial.

A extração do pau-brasil era feita com a mobilização do trabalho dos indígenas por meio do escambo. Os indígenas realizavam o corte e o transporte das toras da madeira até as feitorias e eram pagos por quinquilharias em geral, tais como espelhos, baús de metal, foices etc. Os nativos também forneciam aos portugueses mercadorias como a farinha.

Estabelecimento das capitanias hereditárias

O declínio do comércio com a Índia e as ameaças de invasões estrangeiras no Brasil, principalmente dos franceses, mobilizaram Portugal para ampliar a colonização do Brasil. A partir de 1534, o território brasileiro foi dividido em quinze capitanias, e sua administração foi entregue a pessoas da pequena nobreza de Portugal, que deveriam desenvolver e garantir a lucratividade de sua capitania.

|1| DOMINGUES, Joelza Ester. A lucrativa exploração do pau-brasil na América Portuguesa. Para acessar, clique aqui.

*Créditos da imagem: Svic e Shutterstock


29/08 a 02/09 - ESCRAVIDÃO NA MODERNIDADE
Módulo 13: Pág. 196 a 208

 escravidão africana no Brasil foi uma prática que se estendeu por mais de três séculos, sendo responsável pela escravização de milhares de pessoas. Os registros oficiais apontam que os primeiros africanos escravizados chegaram ao Brasil na década de 1560, e a rotina deles era permeada pela violência.

Resumo sobre escravidão africana no Brasil

  • Considera-se que a escravidão africana no Brasil se iniciou na década de 1550, mas os primeiros registros remetiam à década seguinte.
  • Os africanos escravizados se consolidaram como mão de obra alternativa aos índios escravizados.
  • Vários fatores, como a diminuição da oferta de escravizados indígenas, contribuíram para o crescimento da escravização de africanos no Brasil.
  • Os africanos escravizados eram trazidos para cá nos tumbeiros, as embarcações por meio das quais acontecia o tráfico negreiro.
  • No Brasil, eles encontraram uma rotina de violência, sendo obrigados a trabalharem de forma desumana.

Quando se iniciou a escravização de africanos no Brasil?

A escravização de pessoas no Brasil foi uma das grandes marcas da colonização portuguesa, e essa prática se perpetuou em nosso país depois de conquistada a independência. Durante boa parte da colonização, a escravização de pessoas aqui se voltava contra índios e africanos, mas, a partir de meados do século XVIII, a dos indígenas foi proibida.

Isso fez com que a escravidão no Brasil fosse voltada exclusivamente contra africanos, trazidos para cá por meio do tráfico negreiro. A escravização de africanos em nosso país se iniciou por volta de 1550, embora o historiador Luiz Felipe de Alencastro afirme que o primeiro desembarque de africanos escravizados tenha sido registrado apenas na década de 1560.

Os motivos que explicam essa transição da mão de obra indígena para a africana foram e ainda são intensamente debatidos pelos historiadores. Alguns sugerem que o tráfico negreiro atendia a uma demanda lucrativa para a metrópole, mas outros historiadores apontam questões relativas aos interesses brasileiros.



22/08 a 26/08 - Europeus na América
Módulo 13 - Pág.196 a 208.

Leia o Módulo 13 do Caderno 03 (Pág.196 a 208) e faça as seguintes atividades da Apostila:
  • Atividade 1 – Página 206.
  • EM CASA – Pág. 207 e 206.

15 a 19/08 - Europeus na América
Módulo 13 - Pág.196 a 208.

A escravidão no Brasil foi implantada nas primeiras décadas da colonização e aconteceu na década de 1530, quando os portugueses implantaram o sistema das capitanias hereditárias e deram início ao processo de colonização da América Portuguesa. Até então, a relação de trabalho utilizada pelos portugueses baseavam-se no escambo com os indígenas na exploração do pau-brasil.

A partir de 1534, os portugueses implantaram as capitanias hereditárias, com isso, passaram a incentivar o cultivo de cana-de-açúcar e o desenvolvimento de engenhos para produzir açúcar. Como essa era uma atividade complexa e que necessitava de mão de obra, os portugueses encontraram na escravidão a saída para a falta de trabalhadores – já que eles próprios não queriam realizar o trabalho pesado. Assim, o primeiro grupo a sofrer com a escravização foram os indígenas.

Escravização dos indígenas

Os indígenas foram o primeiro grupo a ser escravizado no Brasil e em outras partes da América.*
Os indígenas foram o primeiro grupo a ser escravizado no Brasil e em outras partes da América.*

Os indígenas foram a principal mão de obra escrava dos portugueses até meados do século XVII, quando, então, começaram a ser superados em números pelos escravos africanos. Escravizar um indígena, em comparação com um africano, era muito mais acessível para os colonos portugueses, mas uma série de questões tornavam essa prática mais problemática.

Primeiro, havia a questão cultural, uma vez que os índios não estavam familiarizados com a ideia de trabalho contínuo para produção de excedente, o que fazia parte da cultura europeia. Além disso, os indígenas eram vistos pelos padres jesuítas como rebanho em potencial para serem convertidos ao catolicismo. Isso criava um impasse muito grande, porque os colonos queriam escravizar os indígenas irrestritamente, enquanto que os jesuítas criavam barreiras para isso.

Os conflitos entre colonos e jesuítas foram frequentes, e foi muito comum que bandeirantes atacassem missões jesuíticas para sequestrar os índios instalados lá e revendê-los como escravos. De toda forma, a pressão dos jesuítas contra a escravização dos indígenas poderia gerar inúmeros problemas jurídicos para os colonos que não os escravizavam em caso de “guerra justa”.

A pressão dos jesuítas sobre a Coroa para proibir a escravização dos indígenas resultou em uma lei proibindo a escravização dos índios em 1570. Apesar da lei, os índios continuaram sendo escravizados, sobretudo em locais que não tinham economia tão próspera, e que a quantidade de africanos enviados era pequena.

Outro obstáculo para a escravização dos indígenas era a suscetividade deles para doenças, como varíola, gripe, sarampo etc. A falta de defesa biológica foi algo marcante na história da colonização da América. Ao longo desse período, aconteceram inúmeras epidemias que mataram indígenas aos milhares. A mortalidade dos indígenas também ocorria por meio da guerra e da própria escravização.

Chamados de “negros da terra”, os indígenas eram até três vezes mais baratos que um escravo africano. O historiador Stuart Schwartz afirmou que, na década de 1570, um escravo indígena custava cerca de 7 mil-réis, enquanto que um escravo africano custava cerca de 20 mil-réis|2|. E, nessa época, era necessário que um escravo africano trabalhasse de 13 a 16 meses para que o seu senhor recuperasse o valor gasto|3|.

Como mencionamos, os indígenas foram a principal mão de obra escrava até meados do século XVII e existem inúmeros levantamentos que mostram que o número de escravos indígenas era superior nos engenhos instalados pelo país. Essa situação começou a se modificar aos poucos, e foi a prosperidade da economia açucareira que permitiu que locais, como Pernambuco e Bahia, recebessem tantos africanos.

Acesse tambémConheça a trajetória de três grandes abolicionistas negros brasileiros

Escravização de africanos

O tráfico negreiro foi responsável pelo desembarque de quase cinco milhões de africanos no Brasil durante três séculos de existência.
O tráfico negreiro foi responsável pelo desembarque de quase cinco milhões de africanos no Brasil durante três séculos de existência.

Os primeiros africanos começaram a chegar no Brasil na década de 1550 e foram trazidos por meio do tráfico negreiro, negócio que fez fortunas ao longo de três séculos. Os portugueses tinham feitorias instaladas na costa africana, desde o século XV, e, desde então, mantinham relações comerciais com reinos africanos, dos quais incluía a compra de escravos.

A medida que a colonização do Brasil se desenvolveu, a necessidade por trabalhadores era tão grande que fez que esse comércio prosperasse em larga escala. O sucesso do tráfico negreiro está relacionado, dessa forma, com a necessidade da colônia por trabalhadores e esse negócio foi altamente lucrativo para os traficantes, assim como para a Coroa.

Ao longo dos 300 anos de existência do tráfico negreiro, cerca de 4,8 milhões de africanos|4| foram trazidos para o Brasil, o que significa que nosso país foi o que mais recebeu africanos para serem escravizados ao longo de três séculos em todo o continente americano.

O trabalho dos escravos africanos, a princípio, foi utilizado para atender as demandas da produção de açúcar nos engenhos. A vida de um escravo era dura e era marcada pela violência dos senhores e das autoridades coloniais. A jornada diária de trabalho poderia se estender por até 20 horas por dia e o trabalho no engenho era mais pesado e perigoso que trabalhar nas plantações.

Nas moendas – local onde a cana era moída para extrair o seu caldo – eram comuns acidentes que faziam com que escravos perdessem mãos ou braços. Nas fornalhas e caldeiras – local de cozimento do caldo da cana – as queimaduras eram o acidente mais comum que atingia os escravos. Essa etapa do trabalho era tão dura, que era reservada para os escravos mais rebeldes e fujões.

Engenhos grandes chegavam a possuir 100 escravos ou mais e, por isso, o senhor de escravos nem sempre tinha contato direto com todos os escravos. Os escravos dormiam no chão duro na senzala e lá eram monitorados para evitar que fugissem. A alimentação era pobre e insuficiente, e os escravos precisavam complementá-la com os alimentos obtidos de uma pequena lavoura que cultivavam aos domingos.

Os escravos que trabalhavam na casa-grande, residência do senhor de escravos, eram mais bem tratados, mais bem alimentados e mais bem-vestidos em relação aos escravos que trabalhavam na lavoura ou no engenho. Existiam também escravos que trabalhavam nas cidades em ofícios dos mais variados tipos.

Muitos dos escravos eram acorrentados para evitar que fugissem e outros utilizavam máscaras de ferros, como a máscara de flandres, utilizada para impedir os escravos de engolir diamantes (nas regiões mineradoras), ou para impedir que se embriagassem ou mesmo para impedir que cometessem suicídio por meio da ingestão de terra.

A violência praticada sistematicamente contra os escravos tinha o objetivo de incutir-lhes o temor de seus senhores e impedir que fugas e revoltas acontecessem. No caso das escravas, a violência ganhava outra dimensão, pois além de tudo que sofriam em relação ao trabalho, ainda eram vítimas de estupros frequentes praticados por seus senhores e feitores.

Os escravos rebeldes ou os que cometessem algum delito (por menor que fosse) poderiam receber punições pesadas. Entre as punições praticadas contra os escravos, podem ser destacados os açoitamentos. Muitos dos escravos punidos com o açoite eram castigados com 300 ou mais chibatadas – o suficiente para levar um ser humano à morte.

O historiador Thomas Skidmore resgatou um relato que afirma que “por ofensas insignificantes jogavam seus escravos vivos na fornalha, ou os matavam de várias maneiras bárbaras e desumanas”|5|. A forca e o envenenamento também eram formas utilizadas para executar os escravos.

Os escravos africanos, porém, não aceitavam a escravização e a violência direcionadas a eles de maneira passiva. A história da escravização africana no Brasil é marcada pela resistência e luta dos africanos que fugiam, formavam quilombos, revoltavam-se, matavam seus feitores e senhores etc. Dois grandes episódios de resistência escrava foram a formação do Quilombo dos Palmares e a Revolta dos Malês.


08 a 12/08 - Europeus na América
Módulo 10 - Pág.131 a 152.

Os europeus e osindígenas da América tiveram seus primeiros contatos no século XV, no momento da expansão marítima europeia. Quando os europeus chegaram ao Brasil já existiam habitantes naquele território? Mas é lógico que existiam habitantes! Eram os diferentes povos indígenas, considerados os povoadores da região.

colonização portuguesa teve como principais características a submissão e o extermínio de milhões de indígenas. Aliás, foram os europeus que chamaram de índios os povos nativos da região. Englobar toda a diversidade cultural indígena nesse nome generalizante criou certo entendimento de que os povos indígenas eram todos semelhantes, mas a verdade não é essa. O processo de colonização portuguesa no Brasil teve um caráter semelhante a outras colonizações europeias, como a colonização espanhola, que conquistou e exterminou seus povos indígenas.

Em 1500, os primeiros portugueses que desembarcaram no continente americano tomaram posse das terras e logo em seguida tiveram os primeiros contatos com os indígenas, chamados pelos portugueses de “selvagens”.

Saiba mais: https://www.preparaenem.com/historia-do-brasil/primeiros-contatos-entre-indigenas-europeus.htm#:~:text=Os%20europeus%20e%20osind%C3%ADgenas%20da,considerados%20os%20povoadores%20da%20regi%C3%A3o.

01 a 05/08 - Europeus na África e Exercícios em Sala
Módulo 10 - Pág.131 a 152.

O continente africano e o asiático foram os últimos a serem colonizados pelos europeus. Nas Américas, o processo de colonização teve início ainda no século XVI. Três séculos mais tarde o continente americano já havia sido descolonizado e a Primeira Revolução Industrial se encontrava em plena expansão. Diante disso, os europeus buscaram novas fontes de recursos para abastecer as suas indústrias.

No século XIX, as nações europeias, como Inglaterra, França, Bélgica, Holanda e Alemanha, começaram a explorar de maneira efetiva o continente africano e o asiático. A Revolução Industrial motivou esses países a explorar matérias-primas, especialmente minérios, dentre os quais podemos destacar o ferro, cobre, chumbo, além de produtos de origem agrícola, como algodão e borracha; todos fundamentais para a produção industrial.

As nações americanas que foram descolonizadas se tornaram um mercado promissor para os produtos industrializados europeus, tendo em vista que a procura na Europa por tais mercadorias estava em queda.

As potências europeias, para garantir matéria-prima, ocuparam os territórios contidos no continente africano. Logo depois, promoveram a partilha do continente entre os principais países europeus da época, dando direito de explorar a parte que coube a cada nação.

A divisão do continente africano foi consolidada através de um acordo realizado em 1885. Esse evento contou com a participação da Inglaterra, França, Bélgica, Alemanha, Itália, Portugal e Espanha. Esse acordo foi executado na Conferência de Berlim.

Porém, o processo de exploração da África aconteceu antes mesmo de haver a partilha do território, isso porque diversos países enviaram delegações de cientistas para o continente. Segundo eles, os cientistas tinham o propósito de realizar pesquisas de caráter científico, mas na verdade esses coletavam dados acerca do potencial mineral, ou seja, as riquezas do subsolo.

Anos depois, grande parte do território africano estava colonizada. Os europeus introduziram culturas que não faziam parte da dieta do povo nativo. Os colonizadores rapidamente promoveram as plantations, com destaque para a produção de café, chá, cana-de-açúcar e cacau.

Outra atividade desenvolvida foi o extrativismo mineral, com destaque para a extração de ouro, ferro, chumbo, diamante, entre outros. Assim, os europeus conseguiram garantir por um bom tempo o fornecimento de matéria-prima para abastecer as indústrias existentes nos países europeus industrializados.

  • Apostila 02 - Módulo 9
    • Atividade 01 - Pág. 190
    • Atividade 02 - Pág. 195
    • Atividade 03 - Pág. 204
    • Atividade 04 - Pág. 209 

11/07 - Semana de prova e correção do RAA

04 - 07/07 - O imaginário europeu sobre as Grandes Navegações
Módulo 9 - Pág. 187 a 214

No início do século XVI iniciou-se o desenvolvimento das Grandes Navegações, nas quais europeus decidiram se dedicar em aventuras pelo Oceano Atlântico. Motivados a procurar por novas rotas comerciais que pudessem fornecer especiarias, estes homens decidiram se arriscar em uma empreitada perigosa.

Muitas tripulações haviam tentado explorar os mares desconhecidos sem nenhum sucesso, já que a maioria nunca voltou e os poucos que conseguiram retornar estavam enlouquecidos ou se recusavam a falar sobre o assunto. Mas a possibilidade de escapar do monopólio marítimo-mercantil definido pelos mercadores italianos no Mar mediterrâneo e otomanos na região do Estreito de Bósforo era um risco que teria aproveitamento. O medo criado pela falta de conhecimento e pela imaginação da época era algo muito comum, e muitos acreditavam que o mar pudesse ser habitado pelas mais variadas formas de monstros. Navegar em direção contrária à terra, era como tentar viajar para lá da morte. E a esta concepção que explica o enorme horror à navegação para Ocidente. Na verdade, navegar ao longo da costa para Sul era uma grande aventura, pois o pensamento do homem focalizava o princípio de que aí o calor era tão grande que o mar fervia como uma marmita posta ao lume.

O cristianismo nunca viu uma época tão favorável para a expansão como ocorreu durante a Idade Média. Foi nesse período que a cartografia começou a cada vez mais ser utilizada e, com ela, os desenhos de criaturas marítimas monstruosas apareceram com mais frequência.

Introduzidos numa organização econômica chamada Mercantilismo, estes nobres acreditavam na possibilidade de enriquecimento por meio da descoberta de uma nova rota comercial que possibilitasse trazer para a Europa produtos da qual o valor de mercado era exagerado. Isto porque materiais como o cravo-da-índia, a pimenta do reino, a canela em pau e outros tipos de tempero simplesmente não existiam no continente europeu. Tanto que eram até mesmo deixados como herança entre familiares.

A situação é que, nesta época, as famílias costumavam ter muitos filhos, mas somente o primogênito tinha direito de herdar todos os bens do pai. Por isso, os irmãos mais novos poderiam se dominar militares a uma família próxima, entrar para o clero, casar com uma mulher de família nobre ou tentar a sorte como mercador viajante, em expedições financiadas. Este foi o caso de conhecidos “conquistadores” como Hernán Cortez e Francisco Pizarro, que invadiram os territórios Asteca e Inca, durante o período das “descobertas”.

Já Cristóvão Colombo tinha outro motivo (além da possibilidade de enriquecimento) para realizar a viagem que resultou na “descoberta” do continente americano. Influenciado pelo desenvolvimento científico da época, este viajante tinha o objetivo de comprovar a esfericidade da Terra ao realizar uma viagem que chegaria às Índias por meio da circum-navegação.

Desta forma, o desenvolvimento científico e tecnológico desde o Renascimento Cultural favoreceu o espalhamento de novas teorias que questionavam paradigmas que eram reforçados pela Igreja Católica. Como a ideia de que a terra era quadrada e navegar até seus extremos iria levar os viajantes a um abismo infinito, do qual estes jamais sairiam ou as inúmeras teorias que falavam sobre a existência de monstros marinhos que tinham a capacidade de rapidamente destruir e devorar navios e seus tripulantes.

Tudo isso pode parecer, hoje, um monte de bobagens, mas é importante lembrar que os mistérios de lugares desconhecidos sempre levaram os homens a criarem mitos e ideias, na tentativa de explicar o que existia nestes espaços. Um grande exemplo medieval deste fato encontra-se nas inúmeras histórias contadas sobre as florestas europeias, nas quais diversas pessoas desapareciam após entrarem ou eram encontradas já mortas muito tempo depois. Para dar sentido a estas situações os homens medievais criaram lendas sobre seres mágicos, demônios e maldições que funcionavam como armadilhas aos desavisados.

Muitos deles foram os primeiros a descrever animais e plantas que só muito mais tarde viriam a ser “descobertos” pelos naturalistas de Oitocentos. Mas esses relatos, do século XV ao XVIII, escritos na maioria em português e em muitos casos nunca publicados, quase não chegaram ao conhecimento dos intelectuais europeus da época, e assim permaneceram até hoje.

Marinheiros analfabetos foram as principais fontes para artistas e escritores que tentavam descrever a vida no oceano. Assim, seus relatos de monstros tornaram-se a base dos textos de história natural e desenhos de mapas. Estes mapas, em seguida, ajudaram a perpetuar a vida dessas criaturas.

Os monstros marinhos também tiveram um uso político. Ao lado, o rei de Portugal, D. Manuel, monta uma criatura do mar próximo ao extremo sul da África, simbolizando o controle dos mares de Portugal, em 1516.

A razão mais importante para a presença dessas criaturas com uma aparência fantástica talvez seja a forma como eram retratadas. Muitos desses animais não possuíam nada de fantasioso ou pertenciam às lendas, mas eram representações de seres reais. Os cartógrafos copiavam os desenhos de monstros marítimos das enciclopédias ilustradas, como a “Historiae animalium”, escrita em 1551 e uma das mais famosas. Em outros momentos, cartógrafos “menos experientes” copiavam os mais conhecidos; Olaus Magnus (1490 – 1557) foi uma referência quando o assunto era mapa marítimo. Nos anos que compreendem o medievalismo, muitos bichos, em especial os de grandes proporções, eram considerados animais ferozes, monstros, como a baleia, os tubarões, leões marinhos e outros animais. Se junta a isso o fato de que havia um estilismo próprio de desenho utilizado pelos cartógrafos; algumas vezes o simples ato de representar um monstro era unicamente com intenções decorativas.

Resultado de imagem para monstros marinhos das grandes navegações

30/06 - GINCANA /FESTA JUNINA

20/06 - 23/06 - As Grandes Navegações
Módulo 9 - Pág. 187 a 214

Grandes Navegações é o nome dado ao processo de exploração e navegação do Oceano Atlântico encabeçado pelos portugueses a partir do século XV.
O processo das Grandes Navegações possibilitou a existência da expedição portuguesa liderada por Pedro Álvares Cabral, que chegou ao Brasil em 1500.*

O processo das Grandes Navegações possibilitou a existência da expedição portuguesa liderada por Pedro Álvares Cabral, que chegou ao Brasil em 1500.*

As Grandes Navegações, também conhecidas como Expansão Marítima, foram o processo de exploração e navegação do Oceano Atlântico que se iniciou no século XV e estendeu-se até o século XVI. Nesse período, os europeus descobriram novos caminhos marítimos para alcançar a Ásia. Além disso, chegaram pela primeira vez a terras até então desconhecidas por eles, como o continente americano, local ao qual chegaram em 1492.

Resumo

As Grandes Navegações foram o processo de exploração do Oceano Atlântico realizado pioneiramente por Portugal no século XV e acompanhado por outros países europeus ao longo do XVI. Levaram a uma série de “descobrimentos” por parte dos europeus e resultaram, por fim, na chegada europeia ao continente americano em 1500.

Por meio das Grandes Navegações, iniciou-se a colonização da América e consolidou-se a passagem da Idade Média para a Idade Moderna.

Grandes navegações portuguesas

Padrão dos Descobrimentos, monumento construído em Lisboa em homenagem ao período das Grandes Navegações.
Padrão dos Descobrimentos, monumento construído em Lisboa em homenagem ao período das Grandes Navegações.

Quando o assunto são as Grandes Navegações, o pioneirismo português sempre se destaca. Foi a partir do exemplo dado por Portugal que outros países da Europa, como Espanha e França, lançaram-se à navegação e exploração do Oceano Atlântico. O pioneirismo português foi resultado de uma série de condições que permitiram a esse pequeno país da Península Ibérica lançar-se nessa empreitada.

Na época, Portugal reunia condições políticas, econômicas, comerciais e geográficas que tornaram possível seu papel pioneiro. O resultado disso foi a “descoberta” de diversos locais desconhecidos pelos europeus, além da abertura de novas rotas e o surgimento de novas possibilidades de comércio. Para os portugueses, todo esse processo culminou na chegada da expedição de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, em 1500.

Alguns fatores explicam esse pioneirismo de Portugal:

  • Monarquia consolidada;

  • Território unificado;

  • Investimento no desenvolvimento de conhecimento náutico;

  • Interesse da sociedade na expansão do comércio;

  • Investimentos estrangeiros no comércio;

  • Posição geográfica.

No século XV, Portugal era uma nação politicamente estável. Essa estabilidade foi garantida pela Revolução de Avis, realizada entre 1383 e 1385. Com isso, Portugal teve melhores condições para investir no desenvolvimento do comércio e da tecnologia náutica. Em comparação, as nações vizinhas (Espanha, França e Inglaterra) ainda procuravam estabilidade política nesse mesmo período.

Outro fator era a questão territorial, uma vez que o território português já havia sido consolidado desde o século XIII, quando a região de Algarve foi reconquistada dos mouros (muçulmanos que invadiram a Península Ibérica no século VIII). Os vizinhos espanhóis, por exemplo, só garantiram certa unificação territorial no final do século XV.

Em relação à tecnologia e ao conhecimento náutico, existem muitos historiadores que atribuem uma grande importância à Escola de Sagres, centro de estudos construído por infante D. Henrique em Algarve. Nesse local, promoviam-se pesquisas de desenvolvimento de melhores técnicas de navegação. Novos estudos, porém, levaram alguns historiadores a questionar a existência e a importância dessa escola no pioneirismo de Portugal.

Outro fator importante foi a relevância comercial assumida por Portugal por volta do século XV. Essa importância e vocação comercial dos portugueses resultaram da influência dos mouros no período em que dominaram a Península Ibérica. Por fim, há que se destacar que Lisboa havia recebido grandes investimentos de comerciantes genoveses, que estavam interessados em transformar a cidade em um grande centro comercial.

Havia ainda a questão geográfica: Portugal estava posicionado mais a oeste que qualquer outra nação europeia. Além disso, era o país europeu mais próximo da costa oeste do continente africano. Isso fazia de Portugal ponto de partida para expedições que buscavam uma nova rota para alcançar a Índia e o tão valorizado comércio das especiarias.

A soma de todos esses fatores fez com que Portugal tivesse as condições necessárias para ser a nação pioneira das Grandes Navegações, processo que resultou em grandes “descobertas”:

  • 1415: conquista de Ceuta, no norte da África;

  • 1418: chegada à Ilha da Madeira;

  • 1427: chegada a Açores;

  • 1434: travessia do Cabo Bojador;

  • 1488: travessia do Cabo da Boa Esperança;

  • 1499: descobrimento de um novo caminho para a Índia;

  • 1500: chegada ao Brasil.

Grandes navegações espanholas

Ao longo de todo o século XV, a Espanha, nação vizinha de Portugal, assistiu à expansão marítima conduzida pelos portugueses. A Espanha manteve-se alheia a esse processo até, praticamente, o final do século XV. Isso ocorreu porque a nação espanhola, durante toda parte desse século, teve como grande prioridade garantir a expulsão dos mouros – o que foi concluído somente em 1492. Além disso, politicamente falando, a Espanha só atingiu certa estabilidade com o casamento dos monarcas Fernando e Isabel, em 1469.

O investimento em expedições marítimas só foi possível depois da conquista de Granada, cidade ao sul da Espanha, em 1492. A primeira expedição espanhola foi liderada pelo genovês Cristóvão Colombo. Nela, três embarcações (Niña, Pinta e Santa María) saíram da Espanha visando a alcançar a Ásia. No entanto, essa expedição alcançou a região das Bahamas, no continente americano, em 12 de outubro de 1492.

Consequências

As Grandes Navegações conduziram uma série de mudanças que já estavam em curso na Europa desde o século XII. Com esse processo, a Europa iniciou sua passagem para a Idade Moderna e deu prosseguimento ao fortalecimento do comércio e da moeda, garantindo, assim, o mercantilismo, práticas econômicas que fizeram a transição do feudalismo para o capitalismo.

As Grandes Navegações foram responsáveis por transformar Portugal na maior potência do mundo durante os séculos XV e XVI, por meio do grandioso império ultramarino formado pelos portugueses. Assim, Portugal estabeleceu colônias em diferentes partes do mundo: América do Sul, África e Ásia.


16/06 - Feriado - Corpus Christi 2022

13/06 - MERCANTILISMO (REPOSIÇÃO)
Módulo 08 - Pág.164 a 186

Mercantilismo

O Estado absolutista era bastante oneroso, pois precisava manter os aliados do rei satisfeitos, algo que gerava uma série de gastos. O mercantilismo surgiu como uma solução para abarcar todos esses custos. Uma das bases desse regime econômico é o metalismo, a ideia de que um país é mais forte na medida em que acumula metais preciosos.

Além disso, durante esse período, se identificou a importância de investir na produção interna para gerar uma balança comercial favorável, isto é, exportar mais do que importar. Os Estados passaram a adotar medidas protecionistas, como barreiras alfandegárias para alguns produtos estrangeiros, por exemplo. A manufatura e o artesanato locais eram favorecidos.

A exploração colonial teve um papel bastante importante para o fortalecimento do absolutismo. Os Estados absolutistas podiam extrair o que desejassem de suas colônias e as últimas eram obrigadas a comprar produtos manufaturados das metrópoles.

Mercantilismo e absolutismo são as principais marcas da Idade Moderna. Para conferir mais conteúdos de história geral, além de dicas para o Enem e o vestibular, fique ligado no blog do Hexag Medicina!

FONTE: https://cursinhoparamedicina.com.br/blog/historia/mercantilismo-e-absolutismo-um-pouco-mais-sobre-a-idade-moderna/



09/06 - ABSOLUTISMO E MERCANTILISMO
Módulo 08 - Pág.164 a 186

Mercantilismo e absolutismo marcaram a Idade Moderna como o regime econômico e político, respectivamente, que guiaram o crescimento dos países europeus no período. O absolutismo se baseia na centralização do poder nas mãos do rei. A frase “O Estado sou eu” atribuída ao rei francês Luís XIV evidencia essa característica.

Na esfera econômica, o mercantilismo se tornou um dos fatores de manutenção do poder absoluto que gerava um Estado bastante oneroso. Dentre as bases desse regime econômico estão o acúmulo de capitais, o metalismo e a balança comercial favorável (mais exportações do que importações). Continue lendo para saber um pouco mais sobre a Idade Moderna.

Mercantilismo e Absolutismo: conhecendo a Idade Moderna

O mercantilismo e o absolutismo são as principais características da Idade Moderna, os reis aproveitaram para reafirmar o seu poder, antes enfraquecido pela nobreza. O fim da Idade Média culminou no enfraquecimento dos nobres, a classe se encontrava bastante desgastada, em particular pelas guerras prolongadas de que participou e das revoltas camponesas.

Durante o período medieval, os reis tinham autoridade praticamente nula e a Idade Moderna trouxe uma nova possibilidade de ascensão. Inclusive, em algumas nações europeias os monarcas contaram com o apoio da burguesia. Centralizar o poder significava padronizar pesos, medidas e moedas, além de permitir a unificação da tributação e justiça. A burguesia desejava ter um cenário favorável para o desenvolvimento do comércio.

Nascimento do absolutismo

Os nobres tiveram que aceitar o domínio absoluto dos monarcas, em alguns casos, houve conflitos sangrentos, mas todos deram aos reis a vitória. Em parte, a nobreza se aliou ao regime centralizador dos reis, formando as cortes com sustento ostensivo do Estado. Esse movimento político levou os reis à posição de domínio total das questões econômicas, políticas e militares, ou seja, deu origem ao absolutismo.

Nicolau Maquiavel

O autor de “O Príncipe” foi um dos mais importantes teóricos do absolutismo. Nicolau Maquiavel era italiano e em sua obra faz uma análise minuciosa de quais são os métodos mais eficientes para conquistar e permanecer no poder. É um verdadeiro tratado político que nos ajuda a entender o conceito de Estado tal qual conhecemos hoje.

Thomas Hobbes

O principal teórico desse período na Inglaterra foi Thomas Hobbes, autor da obra “O Leviatã”. Segundo Hobbes, o homem tem a tendência de viver em conflito, sendo essencial firmar um contrato social entre os indivíduos, fortalecendo, dessa forma, o Estado.

Jacques Bossuet

Na França, o nome que ganha destaque no campo teórico de afirmação do absolutismo é o do cardeal Jacques Bossuet. Segundo o religioso, o rei era o representante de Deus na Terra, não precisando explicar nenhum de seus atos. A França foi o país em que o absolutismo teve mais força.

O absolutismo na Inglaterra

William I (Guilherme, o Conquistador), duque da Normandia, deu início à monarquia na Inglaterra ao invadir o país, impondo um governo centralizado, em 1066. No entanto, o monarca inglês tinha poderes limitados, as decisões do rei eram submetidas à aprovação da nobreza devido à Magna Carta (1215) e ao Parlamento (1264).

O início do absolutismo inglês se deu durante a Guerra das Duas Rosas (1455-1485), nela se enfrentaram duas famílias nobres, Lancaster e York, pela sucessão do trono. O curioso é que as duas famílias praticamente se exterminaram mutuamente, o que levou ao trono um herdeiro indireto de ambas, Henrique VII, o criador da dinastia Tudor.

Henrique VII se tornou bastante popular e, aproveitando o enfraquecimento da nobreza, aumentou o alcance da autoridade real. Seu filho e sucessor, Henrique VIII, foi além e promoveu uma Reforma Religiosa para atender às suas demandas.

O auge do absolutismo inglês se deu no governo de Elizabeth I, que ocorreu entre os anos de 1558 e 1603. Ela derrotou a invencível armada espanhola e fundou a primeira colônia inglesa na América. Após a morte de Elizabeth I, houve uma série de conflitos entre a burguesia e o poder real que culminaram no enfraquecimento do absolutismo na Inglaterra.

O absolutismo na França

A vitória francesa na Guerra dos Cem Anos (1337-1453) ajudou a amplificar o forte sentimento nacionalista no país. A monarquia conquistou mais territórios e passou a contar com a classe burguesa como aliada para centralizar o poder. A nobreza, por sua vez, passou a constituir uma corte luxuosamente sustentada pelo monarca. Esse contexto gerou uma monarquia absolutista, em que o rei tinha forte aliança com a burguesia e a nobreza.

A França passou por diversos conflitos entre católicos e protestantes na segunda metade do século XVI. O auge desses conflitos se deu em 24 de agosto de 1572, que entrou para a história como a Noite de São Bartolomeu. Milhares de protestantes foram mortos por ordem do monarca. Henrique IV tomou o poder e se fortaleceu após a pacificação da França com o Edito de Nantes (1598), em que reconhecia os direitos dos protestantes. Assim teve início à dinastia dos Bourbon.

Luís XIII, o sucessor de Henrique IV, apostou no cardeal Richelieu como primeiro-ministro e isso levou a um caminho de intensificação da centralização do poder. A Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), vencida ao lado dos protestantes, também contribuiu para o fortalecimento real. A França se fortaleceu como uma potência no continente europeu e levou a Espanha à decadência. O conceito de Estados nacionais se fortaleceu nesse período.

No governo de Luís XIV, entre 1643 e 1715, a monarquia foi elevada a outro patamar, ele era chamado de Rei Sol. Enquanto o rei vivia uma vida de luxo no Palácio de Versalhes, a economia ficou aos cuidados do ministro Colbert, que investiu no desenvolvimento da política mercantilista.


02/06 - OS POVOS AMERICANOS
Módulo 07 - Pág.149 a 163

Características dos primeiros povos da América

Os primeiros povos da América eram nômades, caçadores e coletores. Segundo os estudos arqueológicos, suas características físicas têm traços semelhantes aos dos povos da África, Austrália e de povos mongóis.

Essa teoria é apoiada por pesquisas genéticas, que apontam um paralelo entre o DNA dos índios americanos e dos povos citados.

Esses povos caçavam como mastodontes, preguiça-gigante, tigre dente de sabre e o tatu gigante.

O extrativismo, contudo, não era a única maneira de subsistência dos povos. Há 7 mil anos, as nações americanas já dominavam a agricultura e plantavam abóbora, batata, milho, feijão e mandioca. Da mesma forma domesticaram pequenos animais.

O continente americano estava inteiramente povoado na época da chegada de Cristóvão Colombo. Além de coletores, divididos em vários povos e espalhados por todo o continente, havia civilizações organizadas em imponentes impérios, como é o caso dos Maias, dos Astecas e dos Incas.

Essas civilizações não eram melhores nem piores que os europeus em muitos aspectos, mas tinham ritos e sacrifícios extremamente chocantes para os europeus.

Do mesmo modo, havia costumes da Europa que pareciam estranhos aos nativos. O problema foi a força desproporcional que foi usada pelos europeus ao invadir a América, fazendo desaparecer povos inteiros.

América Central

Na região que compreende a América Central – do México até a Costa Rica – vivia um conjunto de sociedades estratificadas, com um complexo sistema de exploração agrário e que compartilhavam crenças, tecnologia, a arte e a arquitetura.

As estimativas arqueológicas apontam que o desenvolvimento da complexidade dessas culturas tenha começado entre 1800 a.C. e 300 a.C.

Sua tecnologia permitiu a construção de templos e realização de pesquisas nas áreas de astronomia, medicina, escrita, artes plásticas, engenharia, arquitetura e matemática.

As cidades eram importantes centros de comércio na região hoje ocupada pelo México. Essas civilizações foram praticamente extintas pelos povos colonizadores e o que sobrou foram evidências históricas de sua organização e modo de vida.

Astecas

Os astecas viveram na região que hoje corresponde ao México. Tinham uma organização rígida, extremamente estratificada, com um imperador que era considerado uma semi-dividade e chefe do exército.

Eram um povo guerreiro, que viveu seu apogeu entre os séculos XV e XVI. No entanto, não se descuidaram da agricultura. Deste modo, desenvolveram o cultivo de através de plataformas a fim de aproveitar o máximo o espaço e terras agricultáveis.

O império asteca era formado por quase 500 cidades num delicado equilíbrio de alianças e rivalidades. O navegador Hernán Cortez aproveitou-se desta situação para conquistá-los.

Primeiros povos da America maias
Pirâmide de Chichén-Itzá onde os maias realizavam sacrifícios aos seus deuses. Observem as esculturas em volta do complexo

Os maias viviam na região que hoje corresponde à Guatemala, Honduras, Belize, El Salvador e Península de Yucatán. Formavam um conglomerado de cidades-estados que estava em constantes guerras entre si.

Quando os colonizadores chegaram, havia pelo menos seis milhões de maias na região que foram dizimados.

Eram hábeis escultores e fizeram verdadeiras obras de artes em materiais duros como o jade. Avançaram os cálculos matemáticos e possuíam um calendário com 365 dias do ano.

Igualmente, levantaram grandes pirâmides, muitas das quais podem ser visitadas até hoje.

Era um povo politeísta e ofereciam sacrifícios humanos e de animais aos deuses. Assim como a religiosidade medieval estimulava práticas de jejum e autoflagelação, os maias também incluíam o auto-sacrifício e ofereciam seu próprio sangue aos deuses.

América do Sul estava povoada por várias tribos que se organizavam de maneira distinta. Temos a civilização inca que se estendeu seguindo a cordilheira dos Andes, bem como os mapuches no sul do Chile e da Argentina.

Igualmente, o futuro território brasileiro estava ocupado com dezenas de povos como os tupis, os tamoios, aimorés, tupiniquins, guaranis e muitos outros que foram perdendo seu espaço à medida que avançava a colonização portuguesa.

Incas

Os incas habitaram o Equador, o sul da Colômbia, o Peru e a Bolívia. Ao menos 700 idiomas eram falados no Império Inca que, como os demais, foi conquistado e destruído pelos espanhóis.

Embora não dominassem a escrita, este povo criou um sistema de contagem, o quipo, e o aplicavam para a cobrança de impostos. Além de terem desenvolvido um método de cálculo que utilizava um instrumento semelhante ao ábaco.

Consideravam-se filhos do sol, eram politeístas e tinham o seu chefe Inca adorado como um deus. As famílias deveriam entregar ao menos uma filha para servir ao inca por certo período de tempo.

Povos pre colombianos
Mamelucos conduzindo prisioneiros índios, obra de Jean-Baptiste Debret

A região que hoje é ocupada pelo Brasil era habitada por cerca de 4 milhões de índios quando a esquadra de Pedro Álvares Cabral aportou. A maioria era constituída por coletores e caçadores.

Hoje, mesmo após a redução do território indígena, há 240 povos indígenas no Brasil que falam até 150 dialetos. As principais causas da redução da população foram a pressão colonizadora e as doenças trazidas pelos portugueses.

Os remanescentes de povos indígenas brasileiros ainda vivem em constante disputa por território e são alvo de doenças e vivem, a maioria, em extrema pobreza.

Entre esses povos está o Guarani-caiuá, que vive na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai. O assassinato de líderes indígenas e a ocupação de terras são constantemente divulgados pela mídia.

América do Norte

Primeiros povos da America apaches
Aspecto do interior de uma tenda da tribo Apache

Os primeiros assentamentos humanos da América estão registrados no atual Alasca (EUA). Ali, o povo inuit ocupou áreas do Canadá e Groenlândia.

À chegada dos europeus, os povos nativos da América do Norte eram tribos de comportamento seminômades, além de caçadores-coletores; e outros eram povos sedentários que viviam da atividade agrícola.

Entre eles estão incluídos os Apache, os Shawee, os Navajos, os Creek, os Cherokee, os Sioux e muitos outros.

Sua religiosidade era politeísta com o culto especial ao espírito dos antepassados e animais. No entanto, em algumas tribos se registra o culto teísta onde havia uma entidade maior que as outras.

De todas as formas, os indígenas americanos tinham uma cosmovisão peculiar onde os humanos, a mãe terra e o pai céu são apenas um.

Com a Marcha para o Oeste, os indígenas foram expulsos sistematicamente da suas terras. Morriam nos campos de batalha, de doenças e também de fome, pois com a ocupação da terra os animais foram se extinguindo.

A indústria cinematográfica americana transformou a colonização em direção ao Pacífico como um evento espetacular, onde os indígenas eram tratados de forma estereotipada e violenta.

Entre os últimos acontecimentos está o massacre dos Sioux, em 1890, quando a cavalaria dos EUA executou 150 indígenas, entre homens, mulheres e crianças. Os corpos foram jogados em uma cova coletiva.


26/05 - OS POVOS AFRICANOS
Módulo 07 - Pág.149 a 163

Os povos africanos denominados de berberes e bantu foram um dos primeiros grupos humanos a habitarem o continente africano. 

Desvendar os mistérios que cercaram o passado humano através de pesquisas sobre a origem dos primeiros povos da Terra é um desafio que instiga diversos pesquisadores. Para a realização de pesquisas sobre o período pré-histórico da humanidade, os estudiosos desenvolveram dois tipos básicos de estudos. A Paleontologia e a Arqueologia. Os paleontólogos estudam geralmente os fósseis, que são as partes mais resistentes do corpo, como ossos e dentes. Os arqueólogos estudam as criações do homem pré-histórico, como instrumentos de pedra e metal ou peças de cerâmica, que ajudam a interpretar a maneira como eles viviam. 

Essas duas técnicas são preponderantes no campo da pesquisa e foi através da arqueologia que um grupo de estudiosos encontrou no continente africano alguns sítios arqueológicos que ajudaram a compreender um pouco mais da Pré-História desse continente. Através da análise dos objetos encontrados, os arqueólogos chegaram à conclusão de que o local que hoje é a África do Sul foi habitado por grupos nômades que viviam da caça e da pesca há mais de 100 mil anos. 

Os povos chamados de berberes, por exemplo, foram considerados um dos primeiros povos que habitaram o norte da África. Esse grupo também ficou conhecido pelo nome de caucasoide. O termo caucasoide foi criado pelo estudioso Cristoph Meiners que, através dos estudos do crânio, decifrava a região em que determinados grupos se desenvolveram. Assim, caucasoides foram aqueles que viveram em diferentes regiões do planeta, como Europa, Norte da África e Ásia Ocidental.

No Norte da África, os berberes desenvolveram-se ao longo da costa mediterrânea, do Egito ao Atlântico. Ainda hoje existem povos descendentes desse grupo que, segundo especialistas, são uma mistura de diferentes etnias. Contudo, o termo berbere atualmente refere-se mais ao idioma do que propriamente a uma etnia específica, pois é uma língua falada por milhões de argelinos e marroquinos.

Os bantu também foram um dos primeiros povos que habitaram o continente africano. As atuais regiões da Nigéria e Camarões foram as localidades onde surgiram esse grupo que viveu no período da Idade do Ferro. Eles foram responsáveis pela introdução de novas técnicas que contribuíram para a formação das primeiras comunidades agrícolas. O desenvolvimento da metalurgia e da cerâmica foram exemplos específicos das invenções dos bantu, que ajudaram na escalada da evolução humana.



26/05 - DOMÍNIO EUROPEU SOB OS NOVOS MUNDOS
Módulo 6 - Pág. 139 a 148

"A partir do século XV, sob a liderança de portugueses e espanhóis, os europeus começam um processo de intensa globalização, a chamada Expansão Marítima. Este fato também ficou conhecido como as Grandes Navegações e tinha como principais objetivos: a obtenção de riquezas (atividades comerciais) tanto pela exploração da terra (minerais e vegetais) quanto pela submissão de outros seres humanos ao trabalho escravo (indígenas e africanos), pela pretensão de expansão territorial, pela difusão do cristianismo (catolicismo) para outras civilizações e também pelo desejo de aventura e pela tentativa de superar os perigos do mar (real e imaginário)."

"Sendo assim, preconizaremos nossa análise no desejo de aventura e superação dos perigos do mar. Será que no momento das Grandes Navegações os europeus acreditavam realmente que o planeta Terra tinha o formato de um quadrado? E que nos mares existiam monstros tenebrosos?

Sempre que lemos textos sobre a Expansão Marítima Europeia é comum encontrarmos referências aos perigos dos mares, a inexperiência e inexatidão dos navegadores, esses textos nos dão a impressão de que os europeus não tinham nenhum aparato técnico e tecnológico para a época, e parece-nos que quando iriam lançar-se ao mar, estariam caminhando na escuridão, sem visão e sem destino. Quem nunca ouviu dizer ou leu sobre a chegada dos portugueses ao território do atual Brasil, que esses queriam ir às Índias e se perderam e acabaram chegando à América! Então, chegaram aqui por acaso?"






19/05- O QUE É MODERNIDADE ?
Módulo 6 - Pág. 139 a 148

O QUE É? Idade Moderna é o período compreendido entre a Idade Média e a Idade Contemporânea. Foi nesse período que surgiram as bases sociais e econômicas da sociedade atual.

Idade Moderna foi uma das formas encontradas pelos historiadores para se dividir a história da humanidade. Seu recorte temporal inicia-se com a queda do Império Bizantino e a tomada da cidade de Constantinopla pelo Império Turco-Otomano, em 1453. Seu recorte final está delimitado com a Revolução Francesa, em 1789.

Essa divisão é pautada na perspectiva histórica europeia, já que os marcos divisórios referem-se indireta ou diretamente a fatos importantes para os europeus. A tomada de Constantinopla pelos turcos pôs fim ao Império Bizantino – herdeiro direto do Império Romano da Antiguidade e surgido onde hoje é a Itália – e representou o fim de uma longa era.

A concepção de uma Idade Moderna era também uma ruptura com o que foi considerado como uma Idade Média da História. Média, nesse sentido, era o período entre a Antiguidade e a Idade Moderna. A própria divisão histórica como conhecemos (Idades Antiga, Medieval, Moderna e Contemporânea) surge nesse momento da História europeia.

A Idade Moderna foi uma oposição à Idade Média, considerada equivocadamente como uma Idade das Trevas, já que era dominada pela religião e pelo obscurantismo cristão-católico. A Idade Moderna apareceria como o momento de retomar a perspectiva de vida da Antiguidade greco-romana, considerada como o auge cultural da humanidade. O equívoco, nesse sentido, foi o de não considerar a produção cultural, filosófica e mesmo técnica verificada durante o período da Idade Média.

Isso pode ser entendido pelas grandes transformações ocorridas no território europeu no período. Foi durante a Idade Moderna que os europeus realizaram as Grandes Navegações e a Expansão Marítima, criando as condições para a dominação de continentes inteiros, como a África e a recém-conhecida América. O domínio dessas regiões resultou na conquista de inúmeras riquezas por parte das classes dominantes europeias, criando as bases para que pudessem expandir, posteriormente, sua forma de organização social para o restante do mundo.

A expansão dessa forma de organização social contou com uma base material pautada no desenvolvimento do capitalismo. A passagem de uma produção material predominantemente agrária para uma produção material mercantil e industrial ocorreu nesse período. Conduzindo essa passagem estavam os pioneiros do capitalismo, os burgueses, construindo suas riquezas a partir da exploração do nascente proletariado urbano. A chamada primeira Revolução Industrial, ocorrida principalmente na Inglaterra, iniciou-se na Idade Moderna.

No Aspecto cultural, a Idade Moderna caracterizou-se por uma produção muito rica. Seja em seu início, com o Renascimento, principalmente nos séculos XV e XVI, e a retomada da herança greco-romana, seja com os Iluministas do século XVIII, que propuseram novas formas filosóficas, científicas e políticas de se entender o mundo. Na religião, a principal mudança com o mundo medieval ocorreu com a Reforma Protestante, iniciada com Martinho Lutero no século XVI e que iria alterar permanentemente o mundo cristão ocidental.

Politicamente a Idade Moderna ficou caracterizada principalmente pela criação dos Estados Nacionais na Europa. Foi nesse processo que surgiram as monarquias nacionais, criando estruturas políticas e administrativas centralizadas, em contraste à descentralização predominante na Idade Média. Essa estrutura político-administrativa serviu ainda de base para o fortalecimento do capitalismo e do poder político da burguesia. Essa classe social, quando se percebeu fortalecida econômica e politicamente, pôde se organizar e colocar fim à hegemonia antes detida pela nobreza aristocrática. O fim dessa hegemonia foi representado principalmente pela Revolução Francesa, quando o Estado representativo burguês foi criado, encerrando a Idade Moderna e iniciando a Idade Contemporânea.




12/05 - OS CONFLITOS RELIGIOSOS
Caderno 1: Módulo 5 - Pág. 213 a 225

As Guerras Religiosas Francesas foram um período prolongado de guerra e agitação popular entre católicos e huguenotes (protestantes reformados/calvinistas) no Reino da França, entre 1562 e 1598. Estima-se que três milhões de pessoas morreram nesse período, por violência, fome ou doença no que é considerado a segunda guerra religiosa mais mortífera da história da Europa (superada apenas pela Guerra dos Trinta Anos, que tirou oito milhões de vidas).[1]

Grande parte do conflito ocorreu durante a longa regência da rainha Catarina de Médici, viúva de Henrique II da França, para seus filhos menores. Envolveu também uma luta de poder dinástico entre poderosas famílias nobres na linha de sucessão ao trono francês: a rica, ambiciosa e fervorosamente católica Casa ducal de Guise (um ramo de cadete da Casa de Lorena, que reivindicou a descendência de Carlos Magno) e seu aliado Anne de Montmorency, condestável da França (ou seja, comandante-chefe das forças armadas francesas) contra a menos rica Casa de Condé (um ramo da Casa de Bourbon), que tinha príncipes de sangue na linha de sucessão ao trono que simpatizavam com o Calvinismo. Aliados estrangeiros financiaram e prestaram assistência a ambos os lados, como a Espanha Habsburgo e o Ducado de Saboia apoiando os Guises, e Inglaterra apoiando o lado protestante liderado pelos Condés e pela protestante Joana de Albret, esposa de Antônio de Bourbon, Rei de Navarra, e seu filho, Henrique de Navarra.

Moderados, principalmente associados à monarquia francesa dos Valois e seus conselheiros, tentaram equilibrar a situação e evitar o derramamento de sangue aberto. Este grupo (pejorativamente conhecido como Politiques) colocou suas esperanças na capacidade de um governo forte e centralizado para manter a ordem e a harmonia. Em contraste com as anteriores políticas de linha dura de Henrique II e seu pai Francisco I, eles começaram a introduzir concessões graduais a Huguenotes. Uma das mais notáveis moderadas, pelo menos inicialmente, foi a rainha mãe, Catarina de Médici. Catarina, porém, mais tarde, endureceu sua postura e, na época do massacre da noite de São Bartolomeu em 1572, ficou ao lado dos guises. Este evento histórico decisivo envolveu uma quebra completa do controle do Estado resultando em uma série de motins e massacres nos quais multidões católicas mataram entre 5 000 e 30 000 protestantes durante um período de semanas em todo o reino.

Na conclusão do conflito em 1598, o protestante Henrique de Navarra, herdeiro do trono francês, converteu-se ao catolicismo e foi coroado Henrique IV da França. Ele emitiu o Édito de Nantes, que concedeu a Huguenotes direitos e liberdades substanciais, embora isso não tenha acabado com a hostilidade católica para com eles ou para com ele, pessoalmente. As guerras religiosas ameaçavam a autoridade da monarquia, já frágil sob o domínio dos três filhos de Catarina e dos últimos reis valois: Francisco II, Carlos IX, e Henrique III. Isso mudou sob o reinado de seu sucessor, Henrique IV. O Édito de Nantes foi revogado mais tarde, em 1685, com o Édito de Fontainebleau, por Luís XIV da França. A sábia governança de Henrique IV e a seleção de administradores capazes deixaram um legado de um forte governo centralizado, estabilidade e prosperidade econômica que lhe rendeu a reputação de melhor e mais amado monarca da França, ganhando-lhe a designação de "Bom Rei Henrique".

05/05 - A CONTRA REFORMA CATÓLICA
Caderno 1: Módulo 5 - Pág. 213 a 225

O Papa Paulo III foi quem organizou o Concílio de Trento, com o objetivo de discutir estratégias para barrar o avanço protestante na Europa.
O Papa Paulo III foi quem organizou o Concílio de Trento, com o objetivo de discutir estratégias para barrar o avanço protestante na Europa.

A Igreja Católica precisava urgentemente se posicionar perante o avanço das novas igrejas cristãs, dos reis que aproveitaram o movimento protestante para se opor ao Papa e da perda de fiéis. A resposta dela a todo o movimento iniciado pela Reforma foi chamada de Contrarreforma. Reunida em Trento, a Igreja:

  • estabeleceu normas;
  • reforçou seus ensinamentos; e
  • iniciou o combate a heresias e novas igrejas.

Além disso, ela retomou sua atividade missionária, avançando a catequese para as regiões mais distantes do mundo, como a Ásia e a América.

Companhia de Jesus foi criada por Inácio de Loyola, para formar padres missionários que pudessem levar a mensagem católica para outras regiões do mundo. Os padres jesuítas, como eram conhecidos os religiosos dessa congregação, embarcaram juntamente com portugueses e espanhóis na conquista do Novo Mundo. Na América, os jesuítas tiveram como missão catequizar os indígenas e estabelecer arcebispados nesses lugares.

Outra medida tomada pela Igreja Católica ao longo da Contrarreforma foi a instalação dos Tribunais da Santa Inquisição. Os hereges, ou seja, aqueles que contestavam as doutrinas católicas, eram julgados e, caso fossem condenados, eram excomungados ou até mesmo mortos na fogueira.

No começo da Modernidadevários cientistas começaram a estudar o funcionamento do Universo e, se a descoberta fosse contrária à concepção católica do mundo, esses cientistas poderiam ser punidos pela Inquisição. Giordano Bruno foi um dos pensadores da ciência moderna julgados pelo tribunal eclesiástico. Como ele se recusou a negar seus estudos, foi condenado à morte na fogueira.

Durante o Jubileu do ano 2000, o Papa João Paulo II promoveu uma revisão da atitude da Igreja Católica ao longo dos séculos. Ele reconheceu vários erros cometidos pelo clero durante a Inquisição, como os julgamentos de Giordano Bruno e Joana D’Arc, que morreram na fogueira, bem como de Galileu Galilei, que renegou seus estudos. Os sucessores de João Paulo II — Bento XVI e Francisco — tomaram medidas no sentido de abrir os arquivos do Vaticano para que outros estudiosos pudessem ter acesso aos documentos históricos do período da Contrarreforma e analisar a atuação da Igreja Católica naquele período histórico.

Em 1995, o Papa João Paulo II esteve em Trento para celebrar os 450 anos do concílio que ocorreu nessa cidade. Em um discurso feito na mesma catedral que, em 1545, iniciou os trabalhos da Contrarreforma, Sua Santidade disse:

“Hoje lembramos de um grande evento na história da Igreja: lembremos-nos que o Conselho, que leva seu nome da cidade de Trento, justamente porque nesta Catedral começou há 450 anos, em 13 de dezembro de 1545, e aqui celebrou seus destaques. Deste evento extraordinário, que durou 18 anos, queremos, antes de tudo, agradecer a Deus que, apesar das incertezas dos homens e das dificuldades objetivas da época, ofereceu à sua Igreja uma oportunidade inestimável de graça e renovação religiosa. Diante da crise espiritual e eclesial do início dos anos 1500, a Igreja de Trento foi capaz de encontrar a coragem da fidelidade à Tradição Apostólica, o impulso de um compromisso renovado com a santidade, a força para um autêntico renascimento pastoral, de modo que não seja exagerado ao afirmar que o Conselho marcou e moldou toda uma era da Igreja e continua a produzir efeitos benéficos.”|1|

Resumo sobre a Contrarreforma
  • A Contrarreforma foi uma reação da Igreja Católica ao avanço das igrejas protestantes durante o século XVI, reafirmando os dogmas católicos e o poder do Papa.
  • A Reforma Protestante começou logo após Martinho Lutero afixar suas 95 teses na porta da Catedral de Wittenberg, na Alemanha.
  • Lutero foi excomungado e considerado herege, e sua atitude desencadeou o cisma no cristianismo ocidental.
  • A imprensa teve um papel significativo na disseminação das ideias protestantes, ao divulgar livros e a Bíblia, que foi traduzida por Lutero do grego para o alemão.
  • Algumas das medidas adotadas pela Igreja na Contrarreforma foram a criação do Tribunal da Santa Inquisição, a fundação da Companhia de Jesus e a defesa dos dogmas católicos e da infalibilidade do Papa.
  • A Reforma e a Contrarreforma promoveram guerras religiosas na Europa, fazendo com que muitas pessoas fugissem para a América, iniciando o povoamento do continente recém-conquistado pelos europeus.

25/04 - Correção do RAA

18/04 - Reforma Protestante: Como surgiram o Anglicanismo e o Calvinismo

Enquanto, na Alemanha a Reforma Protestante foi conduzida pelo monge agostiniano Martinho Lutero (1517), na Suíça quem liderou o processo de mudanças foi o teólogo João Calvino (1534). Confira como foi também na Inglaterra.

Foi o interesse matrimonial do rei da Inglaterra que puxou a Reforma Protestante na Bretanha. Para impor mudanças em relação ao domínio que a Igreja Católica exercia, o próprio rei Henrique VIII liderou a caminhada em direção ao protestantismo. Em 1534 o Parlamento inglês o declarou chefe supremo da Igreja Anglicana). No mesmo ano João Calvino (imagem) escreveu o livro ‘A vida na alma’, e que foi publicado em 1542. Reforma Protestante - João CalvinoNa Suíça (1534) a Caminhada em direção ao Protestantismo foi liderada pelo teólogo francês João Calvino. Estes reformadores deram início a novas religiões Cristãs na Europa, quebrando com a hegemonia da Igreja Católica.

Martinho Lutero e a Reforma Protestante

O Anglicanismo – na Inglaterra o movimento reformador teve origem essencialmente política. Em 1531, o rei Henrique VIII rompeu com a Igreja católica após o papa ter rejeitado o seu pedido de divórcio. Henrique VIII era casado com Catarina de Aragão (filha dos reis católicos da Espanha) e queria casar-se com Ana Bolena para ter sucessores homens.

Em 1534, o parlamento inglês aprovou o Ato de Supremacia e oficializou a separação entre a Igreja da Inglaterra e a Igreja católica. A riqueza em terras e bens da Igreja católica foi confiscada pelo Estado e os impostos religiosos deveriam agora ser pagos ao rei.

O culto da religião anglicana é muito semelhante ao da Igreja católica, pois o anglicanismo manteve o batismo e a eucaristia como sacramentos únicos e a importância do estudo da Bíblia.

Diferentemente do catolicismo, o Anglicanismo permite o casamento para seus pastores, a ordenação de mulheres e o luxo e a ostentação dos templos e das cerimônias. 

Dica sobre o Anglicanismo:

Você sabia que o anglicanismo ainda é a religião majoritária na Inglaterra e que o chefe máximo dessa religião é o próprio rei ou rainha e não um papa? E que esta religião se espalhou pelo mundo? Pois é, na Irlanda, Escócia, Estados Unidos, Brasil e vários países da África e Ásia há igrejas anglicanas. Seus fiéis chegam aproximadamente a 80 milhões!

O Calvinismo

O francês João Calvino refugiou-se na Suíça para escapar das perseguições religiosas e lá formulou uma nova doutrina cristã, denominada Calvinismo. Apesar de manter quase todos os princípios luteranos (batismo, eucaristia, rejeição ao culto de imagens), Calvino estabeleceu uma diferença radical: a predestinação absoluta.

Você sabe o que é isso? Não? Então preste atenção: Para Calvino, Deus já havia escolhido as pessoas que deveriam ser salvas e aquelas que estavam condenadas à morte eterna. Ou seja, as pessoas nada podiam fazer para mudar o seu destino. Tudo já estava pronto!reforma protestantePois bem, segundo este princípio, a fé não levava à salvação, mas era um sinal da graça divina. Calvino dizia que se uma pessoa enriquecesse por meio do seu trabalho e de uma vida puritana, seria um sinal de que tinha sido eleita por Deus. Assim, ao valorizar o trabalho e o hábito de guardar dinheiro, o Calvinismo aprovava o estilo de vida burguês. 

Como você deve estar imaginando, muitos burgueses tornaram-se calvinistas! Na França, os calvinistas ficaram conhecidos como huguenotes; Na Inglaterra, como puritanos; E,  na Escócia, como presbiterianos.



04 e 07/04 - LUTERANISMO
Módulo 04 - Pág. 192 - 212

Movimento que enfraqueceu a hegemonia da igreja católica no século XVI


Luteranismo é uma doutrina religiosa que defende a salvação pela fé. Seus seguidores são chamados de protestantes, nome proveniente do movimento de protesto ocorrido na época da Idade Média. Surgiu no século XVI, em um contexto em que a igreja católica tentava monopolizar a sociedade. Na História, este assunto confunde-se com a Reforma Protestante, pois ambas têm relação com o alemão Martinho Lutero. Contudo, o luteranismo deu-se no contexto da Reforma Protestante e seu entendimento está intrínseco ao movimento reformista.

O nome luteranismo refere-se ao líder deste movimento, Martinho Lutero (1483–1546). Ele era um monge, que veio a ser expulso pela igreja católica por causa das constantes insatisfações com o catolicismo.

Além de monge e líder do luteranismo, Lutero foi professor de teologia e precursor da Reforma Protestante. Dentre os seus descontentamentos com o dogmatismo da igreja católica, sua maior crítica era em relação à venda de indulgências. Esta prática cometida pela igreja era caracterizada por vender o perdão aos fiéis.

Lutero era contra as indulgências por acreditar que os fiéis poderiam desvirtuar-se do caminho do bem pelo simples fato de que, posteriormente, poderiam receber o perdão pelas faltas cometidas em troca de dinheiro. Ele criticava, também, a corrupção do clero.


Representação do líder Martinho Lutero. (Foto: Wikimedia)

Com doutorado em Teologia, a passagem de Lutero pela academia religiosa rendeu-lhe o título de “Doutor da Bíblia”, além da autoridade diante de 11 monastérios. Em seu currículo acrescentam-se, ainda, os cargos de sacerdote e vigário. 

O líder do luteranismo desenvolveu a sua própria teologia, chamada de teologia evangélica, que ia de encontro com as ideias pregadas pelo papado e concentrava-se na fé de cada indivíduo. Assim, esta doutrina acredita que a palavra de Deus é acessível a todas as pessoas, dispensando a interferência de uma autoridade religiosa, como o papa, para explicá-la.

Neste período, a igreja possuía forte domínio sobre a sociedade, cobrando, inclusive, tributos sobre terras (feudais). Mesmo possuindo riqueza, vivia sob dependência de trabalhadores urbanos e rurais. Tais condutas desagradaram a sociedade, em especial ao reinado que queria ter as mesmas vantagens. No entanto, coube a Martinho Lutero expor críticas para melhorar a atuação da igreja.

Como professor de teologia, Lutero quis debater com seus alunos possíveis pontos que deveriam ser melhorados na intervenção católica. Para isto, ele fixou 95 teses na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, no dia 31 de outubro de 1517. O documento criticava o papa, julgando a igreja de cometer avareza, um dos sete pecados capitais, quando cobrava indulgência. Além disso, convidava, ainda, para um debate acerca da problemática. O folhetim espalhou-se como cópias pela cidade, chegando ao conhecimento da igreja, que repudiou a atitude e o excomungou do catolicismo acusando-o de heresia

Em 1520, o papa Leão X condenou o líder do luteranismo e exigiu sua retratação, mas Lutero não concordou. As 95 teses de Lutero foram traduzidas para o alemão, sendo distribuídas amplamente para toda a Alemanha e Europa.


Representação da cobrança de indulgência. (Foto: Wikimedia)

Consequências do Luteranismo


O luteranismo recebeu apoio de parte da sociedade e, com isso, deu origem à divisão das escolhas religiosas. O domínio da igreja sob a população enfraqueceu e as disputas religiosas findaram-se mediante o acordo chamado "Paz de Augsburgo". Com isso, cada governante dentro do Sacro Império passou a escolher sua religião e a de seus súditos, dando origem, também, ao calvinismo e anglicanismo

Lutero liderou no Sacro Império, mas a França e a Holanda seguiram os princípios guiados pelo francês João Calvino, que liderou o calvinismo. Enquanto isso, na Inglaterra predominava-se o anglicanismo.

O calvinismo propagou crenças teológicas embasadas na Reforma Protestante, pois Calvino era um defensor de Lutero e, por isso, foi perseguido pela Inquisição. Tinha como principais características a Total Depravity -Depravação Total, Unconditional Election - Eleição Incondicional, Limited Atonement - (Expiação Limitada), Irresistible Grace - Graça Irresistível e Perseverance of the Saints - Perseverança dos Santos. As iniciais dos nomes de cada característica formam o acróstico TULIP, por isso o seu símbolo é uma tulipa.

O anglicanismo também é um desdobramento desse movimento, mas a doutrina foi iniciada pelo rei Henrique VIII. Esta une crenças do catolicismo e do luteranismo. Seu poder exercido favoreceu o Estado, que apropriou-se das terras em posse dos clérigos católicos.

04 e 07/04 - A REFORMA PROTESTANTE
Módulo 04 - Pág. 192 - 212

Um movimento de transformação religiosa atingiu a Europa no século XV

A Reforma Protestante foi um movimento religioso que aconteceu na Europa, século XVI, fomentado por razões políticas e religiosas. O movimento teve como principal líder Martinho Lutero, um monge alemão, que por meio de 95 teses fez várias críticas à Igreja Católica e ao Papa.

Naquele período, o principal embate acontecia entre a Igreja e Estado Monárquico. A primeira tese possuía domínio espiritual sobre o povo e detinha um certo controle administrativo dos reinos, que eram desejados pelos reis.

Como forma de garantir o “direito divino dos reis’, os governantes cobiçavam o poder espiritual e ideológico pertencentes à Igreja e ao Papa. Além de desejarem cobrar tributos feudais.

A burguesia também começou a incomodar-se com alguns ideais do catolicismo. Por exemplo, a usura (empréstimos com juros) era considerado um pecado pela Igreja, que também era contra o acúmulo de bens e o lucro.

A venda de indulgências foi uma das motivações da Reforma Protestante de Lutero. (Foto: Wikipédia)

Quem também estava descontente com a Igreja era a população, cansada dos abusos da Igreja e da sua falta de propósito. Como os mosteiros e bispados ocupavam grandes terras, em muitos casos os superiores religiosos vivam às custas dos camponeses.

Pré-Reforma de John Wycliffe

Lutero é o nome mais conhecido da Reforma Protestante, contudo tal movimento teve como base os ideias do professor e teólogo inglês, John Wycliffe. Ele levantou diversas questões sobre a Igreja, entre elas a necessidade da figura do Papa, Wycliffe pregava que "Nosso papa é o Cristo".


31/03/2022 - Os artistas do renasciemnto e suas obras
Módulo 3 - Pág. 176 a 192

Durante o século XIV ocorreu o Renascimento Cultural e Artístico nas cidades italianas, movimento inspirado na Antiguidade Clássica (Grécia e Roma).

Os princípios racionais e matemáticos prevaleceram nas pinturas renascentistas.
Os princípios racionais e matemáticos prevaleceram nas pinturas renascentistas.

A Europa no século XI passou pelo chamado renascimento comercial e urbano, fato que levou a grandes transformações sociais e urbanas. A partir do século XII, as cidades italianas, principalmente, iniciaram um lento e prolongado processo de transformações culturais.

No século XIII ocorreu uma alteração na intuição e sensibilidade artística, fruto de uma revalorização cultural da Antiguidade Clássica (Grécia e Roma). Nesse período, valorizou-se o racionalismo (capacidade de reflexão do ser humano), o espírito crítico e o naturalismo (valorização da natureza). O renascimento cultural e artístico, ocorrido no século XVI, aconteceu primeiramente nas cidades italianas; posteriormente, o movimento alcançou várias partes do continente europeu.

O Renascimento modificou as formas de produção das artes. Na Idade Média valorizavam-se obras religiosas, geralmente abordadas em um plano (reto). Nas artes (pinturas e esculturas), os artistas do Renascimento basearam-se na observação do mundo e nos princípios matemáticos e racionais como: harmonia, equilíbrio e perspectiva (fundo). Os principais artistas renascentistas italianos foram Leonardo da Vinci (1452-1519), Michelangelo Buonarroti (1475-1564) e Rafael Sanzio (1483-1520).
Leonardo da Vinci não foi somente representante das artes plásticas (pintor e escultor), mas também estudou música, arquitetura, engenharia, foi inventor e filósofo. Suas obras de arte baseavam-se nas pinturas científicas a partir de minuciosas observações da natureza – essa abordagem científica está presente nas seguintes obras: “Última Ceia” (Santa Ceia) e “A Gioconda” (ou Monalisa).

Considerado o maior escultor renascentista italiano, Michelangelo praticou também a pintura e a arquitetura. Suas pinturas divergiram da grande maioria dos pintores renascentistas (temas da natureza), pois se pautou em temas religiosos, tanto que sua maior obra de arte foi a pintura na abóboda (forma arqueada de arquitetura) da Capela Sistina. Nela, o artista retratou a história bíblica do Gênesis e o Juízo Final.

Outro artista renascentista que ficou bastante conhecido na história foi Rafael Sanzio. Suas obras se destacaram pela pintura de diversas madonas (pinturas que representaram a mãe de Jesus) e quase todas as suas obras decoram atualmente salas do Vaticano (estado pontifício católico).

Na arquitetura, destacou-se Fillipo Brunelleschi (1377-1446). Suas principais obras foram o projeto da cúpula da Catedral de Santa Maria del Friore e o Palácio de Pitti, ambos em Florença.

Outro grande arquiteto renascentista foi o italiano Donato Bramante (1444-1514). Sua principal realização arquitetônica foi o plano para a reconstrução da Catedral de São Pedro no Vaticano. Nesse projeto, Bramante concebeu um edifício de planta no formato de uma cruz grega com uma grande cúpula sobre o cruzeiro. Com a morte do arquiteto, as obras tiveram uma modificação do plano inicial.

24/03 - OS MECENAS
Módulo 2 - Pág. 161 a 175

Quem eram - definição histórica


Os mecenas eram ricos e poderosos comerciantes, príncipes, condes, bispos e banqueiros que financiavam e investiam na produção de arte como maneira de obter reconhecimento e prestígio na sociedade.



Eles foram de extrema importância para o desenvolvimento das artes plásticas (escultura e pintura), literatura e arquitetura durante o período do Renascimento Cultural (séculos XV e XVI).



A burguesia, classe social que enriqueceu muito com o renascimento comercial, viu na prática do mecenato uma forma rápida de alcançar o status de nobreza. Isso era obtido também com a compra dos títulos de nobreza.

 

O que é mecenato

 

O mecenato é o ato de patrocinar e investir em arte e cultura é conhecido como mecenato.

 

Principais mecenas da época do Renascimento Cultural:


- Lourenço de Medici (banqueiro italiano)

 

- Come de Medici (banqueiro e político italiano)

 

- Galeazzo Maria Sforza (duque de Milão)


- Federico da Montefeltro (duque de Urbino)

 

- Francisco I (rei da França) 

 

Desvantagem:

 

- Apesar de muitas vantagens, a prática do mecenato apresentava uma desvantagem importante. Muitos mecenas interferiam na produção dos artistas, fazendo exigências e pedindo modificações nas obras de arte.

 

Curiosidade histórica:


- A palavra "mecenas" tem sua origem na Roma Antiga. No século I a.C., Caio Mecenas foi um conselheiro do imperador romano Otávio Augusto. Caio Mecenas patrocinou a produção de vários artistas e poetas nesta época.

 

Cosme de Médici, importante mecenas italiano do Renascimento

Cosme de Médici, outro importante mecenas italiano do Renascimento.



17/03 - A invenção da Imprensa e o Método Científico
Módulo 2 - Pág. 161 a 175

A invenção da imprensa por Johann Gutenberg, no século XV, foi um dos acontecimentos que mudaram a história da leitura e da circulação de ideias em escala mundial.
Quando se estuda o período do Renascimento, geralmente se destaca o advento de algumas invenções, tais como o telescópio e o relógio de precisão. Uma dessas invenções que provocaram uma verdadeira revolução no terreno da escrita e da leitura foi a imprensa, isto é, a máquina de impressão tipográfica inventada pelo alemão Johann Gutenberg no século XV.

O que era a imprensa?

O nome imprensa remete, nos dias atuais, quase que automaticamente às instituições de divulgação de notícias e opiniões sobre fatos cotidianos, isto é: aos jornais e revistas especializados, sejam diários, sejam semanários ou mensários. Esse nome, entretanto, designa, originariamente, um tipo de dispositivo técnico capaz de reproduzir palavras, frases, textos ou mesmo livros inteiros por meiode caracteres ou tipos móveis. Esse dispositivo foi inventado por Gutenberg na década de 1430.

Importância da invenção da imprensa

Durante milênios a escrita restringia-se a modos de réplica muito limitados, como as tabuinhas com escrita cuneiforme dos povos sumérios, os papiros egípcios, os ideogramas chineses, entre outras variadas formas de reprodução, cujo acesso era restrito a pequenos grupos de pessoas, geralmente escribas.

Apenas com a invenção de Gutenberg a propagação de livros passou a ficar mais intensa, como o caso da Bíblia – o primeiro dos livros inteiros publicados pela técnica da imprensa. Isso se dava, fundamentalmente, em razão da facilidade que havia na reprodução dos textos.

Não era necessário copiar à mão palava por palavra como se fazia até então. Fazia-se um molde com os caracteres móveis e, a partir dele, imprimiam-se quantas cópias o estoque de tinta à base de óleo suportasse. O nome que passou a ser dado ao conjunto de papéis impressos em caracteres móveis foi códice, do latim codex.

Modelo da máquina de impressão inventada por Gutenberg no século XV
Modelo da máquina de impressão inventada por Gutenberg no século XV

 

O historiador francês Roger Chartier, um dos grandes estudiosos da história do livro e da leitura, destacou que a invenção de Gutenberg foi tão revolucionária que só pode ser comparada à invenção do computador e da reprodução digital da escrita, como pode ser verificado no trecho a seguir:

“Minha primeira pergunta será a seguinte: como, na longa história do livro e da relação ao escrito, situar a revolução anunciada, mas, na verdade, já iniciada, que se passa do livro (ou do objeto escrito), tal qual o conhecemos, com seus cadernos, folhetos, páginas, para o texto eletrônico e a leitura num monitor? […] A primeira revolução é técnica: ela modifica totalmente, nos meados do século XV, os modos de reprodução dos textos e de produção dos livros. Com os caracteres móveis e a prensa de imprimir, a cópia manuscrita deixa de ser o único recurso disponível para assegurar a multiplicação e a circulação dos textos.” (CHARTIER, Roger. Do códige ao monitor: a trajetória do escritoEstud. av. 1994, vol.8, n.21, pp. 185-199. ISSN 0103-4014.)

Método Científico:
Imagem que ilustra as etapas básicas do método científico

método científico pode ser definido como um conjunto de procedimentos por meio dos quais um cientista consegue propor um conjunto de explicações para fenômenos, constituição e formação de materiais etc. De forma geral, o método científico pode apresentar as seguintes etapas:

1º - Observação

É a etapa em que o pesquisador observa uma determinada matéria ou fenômeno.

Pesquisadora realizando a etapa da observação
Pesquisadora realizando a etapa da observação

2º - Elaboração do problema (fase do questionamento)

Nessa etapa, o cientista ou pesquisador elabora perguntas sobre o fenômeno ou material analisado, tais como:

  • Por que esse fenômeno ocorre?

  • Como esse fenômeno ocorre?

  • Quais são os fatores que originaram esse fenômeno?

  • Qual é a composição do material?

  • Que substâncias formam esse material?

  • Qual é a importância desse material?

3º - Hipóteses

É a etapa em que o pesquisador responde às perguntas feitas na etapa anterior. Essas respostas podem ser pautadas em seu conhecimento prévio sobre materiais ou fenômenos semelhantes.

A elaboração das hipóteses deve ser feita com muita cautela porque é por meio delas que a fase da experimentação será realizada, ou seja, elas serão o ponto de partida da experimentação.

4º - Experimentação

Nessa etapa, experimentos e pesquisas bibliográficas são realizados com base nas hipóteses levantadas. O objetivo é encontrar a resposta para cada um dos questionamentos que foram elaborados.

Cada cientista desenvolve essa etapa de acordo com os conhecimentos que possui e as práticas que são necessárias para o esclarecimento de cada hipótese.

Experimentação realizada em laboratório

5º - Análise dos resultados

Após a fase da experimentação, o pesquisador analisa cada um dos resultados para verificar se eles são suficientes para explicar cada um dos problemas levantados e também se estão de acordo com as hipóteses.

Caso os resultados não sejam satisfatórios, novas hipóteses podem ser levantadas para que novas experimentações ocorram. Se os resultados da experimentação forem satisfatórios, o cientista parte para a etapa da conclusão.

6º - Conclusão

A conclusão é a etapa em que o cientista verifica se os experimentos e pesquisas realizados respondem aos questionamentos levantados e permitem que ele faça afirmações acerca dos fenômenos ou materiais analisados.

Todas as afirmações realizadas após a utilização do método científico são chamadas de teorias. Quando diferentes hipóteses e experimentações são realizadas e o resultado é sempre o mesmo, passamos a ter uma lei.

Finalizando:

    método científico não necessariamente deve apresentar as etapas descritas anteriormente. Um cientista possui toda liberdade de lidar com o método científico da forma que lhe convém.

    Durante muitos anos, diversos estudiosos conduziram o método científico de formas diferentes, fato esse que não prejudicou em nada a formulação das teorias e leis que conhecemos ou até mesmo a forma de encarar o método científico. 


    10/03 - RENASCIMENTO
    Módulo 2 - Pág. 161 a 174

    O que foi o Renascimento Científico

    O Renascimento Científico deve ser entendido dentro do contexto do Renascimento Cultural, ocorrido na Europa entre os séculos XV e XVI. Foi um período marcado por grandes avanços nas ciências, possibilitados pelos estudos e experimentos de grandes cientistas.

    Contexto Histórico

    Na Idade Média buscavam-se conhecimentos através da leitura de livros, sendo que estes ficavam muito restritos, principalmente, aos monges e teólogos católicos. Foi um período marcado pela influência do pensamento da Igreja Católica, que acabou por prejudicar o desenvolvimento das pesquisas científicas, pois buscava explicar os fenômenos da natureza através da intervenção divina.

    No Renascimento houve uma grande mudança na produção de conhecimento. A razão passou a ser um dos principais objetivos daqueles que pretendiam desvendar os grandes mistérios do mundo físico. Mesmo tendo a forte oposição da Igreja, muitos cientistas buscaram métodos de produção de conhecimento através da experimentação, observação e comprovação.

    Características principais:

    - Uso da pesquisa e investigação como métodos de produção de conhecimento científico.
    - Grandes avanços nas áreas de Astronomia, Medicina, Matemática, Física, Química e Biologia.
    - Desenvolvimento de instrumentos científicos, principalmente na área de observação astronômica.
    - Formulação de várias leis da Física e teorias matemáticas.
    - Aumento da divulgação dos conhecimentos científicos. Isto aconteceu graças ao crescimento da produção de livros, após a invenção da prensa de tipos móveis por Gutenberg em 1439.
    - Período marcado por muitas invenções, que tinham como base os conhecimentos científicos que estavam sendo produzidos.
    - As descobertas científicas geraram forte mudança na forma que muitas pessoas entendiam o funcionamento do mundo. Isso ocorreu, pois, as explicações religiosas, sem fundamentação científica, foram sendo substituídas pelas explicações baseadas nas ciências. Além de afetar a religião, estas descobertas científicas também impactaram o pensamento filosófico da época.

    Antropocentrismo X Teocentrismo

    Ao romper com os paradigmas* defendidos pela Igreja Católica, o Renascimento representou a ascensão dos ideais burgueses sobre o pensamento e a cultura medieval. A mentalidade renascentista rompeu com a visão de mundo onde a religião ocupava o centro de todas as questões (teocentrismo). Para os humanistas, o centro de toda e qualquer pesquisa deveria ser o próprio ser humano (antropocentrismo) e não a religião, como acontecia anteriormente.

    Como resultado imediato disso, a Igreja deixou de ser vista como aquela que tinha as respostas para todos os problemas da vida e da sociedade.

    Com suas estruturas ideológicas abaladas, a Igreja Católica perdeu muito de seu poder político e, por incrível que possa parecer, também perdeu muito de seu prestígio mesmo no meio religioso, pois novas interpretações, principalmente humanistas, sobre a religião passaram a surgir, principalmente após a Reforma Protestante.

    Características do humanismo

    Ser humano no centro do universo: O ser humano passou a ocupar o centro de interesse da sociedade, das artes e das ciências. Com isso, o ser humano tomou o lugar que antes era ocupado pela religião e, consequentemente, pela Igreja.

    Retorno aos estudos sobre o Mundo Clássico: Na verdade os renascentistas passaram a idealizar uma cultura greco-romana como perfeita e, por isso, motivo de ser copiada.

    Racionalidade acima da superstição: Abandono às explicações supersticiosas ou baseadas somente na fé, tudo tinha que ter uma explicação racional, ou seja, baseada na razão e comprovável cientificamente. Incentivo às ciências.

    * Paradigma: Algo que se acredita ser uma verdade absoluta, que não pode ser contestada.


    03/03 - FORMAÇÃO DOS ESTADOS NACIONAIS
    Módulo 1 - Pág. 145 a 160

    Estado Moderno na Espanha, França e Inglaterra

    Na Espanha, a formação do Estado Moderno ocorreu como consequência da Guerra da Reconquista e da união dos reinos de Aragão e Castela em 1469. A consolidação ocorreu em 1492, com a expulsão dos mouros do Reino de Granada.

    Já na França, a vitória sobre a Inglaterra na Guerra dos Cem Anos (1337 - 1453), firmou as bases para a constituição do Estado Moderno. O rei Luís XIV seria o maior exemplo de monarca centralizador.

    Quanto à Inglaterra, passou pelo processo após a Guerra das Duas Rosas (1455 - 1485) que garantiu a supremacia do soberano sobre os senhores feudais.

    FONTE: https://www.todamateria.com.br/estado-moderno/#:~:text=Estado%20Moderno%20na%20Espanha%2C%20Fran%C3%A7a%20e%20Inglaterra&text=A%20consolida%C3%A7%C3%A3o%20ocorreu%20em%201492,a%20constitui%C3%A7%C3%A3o%20do%20Estado%20Moderno.

    24/02 - ENSAIO DO PROJETO DE CARNAVAL

    17/02 - O ESTADO MODERNO
    Módulo 1 - Pág. 145 a 160

    Estado Moderno surgiu a partir da união dos diversos feudos existentes no continente europeu.

    A formação do Estado Moderno é dividida, para fins de estudos, em quatro fases: o estado moderno, estado liberal, crise no estado liberal e estado democrático liberal.

    Nasceu no século XV, com o desenvolvimento do capitalismo mercantil registrado em Portugal, na França, Inglaterra e Espanha. Nas quatro nações, o Estado Moderno surge a partir da segunda metade do século XV e, posteriormente, é observamos seu surgimento também na Itália.

    O Estado Moderno surge a partir da crise no Feudalismo. No modelo feudal, não havia estados nacionais centralizados. Os senhores feudais é quem exercia os poderes políticos sobre seus domínios, sem ter que responder a um poder central estabelecido.

    Cada feudo tinha a própria autonomia política. Igualmente poderia estar submisso a um reino maior, como era o caso do Sacro Império Romano Germânico, o soberano inglês e o Papa.

    O poder dos senhores feudais era partilhado com o governo das cidades medievais autônomas, que eram conhecidas por comunas.Estas tinham autonomia para regulamentar o comércio, estabelecer impostos, garantir a liberdade dos cidadãos e controlar os processos judiciais.

    A partir dos séculos XIV e a primeira metade do XV passa a ocorrer a crise do sistema feudal em consequência das revoltas sociais dos camponeses e da evolução do comércio na Europa.

    burguesia passa a exigir elementos que garantias para o desenvolvimento do comércio como um governo estável, leis e taxas unificadas. Os burgueses também protestavam contra os elevados impostos sobre as mercadorias e a diversidade de moedas.

    O Estado Moderno é fruto de um processo de cerca de três séculos para se estabelecer. A primeira fase dele é o absolutismo monárquico. Por meio da centralização do poder na monarquia, começa a ser desenvolvido o exército nacional, a estrutura jurídica única e a sistematização da cobrança de impostos.

    A monarquia absoluta permite, ainda, a formação da infraestrutura que garante a máquina pública e cria as condições para o surgimento do corpo burocrático.

    Leia também: Estado Absolutista

    Características do Estado Moderno

    • Um só poder;
    • Um só exército;
    • Autoridade soberana do rei para todo o território;
    • Administração e justiça unificada;
    • Criação do sistema burocrático.

    Estado Moderno em Portugal

    O primeiro reino a utilizar o modelo de Estado Moderno foi Portugal. Ali, a centralização política ocorreu como consequência de campanhas militares da Guerra da Reconquista.

    O conflito, travado contra os muçulmanos, garantiu ainda a independência de Castela no século XII.

    Revolução de Avis garantiu a consolidação do Estado Moderno em Portugal em 1385. Com apoio da burguesia, D. João, o Mestre de Avis, venceu Dona Leonor Teles, que tinha o apoio da nobreza portuguesa e do reino de Castela.

    D. João foi coroado rei de Portugal e essa organização está entre os fatores decisivos para a expansão marítima europeia.


    10/02 - MUDANÇAS POLÍTICAS E SOCIAIS NA IDADE MÉDIA
    Módulo 1 - Pág. 145 a 160

    FIM DA IDADE MÉDIA

    O fim da Idade Média tem relação com o renascimento urbano e comercial que a Europa experimentou a partir do século XI. Novas técnicas agrícolas permitiram o aumento da produção de víveres, gerando um excedente que pôde ser comercializado. O aumento na produção de alimentos garantiu um aumento populacional, mas também do comércio e, consequentemente, da circulação de moeda.


    Com o aumento populacional, o número de pessoas mudando-se para as cidades aumentou e a quantidade de comerciantes ao redor delas também. O século XIII intensifica esse processo de êxodo rural, pois as produções agrícolas ruins fizeram com que muitos buscassem sobreviver nas cidades.

    A Peste Negra causou a morte de cerca de 1/3 da população europeia ao longo do século XIV.

    O século XIV é quando os historiadores estipulam a fronteira final da Idade Média. Trata-se de um século de crise, caracterizado por guerras que causaram destruição e geraram mais fome, e isso resultou na Peste. O século XIV é marcado pela famosa Peste Negra — surto de peste bubônica responsável pela morte de 1/3 da população europeia ao longo desse período.

    A fome gerou grandes revoltas de camponeses, sobretudo a partir do século XIII, e o crescimento urbano colocou fim no isolamento feudal. Revoltas também aconteceram nas grandes cidades, principalmente pela falta de empregos. Novas estruturas de poder começaram a surgir, a organização política dos reinos modificou-se e, assim, surgiram os Estados nacionais.

    O enfraquecimento do feudalismo e o fortalecimento do comércio resultaram no mercantilismo. Quando Constantinopla cai e o comércio com o Oriente fecha-se, a Europa volta-se para o Oeste. A exploração do Oceano Atlântico abriu novas fronteiras e consolidou o fim da Idade Média.



    03/02/2022 - Apresentação